domingo, 23 de julho de 2023

Domingo

 Véspera de  segunda, recomeço do trabalho. Mesmo que sem os principais da história, os alunos, retomo com as invenções de  semanas  acadêmicas de  gosto duvidoso. Cada  dia mais parece que as  empresas querem que o professor seja  igual aos outros empregados, 40 horas sentado num banco olhando as palestras   que nos  professam. Esquecem que o preparo das   aulas demanda muito mais que  uma semana, que é  dia a  dia, com bibliografias, com exercícios, com  invenções  didáticas que cada um faz  de acordo com  sua própria  metodologia.

Cada  professor constrói seu método, sua forma particular de ministrar seu conteúdo, não há uma única forma, não há metodologia ativa  vinda de fora, que  vai mudar isso. Muitas empresas agora vendem uma espécie de   fórmula tipo: aprendizagem por projeto, por estudo de caso, tudo  balela,   que  não pensa no que é o discente brasileiro, que não pensa na  diferença entre os curso e habilidades.  No entanto,   depois de  comprar seus  pacotes  fechados os  gestores   nos impõem os  modelos sem considerar a  especificidade de  cada coisa. Não sei  onde  vamos... Sei que  com isso cada dia os professores tem mais trabalho  bruto e os alunos menos  sabem...  O que virá...         

sábado, 22 de julho de 2023

Ilha



Fotografar é uma das coisas  que gosto.  Fotos despretensiosas  que só miro e clico  e que depois revelam  toda a sua beleza. Beleza  que  meus olhos no momento não detiveram de pronto.
Os tons de azul  misturam  céu e mar, como se esse mar da  bela baia que parece uma boca banguela,   no dizer de um certo visitante,  não estivesse poluída.
No fundo da baia outras  cidades  são pelo mar banhadas.   O verde das montanhas, a pequena nuvem branca que passa extasiada com  os tons de azul. E a luz, que luz é essa  de inverno?.
Aos poucos a quentura é substituída pela brisa fresca.  Deitada na praça  em construção imagino esse mesmo lugar   em 1923 ou em 1823,  antes da Moreninha, mas já um lugar aprazível .  Certamente a morena se banhava nas águas hoje proibitivas.
 Eu construo memórias, meu amigo as repassa.  Revê seus caminhos, traz a mente, espero que boas lembranças, que o tempo deixou escondidas. Fotografa também. 
E o dia vai passando, daqui a pouco é hora de partir,  e a Ilha  vai ficando para trás, na junção do céu e do mar,   da vida que segue e da vida que foi.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Mulheres avante!!

Escuto uma amiga dizer de sua saga ao criar 2 filhos sozinha. Paro penso, que lida. Sua VIDA simplesmente para, para que a outra vida  chegue a um ponto que consiga ir sozinha.  Que homem faz isso? Não conheço nenhum.
Outra que descobre um processo de degeneração na vista, sozinha se mantém, ajuda aos pais, fez a vida na luta, na batalha. Sem filho ou marido.
Outra ainda, saída de uma relação abusiva de 20 anos, refazendo a vida com um bom emprego, mas por vezes perdida nas contas, sobrecarregada com 2 filhos complexos para defender.
Outra amiga ainda, difícil de lidar, nada gosta, nada quer, não consegue decidir o que vai comprar para morar.  Muito pior se estivesse na rua.
Um amigo workholic, com bournaut, ou outras coisas. 

Outra, outra, outra.  A vida dos outros,  é uma fonte inesgotável de coisas.   A minha também, mas talvez pensar mais na dos outros  faça mais sentido que se  punhetar  com acontecimentos irrelevantes de minha própria história.
Fase complexa.

A guerra entre o dragão da emoção e a medida da razão

O título nem diz tudo,deveria ainda falar sobre o tormento da ilusão. Essa mais  complicada porque ela é quem te engana. Você sabe que é uma imagem falsa, mas mesmo assim te causa sentimentos.
O cinema trabalha com a ilusão todo tempo, a imagem aparece , te cria expectativas,   sensações que finalizam 1h40m depois, qdo acaba o filme. 
Na vida tb é assim. Mas por que?  Talvez sejamos mto carentes de  certas emoções. Sei que fico o tempo todo tentando racionalizar as emoções para me justificar e dar algum tipo de  resposta que esperam de mim.  Essa criança que não se cansa de querer aprovação de todos,parece que ainda não cresceu, mesmo nessa idade.
Se ilude, se deixa levar,  fica quieta, para não ter que aceitar que a todo tempo se desilude.
O problema  é de ambos os lados. Só o coração prega as peças. Confunde, deixa rastos,  dóiiii.  
Certas  coisas são como substâncias químicas,  não podem ser privadas pois  elas são gatilho. Não é que são boas, maravilhosas,  nem são, mas promovem estragos  que  para apagar são lentos.

