segunda-feira, 21 de abril de 2025

Ciao Papa Francisco!










Em dezembro de  2023 tive a oportunidade de  estar na  Missa do Galo em Roma. Na  verdade estive ao lado do Papa,  evento único na minha vida, onde eu nunca imaginei estar. Já  havia ido na Praça São Pedro  na noite de Natal,  quando  lá  em Roma morei em 2003. Mas  dessa  vez estive ao lado do Santo Papa. Ouvi com atenção sua homilia em  italiano e fiquei tocada a  ponto de  chorar. Sim,  ele  falava contra o  consumismo, pelos pobres e  pelo fim das  guerras. Parece   pouco?  Mas é  muito,  falando de onde ele estava. Na ocasião eu estava com Linda uma  amiga que  estava na  diplomacia do  Paraguai no Vaticano. Nessa mesma  missa  vi a Fernanda  Montenegro e filha  todos na missa.

Posteriormente  a esse momento ainda estive num encontro do Papa e outros  grupos, num  salão onde  ele recebe  grupos de peregrinos de todo  mundo. Fiquei na  terceira fileira, pertinho,  mas não fotografei ele, fiquei  absorvida com as  palavras e a emoção de novo tomou conta de mim. Ele  benzeu todos os rosários que  levei  e ainda tenho aqui alguns que não presenteei.

Hoje  por várias  vezes me emocionei ao ver as  reportagens sobre Francisco. De  fato é  um momento triste pois se  perde uma voz pela paz no seu mais profundo sentido. Uma voz que aclamava pela  justiça  social, que  falava diretamente o que deveria ser  falado, que aceitava todos  de maneira  igual e que   fez transformações onde podia.

Não deve ser fácil ser Papa  e conviver com as  mais diferentes posições e as divergências entre o que se  é e o que se deve ser nessa  posição. Todavia  o discurso dele era sorridente, sem deixar de ser sério. Era  profundo e desejava de fato a paz, a principal paz, aquela de espírito, quando se busca fazer o que é correto, quando se rebate o que ele rebatia  sem subterfúgios, afinal alguém acha que é fácil minar o sistema de  dentro deste. Foi isso, o combate  é com palavras, é com os discursos que ele deixa e como ele via o seu semelhante. Vida eterna ao Papa Francisco!!              

sábado, 12 de abril de 2025

Paciência

Minha Nossa Senhora me dê paciência para enfrentar  o que não posso  mudar. De-me beleza para sorrir quando quero chorar e força para continuar.
Devo mesmo estar chata, ranzinza porque acostumei a fazer  o que quero, mas esperar é muito chato. Deixar  que definam  a tua hora é ruim,  porque o tempo do outro não é o teu, a vida da outro não é a sua,muito menos  o sono do outro te passa pela cabeça .
Conciliar seria o melhor,  mas nem sempre dá e cada episódio se torna uma tortura.
Não que eu não  seja disponível, eu sou, mas  disponível demais cansa. E fico com fama de chata, intransigente e mandona, mas não se trata disso. Eu ir para ficar esperando melhor eu ficar em casa, e aguardar aqui a disponibilidade do outro em seu tempo.
Devo estar errada aos olhos de muitos, mas  o que fazer.
Ando cansada de tudo. Desanimada mesmo, saiu tudo diverso do plano mínimo que fiz para o ano.  Mas tenho boa adaptação, reclamo mas entro no eixo , na roda da vida que nos impele.  Da moira que faz a nós de bonecos do seu bel prazer.  Tudo seria assim, mas foi assado . Reclamo , mas sei que meu prato tá cheio e minha cama limpa. Aí agradeço.  Que angústia  de sábado. O que eu queria não sei.  Nessas horas a literatura salva, a escrita é remédio.

domingo, 6 de abril de 2025

Dia de chuva e de lasanha

 A lasanha é um prato italiano que normalmente de faz para muita gente. Porque demanda   muito trabalho e não é como uma pasta convencional que você faz um prato e acabou.

Faz-se o  molho  vermelho com passata italiana, o branco com noz moscada e a massa que eu comprei fora da cidade de uma marca que não vi nos supermercados daqui.  Uma  massa dura, mas que cozinha no molho, é finíssima , espero que boa.

Enfim passado o trabalho vai ao forno e  esperamos o sabor final com o vinho.

Eu chamei  a  família, mas nem sempre é possível as  pessoas se desenrolarem de seus problemas crônicos para  saborear uma lasanha em  minha casa.

Então comerei sozinha, porque confesso que aprendi muita coisa nesse contexto da  solidão, que não é solidão.  

Comer sozinha, cozinhar para mim é prazer, faço o que  quero, abro o vinho se vou beber e  desfruto da minha própria companhia,  no domingo ou dia qualquer.

Não que ter outros me seja ruim, mas não ter também dá no mesmo.

Corrijo um texto de  alguém que sofre de solidão, e  vejo como a limitação  é dolorida para as  pessoas.  A limitação  física, nem conto, mas a psicológica é ainda pior. As  pessoas  não se tocam que se destroem e  aos  outros também. Chantagens emocionais estão no grupo da pior espécie e  há que se ter cuidado, mesmo para sem querer, não  faze-las.

Mãe são mestres nesse quesito. Vejo    claro esse contexto no texto e na vida. Deve ser  por ter parido se sentem nesse direito de  exigência. Não pari, não sei da  dor nem do prazer desse ato. Mas sei que as  vezes  elas extrapolam. 

Mas a lasanha está no fogo, e  já cheira. Eu queria marca-la nesse  dia  ímpar de estado de atenção na cidade e no Estado depois de  tanta chuva. Já fiz  outras, mas não só para mim. Para  todos.

E a vida  vai seguindo sem que tenhamos dela qualquer controle e apenas coragem  para aceitar e  mudar o que  se pode Embora  pouco se  possa no sistema atual. 

Acho que chega um momento em que  tudo parece meio anestesiado e apenas esperamos o encaminhamento.   Ganhar o  mundo já não é nossa  função,  revolução não podemos fazer,  sobreviver é o que fazemos. A diferença é se pensamos como ou não. Se rimos ou choramos com o que a moira, sempre ela, nos reserva. Eu não sei do amanhã, nem do profissional nem do emocional, vou, deixo a moira levar. Posso estar aqui ou em outro lugar, tanto faz, serei sempre eu.  Porque talvez eu tenha me encontrado e tenha  me permitido viver o que sou, essa miscelânia de desejos e vontades, essa cabeça que  conjectura possibilidades e reflete, que não tem saco para alienação porque essa é  pobre de espírito e  isso me incomoda.  Enfim    esse ser que tem vontade  de lasanha e  vinho hoje.