O que mais incomoda é a ausência. Mas de verdade, ela é melhor. Ela faz esquecer e depois olhar diferente. Você tá gordo, feio, mal vestido. Uma vez achei um cara tão pequeno que desconfiei dos meus óculos na época que estava com ele.
Mas eu te vejo. Não, eu não te vejo, eu te imagino. Mas você nunca foi na real aquilo que eu imaginei mesmo sem querer. Não correspondeu ao que sonhei, ou que pensei que sonhei. O que eu esperava de ti você não foi, não fez e ainda inventou o que fez. Talvez eu saiba o que você pensa de mim. Ou melhor, eu sei a narrativa de mim que você criou para si. Uma grande mentira que te contenta e te protege de mim, com quem você não consegue lidar porque te tira da área de conforto. Talvez eu seja o espelho que reflita( pelas palavras que falo) para você aquilo de ti que você não quer ver. Por isso, eu te assusto. Você me ama, mas não sabe me ter. Não se sente seguro, se enrola, se contradiz. Eu te mostro seus defeitos que você não quer ver jamais, daí fugir é melhor. Um ser que não consegue olhar o outro apenas a si mesmo, sem no entanto se entender.
Entendi que você precisa de controle e é um controle esquisito, é um controle pelo amor que o outro tem a você. Na sua louca mente, você tem que sentir que o que o outro sente é uma devoção por você e para isso você testa o outro, testa o amor do outro por ti. Para o outro sempre estar aos seus pés. Mas quando o outro saí desse hipotético controle seu, você pira e foge antes do outro sair.
De fato é um mecanismo estranho. Percebo agora isso e acho que de verdade você nunca amou ninguém, não a mim, não a elas outras, todas foram eclipses de amor ou um cometa. Acho que é isso, termo legal, talvez o tempo da paixão.
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