segunda-feira, 30 de abril de 2018

Sempre o medo!!





Resultado de imagem para metamorfose


Muito tempo  da vida passamos sem entender nossa própria forma de agir e pensar. Vivemos mesmo na ignorância  existencial. Encontro-me nesse grupo que  nunca tem certeza de nada, que sabe que não  sabe nada, que  é  a mais pura dualidade do ser, e não  é  a toa que tenho dois duplos no meu mapa : libra e gêmeos.  O que segura a peteca é  a lua em touro.
Mas sei que apesar  de tudo isso,  a maior barreira é  o medo. Medo de sofrer,  medo de não  dar conta, de ter feito tudo errado por causa da  perseguição  da ansiedade.  Acho que os dois agem junto, fazer tudo rápido  e nem sempre com precisão  e corretamente, porque parece que meu tempo vai acabar amanhã.  Sinto de verdade  cada dia como menos um. Por isso  ultrapasso barreiras correndo,  não  dou tempo às pessoas, quero resolver tudo para ontem.
E isso em vez de ajudar, sempre acaba prejudicando porque me tira a capacidade de avaliação  clara das coisas. Erro e erro feio. Perco coisas por causa disso.  O tempo das pessoas é diferente, sempre é.
Mas  vou  tentando melhorar isso.  Principalmente hoje, cada dia uma mudança diferente, uma metamorfose ambulante. Quem me  viu ontem, não me conhece mais hoje e por aí vai. É só a chance de ver!!

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Um elefante!

Na sala meu elefante, tenho vários  em casa. Acho que se Eu nascesse bicho seria um bem  fofo que gosta de se lambuzar na lama,  que  mergulha intensamente na lama vivendo o bom e o ruim dela. O bom é  que pode ser quentinho, o ruim é  que gruda na pele e é  brabo retirar.
Assim como muitas outras coisas que nos surgem pelo caminho da vida.  Coisas que   paramos e perguntamos  para que que isso cruzou o meu caminho? Certamente  se for apelar para o lado místico  deve ter um porque,  mas até  agora eu estou esperando que esse lado se descortine .
Você  passa uma vida toda sem ver  alguém  do passado e quando a pessoa surge na sua frente  em vez de ser para  crescer e ser feliz , é  para bagunçar,  tirar do eixo e ir embora te deixando  na furada.
Carvalho, gritou  Josefina,  para que isso meu filho?
Se você  não  sabe o que quer , se não se  responsabiliza por nada para que busca? No mínimo  Carvalho,  é  uma aberração, uma falta de respeito, uma inconsequência.
O que Carvalho,  vais fazer? Como  podes ser tão zé. 
Carvalho tu vais alimentar raiva  em muita gente.  Explica -se por seu comportamento  fugitivo o porquê de te chamarem fraco e irresponsável.
Carvalho fizeste a vida de caso pensado? Serás  tão  louco assim? Que é  possível, é.  És  um rato que assusta elefantes. Tem cara de bonzinho mas provocas um estrago  temeroso.
Carvalho precisas  tratar de se redimir. 
"Tendências" de Dona  Ivone Lara.  Coisa linda Carvalho.

Natureza viva!!!

domingo, 22 de abril de 2018

É preciso perdoar ou esquecer ?

Era a personagem que bradava -Qual seria a diferença entre  essas duas  ações ? Se esquece, a coisa tem hora que vem a tona de novo.  Se perdoa ela também  vem mas a pessoa deixa pra lá.
Acho que nem um,nem outro. Certas horas não  se consegue digerir. Ainda mais quando a furada acaba na  sua mão.  A mão  que mais se colocou a disposição  para ajudar  é  a mais  penalizada.
Quem mais lutou  para ver o outro progredir, porque assim  ele queria, quem mais fez as vontades  e desejos do outro, tudo na  boa intenção,  é  o mais  devastado . A perda material grande demais, consumiu e ainda continua  a consumir. Prejuízo  jamais imaginado ultrapassa a casa, os dígitos. Eu compraria uma boa casa.  Prejuízo  emocional. A própria pessoa  que foi displicente, omissa, prepotente e teimosa abandona a causa e continua sendo omissa e deixa tudo, o material e o emocional para aquele que investiu  material e  amor resolver.
Me pergunto se essa pessoa consegue dormir tranquila?
Sinceramente eu não  creio que consiga, se for  alguém  em plena consciência  de tudo. Mas se for  um fdp,um alienado e egoísta   inconsequente  aí  sim deve dormir feito um anjo, só  baseado no fato de que não  teve intenção.
Passa pela mente de todos que ele apenas usufruiu e como  ele a nada se apega e a nada se prende , tudo  foi só  uma besteirinha no seu percurso e eu que me dane gastando tudo que ganho resolvendo.
É, talvez eu realmente nem esqueça  e nem perdoe , enquanto isso  ainda estiver em minhas  mãos.  A cada dia que preciso pagar, pagar , pagar fruto de  um desleixo  de alguém  que não  aceitou que estava doente e se omitiu por completo, me dá uma gastura. Rezo para eu eliminar todos esses sentimentos de mim.  Para eu não  pensar o duro que dei durante anos para fazer um patrimônio, para ser consumido  sem poder usufruir nada. Nem mesmo de uma relação, que pode ter sido falsa.
Se assim foi, tudo ilusão minha,  a vida se encarregará de dar  a reação, se não  foi nada disso , uma hora ele acordará.
Eu por mim só  quero é  esquecer e perdoar,  e olhar para adiante sem me apegar ao que não  vale a pena.
Que São Judas Tadeu  ilumine essa situação. E possa ser feliz e  ir por outro caminho a partir da resolução desse problema maior.
Mas calma, caminhos são  abertos na adversidade.  A luz só  chega na escuridão. 

quarta-feira, 18 de abril de 2018

De tudo um pouco e um pouco mais

Lembranças  que detonam lembranças e partindo  delas ressignificamos e entendemos  um pouco mais a vida.
Em 2016, conversando com uma amiga querida ela me indicou  um livro  do monge  beneditino Ancelm Grün. Hoje ouvindo a Monja Coen ela também  falou dele.
Olho e vejo o livro sobre a mesa da televisão  por pelo menos uns 5 meses.  Eu comprei o livro para dar de presente  para uma pessoa, eu  li e dei, mas a pessoa que eu achei que deveria ler na época  nem sei se leu ou leu poucas coisas, pois talvez não  conseguisse ir adiante.
Penso em como  muitas vezes nos esforçamos  para fazer as pessoas acordarem e  elas não  acordam. 
Muitas vezes somos tão  preocupados com  pessoas que amamos, que  nós  nos empenhamos em tentar  ajudar  a todo custo, nos esforçamos,  compramos livros, oferecemos estudo, oferecemos possibilidades, amor , apoio, compreensão e no final vemos que nada disso adianta se a pessoa  não  está  disposta a se ver.
Então  você  começa  a reparar que as pessoas  na vida estão  tão  presas e amarradas a determinadas coisas que  esquecem  mesmo de viver, de dar chance as coisas boas da vida, reclamam de liberdade mas esquecem que esta  está  atrelada a responsabilidade por si mesmo. E se estão doentes e não  aceitam ainda mais se acorrentam sem conseguir sair.
Determinados modelos culturais são  tão  arraigados  que  as vezes terminam por fazer sofrer, em  vez de ajudar  a viver.
Daí  vemos que cada dia mais  jovens se deprimem porque tem que cumprir as metas que os pais e a família traçaram  para eles,  e se eles fogem um pouco são  sacrificados pelo grupo. Não vistos,  vistos como falidos, como  indisciplinados.  E o pior é  que muitas famílias acreditam que assim ajudam.
É o que ocorre diz o monge , e afirma que serão pessoas  sem vida e  correm o risco  de quando se derem conta  ser tarde.
O Saramago  fala  que nunca vivemos um momento  como esse, que estamos na caverna de Platão.  No escuro com apenas  um  nesga de luz.
Mas existe esperança? Pode ser que sim se de verdade encararmos a nós  mesmos, as
nossas dores e desejos sem preconceito.
E aí o ditado é  certo,  as pessoas só  mudam se quiserem, se acordarem para isso  e se não  quiserem viver no auto engano a vida toda.
E quem tá  do lado as vezes acaba  também  sofrendo quando vê  que tentou e não  adiantou, que  se empenhou e não  adiantou e que fez tudo que podia e não  foi visto.  Restará  então a certeza de ter tentado.

domingo, 15 de abril de 2018

Simples assim


Série  por que, porque, porquê !!!!!


Se não era para ficar por que veio?

Se não era para  bancar por que veio?

Porque não  sabia que não podia

Porque não  sabia que estava perdido

Mas sempre soube o porquê

Mas nunca enfrentou o porquê

Deixe a luz do sol entrar

O filme  "Deixe a luz do sol entrar" , francês, com  a Binoche e Dupadier, que faz uma ponta  no final, abre para vários tipos de discussões  bem propícias  às  pessoas de meia idade.  O filme, mostra  como a solidão  das pessoas nas cidades modernas vai criando um novo tipo de ser. SER meio estranho, incompleto, abandonado por si e pelo mundo ao seu redor, triste.
O título sugere  um processo  de permissão, como se a personagem estivesse fechada e tivesse que se abrir para encontrar o amor que queria.  Não  sei se foi problema da tradução, mas o que mais a personagem  está é aberta.  O que talvez não  seja o problema em questão. 
Na verdade, as pessoas  em termos amorosos ,para sair ficando são super abertas, o que elas não  se abrem é  para experimentar um outro tipo de relação  que saia do paradigma   mais que batido de casamento,  de construção , de formação  de família etc.
Não  é  que o modelo antigo dos pais não  valha mais. Mas ele  não  é  o único que pode dar certo.
Às pessoas se apegam a um único  modelo e quando não  tem aquele sofrem porque não  conseguem ver que podem ser felizes de forma diversa.
Acho que é  o caso da grande maioria das pessoas  que busca um parceiro naquele   modelo clássico.
Os aplicativos de encontro se desenvolvem a todo vapor para tentar promover os encontros, mas  o que mais vemos são resoluções  de pulsões que no final deixam um grande vazio nas pessoas e elas continuam se sentindo sozinhas.
Observo que com as mulheres a coisa ainda é  um pouco mais dolorida. Os homens de meia idade  querem as ninfetas e as mulheres  passam a se sentir fora do quadrado. No estado da invisibilidade. 
A mulher do filme é  uma artista,  tem vários  homens a rondando mas nenhum a completa. Simplesmente porque  essa completude tem que vir de dentro e não  do homem  ou parceiro da vez, seja lá  o sexo que for.
No fundo é a grande incompletude  humana  que  é  o tema da história, o que sempre existiu, mas parece mais presente quando somente satisfazer o desejo não  dá  mais conta  de resolver.
Não  sabemos ainda onde esse caminho vai dar. Mas seria interessante nos desviarmos dos padrões eternos  impostos culturalmente pois eles nos cegam determinadas vezes.
Essa é  a nova questão.  É oxalá  nós  aprendamos a lidar com ela antes que seja demasiado tarde.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Poematizando

                                 I

Era abril,
Não  foi despedaçado.
Mas era 8/4/88.
Eram de 4/68 e 8/68
Depois foi de novo abril, 2014.
Será  que sempre será  abril?
2018,  em abril fez 30 anos.

                                  Il
Em  tempo, nosso tempo foi marcado.
Mas o que é  o tempo?
Quanto tempo se espera? ou quanto tempo se é  possível esperar?
Se espera o tempo que o tempo tem para te esperar.
Quando, não  sei. Se virá  também  não Sei.   
Só  sei que o desconexo das razões podem ultrapassar  aquilo que ficou tão  guardado que não  conseguiu ser pelo tempo apagado.

                             III
E como não  se apaga de todo  o sempre fica sempre a sensação  de não  ter sido.
Empolga saudades da ilusão.
Maltrata o coração.
Mas não  dá  o braço a torcer.

                              IV

Procurado :
Diz que não  sei.
Diz que não  entende e não  pode.
Ou finge não  saber?

                               V

Se pergunta pelo A
Responde pelo B
Se não  pergunta
Responde o que  passa na cabeça.

                              VI
Se ouve que ainda te amam
Finge que não  ouviu
Responde que a paz o acompanha
Que a tranquilidade o atingiu
Que está deixando o outro viver a vida

                             VIII

Força  do vocábulo ?
Deixar o outro viver
Tem posse para deixar?
Como  alguém pode achar que alguém  tem poder para deixar o outro viver?
Melhor seria responder:
Estou vivendo.

                             IX
Capítulo semi final, semi temporal
Se tudo já  disse
Se tudo foi dito
Se tudo  ficou às  claras
Que mais se pode fazer?

                             X
NADA esperar
NADA,
esperar
Desconectar
Desentubar
Desamar
Somente o tempo, sábio senhor das angústias  será  capaz de eternizar.
Fiz tudo que podia
Dei, amei, resgatei, cuidei, declarei
Se  os ouvidos estão  com cera,
Se o orgulho e a vergonha  são  maiores que o amor, nada mais se pode fazer.
Termino com o começo. 
Toda espera tem tempo. Mas quanto tempo o tempo  tem.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Mais um capítulo

Se a cada dia escrevo mais um capítulo , o relógio  do tempo nos diz, menos um, menos um. Essa é  a cena  de Abril despedaçado, o filme.  
E na vida é  igual ao filme.
Cada dia é  menos um dia da existência, da espera ou seria desesperança?  Esperamos ou não?
Às interrogações   respondemos com a simples passividade  da calma, da tranquilidade de ser.
Mas quem é  assim? Eu?  Impossível. Se fosse não  estaria nessa infinita construção  de meus capítulos,  nem com um  vidro inteiro do mais popular tarja preta.
Se me acalma entrar na elocubração das palavras,   no labirinto  das ideias, para sentir certa  paz, por outro lado esse mesmo tempo vai passando e correndo e voando e deixando todas as repetições  para trás. Abro o mapa dos escritos e me deparo com um de 8 anos atrás  e parece que falo de hoje. Me assusto com a leitura que fiz do homem da vez,que parece  é sempre o mesmo. Me desequilíbrio porque  de fato acho que  mesma é  sempre a minha leitura. Não  haveriam dois homens iguais ou será  que todos  que vieram depois dos 20 anos eram uma espécie  dele mesmo, aquele dos 20?
E eu busquei ele todo tempo inconscientemente. 
Tô viajando eu bem sei. Parece roteiro de filme.  O filme da minha vida com aquela única  paixão  que tive.
Não  creio que ainda   terei mais alguma.  Nem sei se quero. Entendo agora distanciada o que a vida toda escutei dizerem da dificuldade de ultrapassar uma paixão  dessa monta. Você  ultrapassa ela dando uma rasteira,  mas quando  ela se levanta  ela te cobra o tempo lá  detrás  que certamente você  não  mais terá. Por isso  talvez muita gente permaneça  junto apesar de.
Para que serve isso  tudo?  De novo para tomar consciência  de que não  tem nada a fazer?
Ter ciência  de sua  impotência  diante do assunto  denominado amor.
Falo demais tudo que não  consigo entender e que tenho dificuldade de aceitar. Mas, com dificuldade  ou não, terei que entubar mais essa.
Falei hoje mais uma vez ,  mas de fato falei   por voz e não  escrevi.
Bem, diante de um término aos 50 que equivale a um aos 20, igual em sua forma, que  traz um desconforto o que se faz. NADA.
Como sempre, fiz tudo  que  dependia de mim. Falei, mostrei, abri meu  coração, minha dor, minha intenção.  Agora só  resta sair. Deixar o tempo passar.  Se nada tenho mais a fazer para convencer, tudo foi feito. Não  depende mais de mim a conclusão  da história.  Cabe ao plano astral. As energias   foram lançadas  agora já  não me cabe. Que seja feito o que for.

