Não sei o que aconteceu, são estranhos esses sentimentos que agora me surgem por aqui. Em Portugal, onde tudo poderia ser mais leve, sem tensão de âmbito preocupante com o resto das coisas, me vejo de repente imbuída de uma saudade de alguém que não quis mais ser parte da minha vida. Que porra de cabeça maluca essa minha, que me faz ir por esse caminho trilhado ao avesso.
Era para tudo já estar fora, eu estar vendo outras coisas, enxergar outras pessoas, mas me olho como se estivesse ainda . Como se estivesse esperando e sei que não está. Mas por que eu estou?
Não bastou tudo que já me disse. Por que esse apego? Essa falta de coragem de não olhar mais para trás e deixar ele ir.
Se está na mesma, como me pareceu, seus conflitos consigo mesmo me parecem ainda sem solução. E eu nesse campo não tenho como ajudar nem devo interferir. Quando me pediu eu ajudei , mas não sei se viu assim. Ou se achou que eu me entrometi. Queria chegar junto de mim. Queria competir comigo e isso nunca foi o que eu quis.
Muito poderia ser fácil , mas as cabeças complexas deturpam tudo.
Fazer o que???
Viver a vida, olhar para lados, mas não me sinto a vontade. Um aplicativo faria bem, sim .Mas não sei como usar. Tenho receio. Uma boba. Isso é o que sou.
Usando ou não da no mesmo. Um bem para auto estima talvez. Mais do mesmo, mais de nada, ou mais de quase nada, ou quase tudo, ou sobretudo.
No universo das efabulações tudo é e não é, tudo pode e tudo não pode. Olhar pra que?, sentir pra que?, ir onde há espaço, parar quando te convém. Habeas corpus da paixão, do viver sem pensar em quem você não quer.
Ah! esse canal cerebral, esse canal tactil que nos oprime o desejo e não deixa ir.
Deveria ter um botão, deleta, reseta, põe no lixo, faz escoar pelo ralo a podridão desse desejo impensado, infundado, desmedido, destemperado. E depois? Depois é terra, labuta, salário, tédio, desilusão. Ai esse fuso fora da hora, ilustra a mente mais não o coração. Diz que dói, dói, dói.
Deveria ter um botão, deleta, reseta, põe no lixo, faz escoar pelo ralo a podridão desse desejo impensado, infundado, desmedido, destemperado. E depois? Depois é terra, labuta, salário, tédio, desilusão. Ai esse fuso fora da hora, ilustra a mente mais não o coração. Diz que dói, dói, dói.