sábado, 13 de junho de 2020

Tempestade











Atravessando a tempestade repentina – Rádio Trans Mundial



Clarice  me diz: Quase sempre é assim, quando algo acontece que mexe lá no fundo do ser, fico o dia inteiro na construção ou elaboração  de todo processo, no cultivo das dores e na busca de um fim para elas. Depois de pensar, pensar, pensar, escrevo, escrevo, escrevo para que tudo saia de mim como uma tempestade enorme sendo vomitada sobre a terra. Vomito tudo,  sai tudo e fico no final mais leve para um novo tempo. Muitas  vezes chego a inúmeras conclusões que  fazem parte do processo de existir. Penso basicamente em mim, na minha vida, nos amores que tive, na dor de outrora e o porque dela, e  na não compreensão da dor, na constatação de minhas próprias artimanhas para driblar minha consciência, descubro que menti para mim mesmo, que me enganava dizendo para mim o  que era e que na verdade não era, e também na  minha própria forma de  me desvelar do  meu auto engano.
A mente não é burra não, ela arma contra você, ela te convence do contrário  do que é a verdade e vai te levando até que você reaja e de um basta às suas próprias  mentiras. Aí  pode ser meio libertador. Dói menos se  você pensa que se traiu e que agora é para o seu próprio bem. Ou seja, somos  sempre dois dentro de  nós mesmos e equacionar isso é que dá trabalho ao ser, por isso psicólogo é caro.       

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