sábado, 7 de abril de 2018

Minha página no facebook

Retirei o face do telefone já  faz algum tempo.  Confesso que me senti tão  livre que  o "toc"  de ficar ali passando  aquela coisa passou.
Todavia hoje é  um momento  anormal dentro  da nossa história de país. País,  diga-se de passagem dado aos Golpes.
Logo,  tenho que entrar na minha página  de facebook e ver  como  ela é  democrática.
Encontro ali manifestações  de todo tipo. Dos radicais de direita e dos de esquerda.  Dos petistas,  dos ex-petistas traidos, dos anti-petistas, daqueles que se julgam acima de qualquer coisa vestidos de amarelo e daqueles que apenas  vão  com as outras. 
O fato é  que, independentemente do que pode acontecer , eu vejo que a rede é  o lugar que as pessoas se permitem mostrar sua  ignorância  política e não  só, sua alienação  diante do sistema globalizado mundial.
É o fazem sem   perceber o monte  de manobras  que existem  quando  se  pega um único bode expiatório para justificar suas posições  infundadas, ilusórias,alienadas da história  etc.
Fosse quem fosse, nunca se  justificaria violar a CF  para garantir uma  ausência no pleito eleitoral como querem fazer. Isso me parece desespero.
O plano que é maquiavélico, está  lá  no Príncipe, visa desmoralizar ,  jogar as traças  a reputação  do indivíduo,  mas como fazer  isso com o passado que a pessoa tem e com as redes sociais e a rua em clamor?
Lamento mas não  vai rolar,   podem até  cercear a liberdade mas muita água ainda vai  passar embaixo dessa ponte,
apesar da mídia  televisiva ficar 24h tentando entubar coisas que não  explicam   e só confundem by Goebbels,  o povo está atento.  A melhoria que teve e perdeu  em pouco tempo fez que acordasse. Pode não  ter ido  em massa  para a rua, mas sabe  que muita coisa está  por vir . Quem viver verá!!

Coerência ou incoerência?

Coerência ou  incoerência

 

O caminho a essa altura é deixar quieto, ou é berrar até que meu próprio eco se faça ouvir de um lugar longínquo.

Eu realmente não sei o que faço, se caso ou compro uma    bicicleta com ou sem marchas dependendo do esforço que eu queria fazer. Qual seria a solução? qualquer um diria a solução não  passa por essa que você está enganadamente  pensando. 

Mas se sei que estou enganada, por que  eu ainda penso?

APEGO eu mesmo me diria. Mas ter poder de me dizer, não quer dizer que eu pare de pensar e que não veja coerência no que penso ou falo. 

Eu atribuo tudo a algum mistério, alguma magia, alguma imaginação ou alguma loucura.

O tempo não existe e tal como todo resto que nos regula e é criado por nós.

Então eu pergunto, qual foi a razão?

Qual foi o motivo  que fez partir?  

Peço que me responda, ou responda para si mesmo do fundo da alma.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Ser o que se é ? Ou ser o que se espera?

