domingo, 21 de abril de 2019

Rascunho de vida


Leio vez por outra, tudo passa.  Sei que passa, quantas vezes eu mesmo já passei por isso. Sei que tudo muda,  muda meu sentir, muda a vida, muda o trabalho, muda a forma de encarar a vida, muda eu. Nada fixo, nada permanente, nem eu,nem o mundo. Entretanto dói, entender e mudar dói.  Encarar  as desventuras dói.
Mas nem  a dor, nem o prazer são permanentes.  Nem a droga que promete o esquecimento e prazer tem efeito permanente.
Ying yang, sempre assim.
Tenho questões a resolver, vou ou fico? Ir implica  em gasto altos, mas em tudo novo. O que  será? Conhecer um mundo novo,  gente, cidades,  língua, tudo novo.  O que não fiz em 50 anos e tinha  vontade de fazer aos 20.  Aos 30 eu achei que indo fugiria da mesma dor, e descobri que independe de onde esteja, o que tá dentro não muda ao se mudar de espaço.
Pergunto -me  insistentemente,se estou fugindo  de algo.  Acho que não, pois sei que da coisa que eu fugiria, não tem fuga, ela habita em mim e o tempo  pode dar conta e  dará, como da primeira vez. O apagamento de alguém que não quis permanecer. 
Que buscou outras coisas para me apagar.  Tudo  bem, cada um faz o que quer, foge como  acha que deve e resolve o que acha que deve, ou se omite.
Tenho aqui  coisas a fazer, sei que tenho. Tenho meu trabalho, que está fraco no  momento é não me sustenta, tenho  o novo negócio a realizar, que precisa terminar para começar e este pode esperar 6 meses.  Tenho minha casa, carro, compromissos financeiros que tenho que resolver para ir. Preciso organizar para partir.
Tenho meu pós doc, que pode ser feito em qualquer lugar ,que posso pesquisar em qualquer lugar do mundo.
Escrever também.
E  tudo novo.  Tenho a sensação de que se não for agora, não mais irei. Por ter 50, e de que adiantaria faze-lo aos 60, 70.

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