Aguardamos o momento de sair, aguardamos o momento em que nos dirão, vai ... segue com sua vida e continua ou transforma tudo que tocares daqui para frente.
No entanto, essa expectativa de futuro não sabemos quando será. Ainda não atingimos a curva e depois dela não temos ideia do que nós seremos.
Tentamos a todo custo retardar nosso momento, nossos sentimentos mais profundos de medo, angústia, sensação de ineficiência diante de um monstro que não podemos ver. Esse ainda pior que aqueles que nosso inconsciente produz ao longo da vida.
O que ele nos sugere não temos ainda condições de saber. Estamos em casa, respeitamos às leis vigentes dos homens sãos, não a dos loucos de plantão. Respeitamos e seguimos às determinações, mas não temos condições de fazer mais, a não ser esperar.
Não temos competência para ir a linha de frente, cuidamos dos nossos que necessitam cuidados, saímos para trazer o que se precisa para ficar em casa.
Mas ao contrário do que podíamos pensar, ficar em casa não significa que temos também condição de fazer o que devíamos, se estivéssemos por querer em casa. O ar tá preocupante, todos se envolvem com tudo, o medo está no ar e a preocupação também, então como criar, como concentrar em várias horas.
No sono, a dor aparece e te contamina, te faz acordar e tentar sair dela, às vezes ineficaz a saída e acordamos pior, cansados, exaustos, desgastados.
E ainda mais, não bastava a questão viral temos ainda a política, que porra, seria pedir muito para o tal homem que nos governa ser um pouco mais gente, sem ser um imbecil de plantão. Se não pode ajudar, se não pode acalentar os corações assustados do povo, pelo menos se cale.
Entretanto o mal não descansa, ele é vigilante e segue no seu percurso fazendo o que mais sabe, maldades, insegurança, divergência.
Queria ter uma bola de cristal para entender a quem atendem esses indivíduos, a qual patrão, a qual interesse maior, que o de vida da própria humanidade.
Penso que o grande imperialista caiu, tornou-se o centro de todo do mal invisível, mas ele não me causa arrepio, tem dinheiro para comprar tudo que existe, o que me causa arrepio e dor é pensar naqueles em condições mínimas de sobrevivência, como será que estão? Quem fala? Como está a Africa? Como estamos nós de verdade nos confins mais aterrorizantes, nos quartos lotados, nos mangues, nas ruas.
Somente reflexões para tentar não pensar e esperar, esperar, esperar.
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