terça-feira, 12 de dezembro de 2017

E foi assim - o que não tem remédio remediado está.

De tudo que levamos da vida,  quando chegamos ao seu meio, sendo muito  otimista de viver 100 anos, algumas coisas demoramos a aprender,  outras aprendemos com tanta intensidade que basta um minuto  de aula para que refaçamos toda a nossa história e pensemos, que para frente será tudo diferente.
Às vezes um ato ruim que sofremos dura um instante e causa marcas para sempre que ficarão como tatuagens.
Assim também acredito seja com  o amor  e suas dores.
Por duas vezes até hoje tive a oportunidade de me expor a alguém pedindo uma chance. Nas duas, a chance foi negada, e o estrago havia sido feito. Dor absurda que fez tremer todos os alicerces de mim. Dor física e psicológica.   Não sei se todo mundo que passa por isso sente igual.  Mas é F maiúsculo.
Escolada por essas vezes, uma aos 25 e a outra aos 35 mais ou menos não saberia mais como seria vivenciar tudo de novo. 
A tecnologia então socorre o indivíduo medroso.  A mensagem gravada esconde atrás de si o medo da voz, a covardia em não se expor de maneira categórica.  Na mensagem não tem o interlocutor para dialogar. Falei sozinha por 15 minutos de  reflexão.  Como se escrevendo  com a voz tudo o que pensava. Ponderando,rebatendo comigo mesma e com o ser imaginário que estava na minha frente. 
Sem o som das palavras alheias pude mostrar o meu ponto de vista. Pude me emocionar e falar da beleza que eu achava que tinha.
Exaltei a clareza e fui. Nada que não tivesse por base uma taça de vinho do almoço de confraternização.
Todavia foi o que tinha que ser. Eu precisava dize-lo,  pedir para que pensasse,   que não respondesse  imediatamente.  Que pensasse, eu não aguentava mais guardar dentro de mim tudo aquilo  e se deixasse só me faria engasgar.
Falei, chorei,  analisei, pedi, e pedi bonito.
Se serei atendida,  não faço idéia.
Talvez não, talvez sim. O que sai da minha boca é karma meu.  O que sai do outro é dele. Quanto a mim fiz tudo que eu podia fazer para tudo ficar bem.
Engoli meu orgulho e o medo,  ou meu coração,  e meu corpo. Um pouco de razão também.  Mas bem pouco.
Sem orgulho, sem vergonha mas com muita ciência e amor próprio.
Se dará certo,  não tem como saber.  Surgiu  a minha voz de um não ouvido.
Ouvido não,  escrito. Também o outro tem medo.
Enfim, será o que será.  Só sei que da forma que for será feliz.  Junto ou separado.

 

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