Assistindo ao filme Yoga -arquitetura da paz escuto que o objetivo da vida é o auto conhecimento! Paro, penso, medito e vejo sentido nisso.
De tudo que conquistamos na vida, no fim só o sentimento é que fica, verdade que qualquer tipo de sentimento. Mas nada mais carregamos e se foi bom partimos bem, se foi ruim, também é possível que partamos mal.
Mas o pior deve ser partir arrependido. Arrependimento de não dizer, de não amar , de não se doar ou permitir.
Vamos nos permitir, diz o Lulu.
Permitir o que? Permitir ser quem somos, e para ser quem somos precisamos nos conhecer. Aí o ciclo fecha.
Nossa sociedade é tão cerceadora de sentimentos que hoje as pessoas acham que podem dizer qualquer coisa aos outros. Esquecem que ter liberdade não é isso. Ter liberdade é acima de tudo ter discernimento.
Como a paz, a liberdade vem de dentro, o ser atormentado não pode ter nem um, nem outro.
E de novo isso vem do sentir, de se conhecer e voltar ao estado de luz e paz para ser livre.
Dizem que é o estado essencial, o da essência.
Buscar a paz não é fácil, demanda muita coisa que hoje não temos ,já que vivemos no mundo cheio de penduricalhos , de coisas para fazer,de coisas que não resolvemos e que nos acompanham pela vida, e de coisas das quais fugimos.
Por isso é tão difícil , tão complexo e complicado.
Temos tendência em achar que a culpa é sempre do outro, da vida , do etc e tal, mas o filme, a monja e em qualquer filosofia antes de qualquer psicologia, já nos dizia que é nossa sempre a culpa.
Não digo aqui culpa no sentido cristão de ser, porque esse implica toda uma formação e punição que só estraga mais ainda. Mas no sentido próprio, de você não querer e aquilo mesmo assim acontecer a sua revelia. E embora aconteça a sua revelia você precisa assumir certa punição menor, por isso. Ou por nossa omissão ou ação, mesmo que não intencional.
Juridicamente a diferença entre o doloso e o culposo.
E o sentido da vida, da busca, é então esse de saber quem sou eu, o que posso, e qual a minha responsabilidade, e o auto conhecimento, serve para isso, libertar.
Estar só para descobrir-se é possível, mas não em momentos de festa, não em momentos com o outro , pois esse também faz parte de nós, da nossa existência.
Fácil é ser santo sozinho. Difícil é ser santo a dois ou em família.
O outro saber mais de nós ,que nós mesmos, incomoda.
Incomoda tanto que às vezes fugimos dele. Sua presença representa as vezes para nós o próprio espelho. E quando não estamos bem, em paz conosco, olhar no espelho é por demais dolorido.
Na vida, nós, nos colocamos em situações que somos espelho. E quando o outro nos olha e vê em nós as suas falhas e omissões ele não consegue ficar.
Não porque ficamos falando,ou cobrando, ou por fazermos alguma coisa, mas porque quem olha saiu do lado escuro e viu a realidade, viu o reflexo de si mesmo.
Como se ele jogasse para nós o que ele é. Nós não somos , mas o outro nos vê assim. JOGA o que ele sente como se nós é que sentíssemos.
A mente humana é terrível. São muitos mecanismos.
Por exemplo, eu penso A, o outro não pensa A, pensa B, mas eu não consigo ver que ele pensa B, porque eu me reflito nele e só consigo enxerga-lo pensando A. E não B, como ele realmente é.
Isso é causa de inúmeros conflitos, separações entre casais.
E é necessário muita reflexão para sair da cilada da mente antes de destruir tudo.
A mente do cristão se vangloria de sentir culpa. E mesmo assim nada faz para dela ter conhecimento e supera-la. Apenas paralisa o indivíduo,tornando-o doente,apático e se punindo eternamente. Ou seja, enquanto o ser não se livrar dessa culpa vai viver o inferno terreno. Por mais que fuja aquilo estará sempre ali numa voz vociferando - vc destruiu,vc se omitiu,vc fugiu,vc não assumiu e mais uma tonelada de verbos.
Importante por isso é se olhar e olhar o entorno, e se livrar a partir de um auto exame. E acima de tudo se perdoar.
Perdoar de verdade e perdoar os outros. Não da boca para fora ,mas de coração mesmo. Deixar ir. Só assim a paz virá e com ela a liberdade de ser de novo luz.
Blog que traz um pouco de reflexão sobre o momento em que vivemos. Um pouco de riso, um pouco de dor, um pouco de expressão. Também tem alguns textos já publicados em outros lugares. Aproveite a leitura, deixe seu comentário e compartilhe.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
Ser quem sou sem culpa.
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