O que vc quer?  Vc sabe?  Vc tem que saber?  Ou vc queria saber e por não  conseguir fica bolada. 
O que vc quer responder para si mesmo sem passar pelo filtro  de olhares externos? 
 O que o olhar desse outro  tb te diz?  Nada!!  Inconsequente como sempre foi, brinca  com fogo , e queima o outro. Sai ileso? Sai ileso? Sai ileso?????
Quem vai perguntar.  Certamente diz que foram as substâncias que fizeram isso.
Tudo simples,racional, melhor esquecer. Já tem 7 dias... reza a missa!!!





terça-feira, 18 de julho de 2023

Vale do amor,o que vale no amor?

Ah ! o amor, será que sabemos mesmo o que é isso?  Ou tudo é tão confuso que passamos a vida  sem saber.
Um vale, numa experiência ecumênica, onde o amor  universal é o maior e a mais importante forma de amor. É amar a todos,a tudo e sobretudo a vida e o que ela tem a oferecer. Esse sim o verdadeiro amor. Tirando esse, o resto  é posse,  é  apego a algo ou alguém,é querer para si mesmo  algo que de fato talvez seja inatingível. E o pior é que nós  nos prendemos a isso durante todo caminho e vamos saltando de pedra em pedra para chegar ao fim,  às vezes sem saber onde íamos ou queríamos ir.
Não sei onde vou, vou. Caminhante não há caminho ele se faz quando estamos caminhando. A vida vai levando pela vereda que ela escolhe. Do amor ou da dor. Mas a dor precisa ser entendida para deixar de ser dor. A dor do ego não é dor de amor. A dor do desentendimento, da dúvida,  da não compreensão ,  da desilusão,  que é quando se cria expectativas. 
Seguir no caminho... deixar as paisagens passarem,  observa-las, senti-las, deixa-las ir.  Assim é a vida, veio, foi , veio, foi, tempo , tempo, tempo , sempre rindo de mim.


segunda-feira, 17 de julho de 2023

Só sei que foi assim





 E foi  mesmo!  Não  mexi,  não seduzi, não falei, não tinha  intenção de  fazê-lo. Era  a primeira  vez que   depois de anos  ficamos a  sós conversando. Não, talvez  pudesse  ser dialogo, não  foi, ou muito pouco foi.  Ele monologando com sua  própria consciência, fala, fala e fala. Bebemos, fumamos e  bebemos e  fumamos, não muito 2 garrafas de cerveja, meio copo de vinho, uma  pizza. Não sei se achava que eu não ia a sua caverna.  Eu chamei para minha antes, na certeza de que na ultima hora não iria e nem sairia.  Mas me chamou, sem fazer nada eu fui.

Muitas falas, música velha,  pediu sugestão, falei um grupo,  ele colocou a música que  pensei do  grupo. Casa  bagunçada, mas na sua  caverna o primata se  sente  seguro. Pode comandar, pode ser o que sempre  foi.

Estranho, no meio do nada, atravessou na minha frente parou, de propósito colocou seus  olhos em frente ao meu, eu não recuei, mantive o olhar, disse algo como cobrança, não escutei, pois ele falava para si mesmo. Depois saiu, voltou, parou na frente, não olhei para cima. Ele em pé eu sentada, ele na minha frente. Encostei meu rosto na sua  barriga levantei com dente sua camisa  e.eu tinha um chapéu na cabeça. 

Dava  tudo para  saber o que pensou. Certamente   diz para  si mesmo que estava chapado.  As pessoas  são estranhas...

 

sexta-feira, 14 de julho de 2023

A "long time ago"

De fato faz tempo. Dizia ontem para  um amigo, que minha necessidade de escrita pessoal surge quando estou atormentada.
Como  vivo um momento tranquilo, sem tormentas do meu redor, na calmaria antes do descobrimento,  nada me surta para  escrever.  Escrevo textos acadêmicos que, por si só, me excitam  na descoberta, ou melhor, na reelaboração  das palavras para dizer o que já foi dito. Afinal  é isso ou não é.  O texto acadêmico é assim, lemos a vera, paramos, pensamos e reescrevemos.   Quando digo  que depois de Homero ninguém  escreveu mais nada,  é mesmo por aí.  Somos todos medíocres,  exceto uma ou outra pesquisa nova. Tudo é  mais do mesmo.
Eu de fato não sei como  pode ser o povo avaliado. Meu amigo diz que os avaliadores  não leem, ou leem na transversal. Será????
 Pode ser que sim. Todo mundo buscando ter o  máximo do senhor Lattes.
Gosto do exercício, não faço pelo nota  do senhor acima nomeado.  Ele pouco me interessa. Na idade que tenho,  na universidade pública não chego mais. E se lá tivesse chegado certamente poderia produzir mais. Mas eu não era do AA,  amigos dos amigos,  daí  a porta foi cerrada.
 Nem sei porque falei tudo isso.   A sim, a escrita,  o frio, e todo o resto.