domingo, 28 de janeiro de 2024

Um caderninho

Voltar a ter um caderninho com caneta  na bolsa. Sim, eis uma necessidade.  Certas horas  que preciso desse diálogo intenso comigo mesma, o que pela escrita faz toda diferença, o caderninho é providencial pois com ele não fico exposta nessa  nuvem ou qualquer lugar.  No caderninho ninguém lê,só eu, se tiver saco para mim mesma.  Do contrário ele ficará ali para posteridade e quando eu morrer tudo será queimado, já que não servirá de nada. Assim muitos escritos  do mundo inteiro. Se não é pessoa famosa seus escritos terão sempre o mesmo fim, a brasa, virar pó.  Todos aqueles sentimentos ali expostos quiçá lidos voltam para o buraco negro, poço de palavras que criam o mundo. O mundo é criado por palavras dessas que mudam de acordo com a combinação que fazemos. Cada um que usa uma palavra combina com outra e temos tudo o que existe, em todas as línguas que existem.
Eu por exemplo, poderia expressar, se soubesse, tudo que sinto em outro idioma. Mas só me resta esse em que  nasci.
Fico puta, fico triste pq poderia ser mais light esse meu relacionamento com o passado histórico de mim mesma.kkk  O fulano, o ciclano, o Beltrano. Mas apesar de tudo que vivemos seríamos ainda os mesmos? Teríamos ainda esses sentimentos estranhos. Ao que parece sim.  Eu ainda desejante do corpo. Ele apesar dos momentos já vividos, não sei em  que zona se encontra , habitando e sendo habitado por quais corações e sentimentos.
O que me resta  fazer? Não sei, nada provavelmente. Viver a vida e andar para frente.Mesmo  sem que eu queira nada daquele mato, nem o momento presente ele me parece estar a fim de  usar para gastar energias e jogar fora as mazelas do dia-a-dia.
Então, o que faço,  finjo que  não quero o que  quero. Fico blasé, faço cara de paisagem  e toco o barco. 
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