Clarice
me diz: Quase sempre é assim, quando algo acontece que mexe lá no fundo
do ser, fico o dia inteiro na construção ou elaboração de todo processo, no cultivo das dores e na
busca de um fim para elas. Depois de pensar, pensar, pensar, escrevo, escrevo, escrevo
para que tudo saia de mim como uma tempestade enorme sendo vomitada sobre a terra.
Vomito tudo, sai tudo e fico no final
mais leve para um novo tempo. Muitas
vezes chego a inúmeras conclusões que
fazem parte do processo de existir. Penso basicamente em mim, na minha
vida, nos amores que tive, na dor de outrora e o porque dela, e na não compreensão da dor, na constatação de
minhas próprias artimanhas para driblar minha consciência, descubro que menti
para mim mesmo, que me enganava dizendo para mim o que era e que na verdade não era, e também
na minha própria forma de me desvelar do meu auto engano.
A mente não é burra não, ela arma contra você,
ela te convence do contrário do que é a
verdade e vai te levando até que você reaja e de um basta às suas próprias mentiras. Aí
pode ser meio libertador. Dói menos se
você pensa que se traiu e que agora é para o seu próprio bem. Ou seja,
somos sempre dois dentro de nós mesmos e equacionar isso é que dá trabalho
ao ser, por isso psicólogo é caro.
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