Sobretudo
Blog que traz um pouco de reflexão sobre o momento em que vivemos. Um pouco de riso, um pouco de dor, um pouco de expressão. Também tem alguns textos já publicados em outros lugares. Aproveite a leitura, deixe seu comentário e compartilhe.
sexta-feira, 27 de junho de 2025
A luta continua
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Mil imagens e nenhum pensamento

Muda aqui, muda ali, muda fora e não muda dentro. Nossa vida é mudança o tempo todo. Não sei se quem muito muda na foto, muda por dentro, ou se por dentro tudo permanece cristalizado em convicções que se tornaram cláusulas pétrias da existência.
Cristais do tempo é tudo em que nossos sentimentos viram com o tempo. Me faz pensar que uma história que contamos para nós mesmos tantas vezes acabam virando nosso pensamento de verdade se não os questionamos.
Vi hoje uma foto de uma mudança cotidiana, semanal, mensal. Sem esquecer que vivemos na sociedade da imagem e que todas que postamos devem gerar engajamentos , pergunto-me porque alguém tanto muda de cara. O que quer dizer mudar todo dia a foto do endereço para comunicações breves dos dias de hoje. Talvez não ser reconhecido, ou talvez ser interpelado pela mudança. Se queria provocar alguém já o fez, já rendeu a crônica do dia, pois que cronos está sempre atento às transformações.
Cronos esse que não para, que entra porta adentro de nossa casa a dizer, "tô passando, tô passando e você tá aí parada esperando o que?" Eu respondo que não sei. Que não tenho, e de fato não tenho, mais força para as coisas do coração. Não me importo de estar só. Só tenho medo de assim estar por esperar e não por plena convicção, por sentir.
O dia passa, o tempo passa, lá se vai a eternidade, a velhice chega e lá se vai a eternidade. Confundo-me com o que sinto que não sei quando vejo a imagem. Acho que me doi ainda, mas será que as imagens dizem algo ou são só imagens mostrando para quem está na imagem, que tudo é apenas imagem eternamente..
segunda-feira, 21 de abril de 2025
Ciao Papa Francisco!
Posteriormente a esse momento ainda estive num encontro do Papa e outros grupos, num salão onde ele recebe grupos de peregrinos de todo mundo. Fiquei na terceira fileira, pertinho, mas não fotografei ele, fiquei absorvida com as palavras e a emoção de novo tomou conta de mim. Ele benzeu todos os rosários que levei e ainda tenho aqui alguns que não presenteei.
Hoje por várias vezes me emocionei ao ver as reportagens sobre Francisco. De fato é um momento triste pois se perde uma voz pela paz no seu mais profundo sentido. Uma voz que aclamava pela justiça social, que falava diretamente o que deveria ser falado, que aceitava todos de maneira igual e que fez transformações onde podia.
Não deve ser fácil ser Papa e conviver com as mais diferentes posições e as divergências entre o que se é e o que se deve ser nessa posição. Todavia o discurso dele era sorridente, sem deixar de ser sério. Era profundo e desejava de fato a paz, a principal paz, aquela de espírito, quando se busca fazer o que é correto, quando se rebate o que ele rebatia sem subterfúgios, afinal alguém acha que é fácil minar o sistema de dentro deste. Foi isso, o combate é com palavras, é com os discursos que ele deixa e como ele via o seu semelhante. Vida eterna ao Papa Francisco!!
sábado, 12 de abril de 2025
Paciência
domingo, 6 de abril de 2025
Dia de chuva e de lasanha
A lasanha é um prato italiano que normalmente de faz para muita gente. Porque demanda muito trabalho e não é como uma pasta convencional que você faz um prato e acabou.
Faz-se o molho vermelho com passata italiana, o branco com noz moscada e a massa que eu comprei fora da cidade de uma marca que não vi nos supermercados daqui. Uma massa dura, mas que cozinha no molho, é finíssima , espero que boa.
Enfim passado o trabalho vai ao forno e esperamos o sabor final com o vinho.
Eu chamei a família, mas nem sempre é possível as pessoas se desenrolarem de seus problemas crônicos para saborear uma lasanha em minha casa.
Então comerei sozinha, porque confesso que aprendi muita coisa nesse contexto da solidão, que não é solidão.
Comer sozinha, cozinhar para mim é prazer, faço o que quero, abro o vinho se vou beber e desfruto da minha própria companhia, no domingo ou dia qualquer.
Não que ter outros me seja ruim, mas não ter também dá no mesmo.
Corrijo um texto de alguém que sofre de solidão, e vejo como a limitação é dolorida para as pessoas. A limitação física, nem conto, mas a psicológica é ainda pior. As pessoas não se tocam que se destroem e aos outros também. Chantagens emocionais estão no grupo da pior espécie e há que se ter cuidado, mesmo para sem querer, não faze-las.
Mãe são mestres nesse quesito. Vejo claro esse contexto no texto e na vida. Deve ser por ter parido se sentem nesse direito de exigência. Não pari, não sei da dor nem do prazer desse ato. Mas sei que as vezes elas extrapolam.
Mas a lasanha está no fogo, e já cheira. Eu queria marca-la nesse dia ímpar de estado de atenção na cidade e no Estado depois de tanta chuva. Já fiz outras, mas não só para mim. Para todos.
E a vida vai seguindo sem que tenhamos dela qualquer controle e apenas coragem para aceitar e mudar o que se pode Embora pouco se possa no sistema atual.
Acho que chega um momento em que tudo parece meio anestesiado e apenas esperamos o encaminhamento. Ganhar o mundo já não é nossa função, revolução não podemos fazer, sobreviver é o que fazemos. A diferença é se pensamos como ou não. Se rimos ou choramos com o que a moira, sempre ela, nos reserva. Eu não sei do amanhã, nem do profissional nem do emocional, vou, deixo a moira levar. Posso estar aqui ou em outro lugar, tanto faz, serei sempre eu. Porque talvez eu tenha me encontrado e tenha me permitido viver o que sou, essa miscelânia de desejos e vontades, essa cabeça que conjectura possibilidades e reflete, que não tem saco para alienação porque essa é pobre de espírito e isso me incomoda. Enfim esse ser que tem vontade de lasanha e vinho hoje.
quinta-feira, 20 de março de 2025
Esperar, esperar...
Sensação estranha, preciso esperar, não sei o que fazer. Ter o primeiro lugar em uma seleção não garante que o prêmio será seu. Pelo contrário, parece que inspira o olhar negativo dos outros. Quem fica feliz por você? Ninguém, todos ali querem suas vagas e pouco se importam se o direito do outro está sendo violado ou não.
A energia não foi boa, será que vale a pena sair de minha zona de conforto para um pouco mais de grana. Talvez não seja, e talvez aqui de fato não seja o meu lugar. Preciso ou não preciso? Vivo bem com o que já tenho? Talvez sim, pode entrar algo mais a frente.
Peso o sim e o não. Não me cabe sair atrás dos diretores com pires na mão para conseguir um lugar. Minha função é ir dar aula, não tenho culpa se eles não têm organização, se não têm profissionalismo, ou se não querem ter para tudo continuar do jeito que e está.
Burocratizam para dizer que há lisura no processo. Mas será mesmo que tem? Como alguém vai hoje, quando o dia de escolha foi ontem, de onde saiu ? Com qual aval?
Pois é, vivendo e aprendendo. Como sou otimista, seguirei o me disse meu amigo. Espera, que você já fez o que tinha que fazer.
sexta-feira, 14 de março de 2025
Roda viva
Lembrei-me da música do Chico Buarque . "Roda mundo , roda gigante, roda moinho , roda pião, a gente estancou de repente". Desde pequena ouvia aquele disco, um vinil de uma coleção comprada em banca de jornal. Eu colocava para ir lavar a louça. teve tempo que eu sabia de cor a letra. Hoje ouço pouco disco, exceto quando dirijo e sempre dirijo, O rádio sempre ligado nas músicas geralmente velhas a mover minhas emoções.
O que será o amanhã, como vai ser, não sei. Crio expectativas quanto a tudo, mas não às alimento. Especialmente ao trabalho. Quanto aos afetos, nem pretendo dizer. Se se busca distancia a terá.
Não sei se minha vida é uma novela mexicana ou turca, tamanho dramalhão, nunca assisti nenhuma dela, mas sei o que são. Na verdade não vejo nada. Nem filme, nem novela, apenas programa político de geopolítica, incrível mas não tem nada que me faça tão bem. O Pepe Escobar já é meu íntimo. Acho ele impetuoso e temperamental, mas só acho, não o conheço de fato.
Essa semana de escolhas, de teses, de avaliação do pode ser bom ou não. Mas se não for, aqui ou lá, ou em qualquer lugar, dou-me o direito de largar. Afinal para isso me montei, me organizei.
Vivo com pouco, desde que não queira atender aos impulsos consumistas. No mais, controlando como posso meus sentimentos e impulso vou vivendo um dia após o outro. E como disse hoje para meus alunos, chamando Guimarães Rosa comigo, o que a vida exige na gente é coragem para continuar indo, indo e indo até quando nunca sabemos, pois que a roda é mesmo viva.