De tudo que levamos da vida, quando chegamos ao seu meio, sendo muito otimista de viver 100 anos, algumas coisas demoramos a aprender, outras aprendemos com tanta intensidade que basta um minuto de aula para que refaçamos toda a nossa história e pensemos, que para frente será tudo diferente.
Às vezes um ato ruim que sofremos dura um instante e causa marcas para sempre que ficarão como tatuagens.
Assim também acredito seja com o amor e suas dores.
Por duas vezes até hoje tive a oportunidade de me expor a alguém pedindo uma chance. Nas duas, a chance foi negada, e o estrago havia sido feito. Dor absurda que fez tremer todos os alicerces de mim. Dor física e psicológica. Não sei se todo mundo que passa por isso sente igual. Mas é F maiúsculo.
Escolada por essas vezes, uma aos 25 e a outra aos 35 mais ou menos não saberia mais como seria vivenciar tudo de novo.
A tecnologia então socorre o indivíduo medroso. A mensagem gravada esconde atrás de si o medo da voz, a covardia em não se expor de maneira categórica. Na mensagem não tem o interlocutor para dialogar. Falei sozinha por 15 minutos de reflexão. Como se escrevendo com a voz tudo o que pensava. Ponderando,rebatendo comigo mesma e com o ser imaginário que estava na minha frente.
Sem o som das palavras alheias pude mostrar o meu ponto de vista. Pude me emocionar e falar da beleza que eu achava que tinha.
Exaltei a clareza e fui. Nada que não tivesse por base uma taça de vinho do almoço de confraternização.
Todavia foi o que tinha que ser. Eu precisava dize-lo, pedir para que pensasse, que não respondesse imediatamente. Que pensasse, eu não aguentava mais guardar dentro de mim tudo aquilo e se deixasse só me faria engasgar.
Falei, chorei, analisei, pedi, e pedi bonito.
Se serei atendida, não faço idéia.
Talvez não, talvez sim. O que sai da minha boca é karma meu. O que sai do outro é dele. Quanto a mim fiz tudo que eu podia fazer para tudo ficar bem.
Engoli meu orgulho e o medo, ou meu coração, e meu corpo. Um pouco de razão também. Mas bem pouco.
Sem orgulho, sem vergonha mas com muita ciência e amor próprio.
Se dará certo, não tem como saber. Surgiu a minha voz de um não ouvido.
Ouvido não, escrito. Também o outro tem medo.
Enfim, será o que será. Só sei que da forma que for será feliz. Junto ou separado.
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