Oração a Santo Antônio
Santo Antônio do dia, o senhor sabe o quanto eu tentei, mas agora cansei.
Cansei de ser a
mulher boazinha, a parceira que entende, a companheira que ajuda, que
investe, que é forte e inteligente e que
no final só arruma a cama para a outra deitar. Nem sei quantas
vezes fiz isso. E vejo que determinados homens são tão cegos, que não
percebem que usam um discurso que na prática é outro. Elogiam as
mulheres decididas, independentes,
inteligentes mas correm mesmo é para a vitimizada, dondoca e manipuladora.
O momento é crítico no
mundo, vendo os vários filmes e séries, chego à conclusão que a
grande maioria dos homens são uns
cuzões. São homens que não sabem lidar com as mulheres de
sua época.
Na minha geração os homens que topam se relacionar com uma mulher considerada
forte, quando eles mesmos as julgam, não conseguem ficar muito tempo, eles
piram. Isso porque eles não têm estrutura, dizem que não, mas tem medo dessas
mulheres, se sentem menores, pois gostam
mesmo é das que se fazem, se dizem frágeis, que são coitadinhas e os deixam naquela posição
confortável de ser a única voz, mesmo
não sendo. Homens fracos, muitos até dependentes das mulheres, mas que mesmo
assim tem voz ativa em alguns momentos, embora no todo sejam uns cachorrinhos
com rabo entre as pernas e que na hora
do vamos ver, fogem correndo
gritando e param na primeira mulher que
tem aquele perfil que ele diz que não gosta.
Não entendo Santo Antônio,
acusam as mulheres e repetem o mesmo modelo de seus pais, mas não
se dão conta disso. São omissos, mas querem
ter poder e muitos chegam às vias de fato
nesse afã. Está aí a violência doméstica nas suas formas que não me deixa
mentir, quando não é pela agressão física é pela psicológica.
A mulher inteligente,
emancipada, dona do seu desejo para esses homens significa problema. Eles não sabem como lidar
com elas, conseguem uma relação por um tempinho e logo entram em conflito. Eles às acusam de querer mandar, de ser isso
e aquilo, mas na verdade eles é que são. Se a mulher brilha mais eles até as
usam como uma joia, mas no íntimo não conseguem, ficam impotentes.
É capaz de
dizerem essa mulher que lhe
escreve é uma mal amada vindo com suas
teorias, mas não me importa, pois falo o que estou vendo.
Não fui a mulher que teve um homem só e casou e ficou ali
aguentando o macho para chamar de seu a
vida toda. Esse perfil não me pertence.
Eu casei e descasei e não casei mais, não quis. Posso ter tido medo, não sei.
Mas gosto muito de ser livre sem ninguém me dizendo onde devo ir quando quero
ir. Poderia dizer que não estava disposta a fazer concessões, mas não era o
caso. Até concedi demais. Todo mundo busca um parceiro, estão aí os
aplicativos que não me deixam mentir
Santo Antônio. Mas tem parceiro que dá mais trabalho que filho, e por mais que
você se disponha a com ele comungar você
não consegue.
Meu santinho, eu posso não ter dado sorte de encontrar o cara,
encontrei alguns caras por algum tempo, mas que logo se transformaram naquele modelo antigo. Pode ser que os mais
jovens sejam mais interessantes nesse momento, pois já foram criados de forma
diversa. Tudo pode, porém numa análise,
o que de certa forma continua a reverberar no contexto é esse filhinho de mamãe
mimado, principalmente por aqui.
Não sei quando sairemos desse modelo, Santo casamenteiro, talvez isso dependa da forma como criamos nossos filhos e de como
a sociedade, no momento, num retrocesso
conservador, dará conta de fazer as transformações. Mas meu Santo Antônio
colabora com a mulherada aqui, olha para esses homens e faz eles crescerem,
amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário