sábado, 31 de agosto de 2024

Da janela

Não é  da janela lateral, mas da frente que vejo um grande hotel que foi sem ter sido,  ser demolido.
O vazio que se mostra  não simboliza  nada, pois como disse,  não foi nada.  Não é o vazio de um memorial, como dessas cidades que viveram a guerra.  É apenas um vazio temporário de onde se vê nitidamente o prédio da outra rua com suas janelas laterais.  Algumas acesas outras apagadas. A maioria fica apagada e fechada. Talvez por causa da poeira da demolição.  Entretanto,para os moradores que lá vivem deve ser  bonito ver esse prédio antigo, de construção de inspiração alemã  do início do século xx , pela janela. Antes esses moradores não tinham vista, nem sol, especialmente os andares mais  baixos. Hoje eles não só tem o sol da manhã que aquece os apartamentos como a vista livre.
A Cidade cresce,crescem os prédios, cresce a população. Aos poucos a mata vai sendo escondida pelo concreto  e nós  que viemos para ver o verde somos  sacrificados.
Todavia para um voyer a imagem é boa.  Parece que estamos num filme de Hitchcock, "Um corpo que cai" a bisbilhotar  a vida alheia. Só espero que um corpo não caia. Mas uma boa cena viria a calhar.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário