segunda-feira, 6 de abril de 2020

Esperar, esperar, esperar

Aguardamos o momento de sair, aguardamos o momento em que nos dirão, vai ... segue com sua vida e  continua ou transforma tudo que  tocares daqui para frente.
No entanto, essa expectativa de  futuro não sabemos  quando será. Ainda não atingimos a curva e depois dela não  temos  ideia do que nós seremos.
Tentamos a todo custo retardar nosso momento, nossos sentimentos mais profundos de  medo, angústia, sensação de  ineficiência diante de um monstro que  não podemos ver. Esse ainda pior que aqueles que nosso inconsciente produz ao longo da vida.
O que ele nos sugere não temos ainda condições de saber. Estamos  em casa, respeitamos às leis vigentes dos homens sãos, não a dos loucos de plantão. Respeitamos e seguimos às determinações, mas não temos  condições de  fazer mais, a não ser esperar.
Não temos competência  para ir a linha de frente, cuidamos  dos nossos que necessitam cuidados, saímos para trazer o que se precisa para ficar em casa.  
Mas  ao contrário do que podíamos  pensar, ficar em casa não significa que temos também condição de fazer o que devíamos, se estivéssemos por querer em casa. O ar tá preocupante, todos se envolvem com tudo, o medo está no ar e  a preocupação também, então como criar, como concentrar em várias  horas. 
 No sono, a dor aparece e te contamina, te faz acordar e tentar sair dela, às vezes ineficaz a saída e acordamos pior, cansados, exaustos, desgastados. 
E ainda  mais,  não bastava a questão viral temos ainda a política,   que  porra,   seria pedir muito para o tal homem que nos governa ser um pouco mais gente, sem ser um imbecil de plantão. Se não pode ajudar, se não pode acalentar os corações assustados do povo, pelo menos se cale.
Entretanto  o mal não descansa, ele  é vigilante e  segue no seu percurso fazendo o que mais sabe,  maldades, insegurança, divergência.

Queria ter uma bola de cristal  para entender a quem atendem esses indivíduos, a qual patrão, a qual    interesse maior, que o de vida da própria humanidade.
Penso que o  grande imperialista caiu,  tornou-se o centro de todo do mal invisível,  mas ele não me causa  arrepio, tem  dinheiro para comprar tudo que existe,  o que me causa arrepio e  dor  é  pensar naqueles em condições mínimas de  sobrevivência, como será que estão? Quem  fala? Como está a Africa? Como estamos nós de  verdade nos confins mais aterrorizantes, nos quartos lotados, nos mangues, nas ruas.
Somente reflexões para tentar  não pensar e esperar, esperar, esperar.
                

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