Escrever  um mistério  é  escrever sobre  viver.  Viver  é  inexplicável  e implica a todo momento darmos significados a tudo.  Ressignificar, aprender a ver que as coisas são  mutáveis o tempo todo. E que precisamos ser como elas, independentemente do que nos é  ensinado como absoluto.
Tudo, e tudo  mesmo, é  relativo.  Relativo porque depende de outras coisas para acontecer. Do tempo,da época, da disponibilidade das pessoas.
Às  vezes  você  fica amarrado em uma situação  que te faz sofrer e você  não  se dá conta. Você  fica entubando coisas, você tem medo de sair  para não  descontentar  outros e você  provoca em você  mesmo o processo  violento de imposição da vontade alheia e não  da sua própria.  Não estou dizendo que devemos fugir,  jamais, mas que devemos saber identificar  o que é, e rever a situação de maneira real sem autoenganos porque temos responsabilidades pelo que criamos.
Vivi-se  às vezes toda uma vida dessa forma, sem se dar conta.  Sente-se desconfortável, mas como  o autoconhecimento  é  frágil,  não  consegue entender porque  acontece  o desconforto.
Outras  vezes,  num ato heroico a pessoa rompe o cerco, mas depois  volta correndo para o mesmo lugar  do desconforto, pois é  o que ela conhece e  prefere viver com o conhecido do que arriscar o desconhecido que pode fazer mais feliz ou não.
Tem famílias que são  esse lugar da proteção,  mas também  da opressão.
Se se deixa de fazer o que ela quer, a pessoa se sente culpada.
Mas como lidar com Isso? Ainda mais quando a mesma é  quem te dá   todo suporte?  Seja ele financeiro ou emocional.
Sendo  a dependência  é  real ou apenas ficção  da nossa cabeça?
Às  vezes nosso entendimento  é  tão  pueril que estacionamos numa idade tenra e vivemos toda a vida ali, achando que se fizermos diverso não seremos amados.
E isso é uma grande ficção de nossa cabeça.
Deixar de fazer algo que não queremos, não pode ser motivo para desamor dos que nos amam.
Somente famílias  neuróticas exigem isso das pessoas, pois preferem ver infeliz a deixar  que  a pessoa se encontre  fazendo o quer tem vontade.
" Cada um  sabe a dor de ser o que é",  e sofre-se para sair da dor do corte do cordão umbilical.
Sofre-se tanto  que por vezes não conseguimos sair. Ou se saímos e voltamos achamos que por dever temos que ficar ad eterno. Pior ainda se  voltamos em condições menos favorável  dependendo de alguna forma,  fragilizados. Aí tendemos como criança acuada a não mais sair da linha.

MAS nós,como ficamos? Sofremos.
O que nos resta?
Acho que reconhecer o processo é  o que nos resta e  a partir disso, conscientemente,  modifica-lo.
Não podemos passar toda vida  nos violentando.
Precisamos nos ver de verdade,  e implica em tirarmos  nosso  próprio véu, aquele que nos esconde de nós mesmos, sem medo de sermos o que  somos,  sem medo de sermos rechassados pelos outros. A nossa imagem real, precisa ser amada por nós, precisamos deixar de nos enganar achando que somos o que não somos. Só assim podemos ser mais autênticos e felizes.
Fazer nossas escolhas e sermos responsáveis  por elas, sem culpar o mundo e os outros. Causem elas a dor e alegria que for.

( quadro do Post  é de Marcelo A )

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Tropicalia

É  proibido proibir...
Demoramos muito  para ser livres, se é  que de fato  somos, então  por que proibir, por que cercear a vontade de falar e expressar o que se sente.  Poderiam dizer - para não  ferir o outro, mas quando se fala de si mesmo é  possível ferir  o outro?
"Eu quis cantar minha canção  iluminada de sol " ,  e como  o outro invade a nossa essência e se fere com ela e tem raiva dela e se descabela  por ela.
Mas e "se o oceano incendiar, e se cair neve no sertão" e se eu pedir para atravessar a ponte, vem ou fica?  O que de verdade importou?  E por que fostes? E não  quer voltar, por que não  esquece e atravessa a ponte  sem olhar para os lados. O que temes? O que pode acontecer que já  não  conheces?
Se ficou,  foi porque  ambos  quisemos. "Necessidade vontade!" Mas e quando um não  quer mais?
O que isso  pode representar?
E se , e se pedir, e se tentar, e se sonhar, e se recomeçar, e se experimentar?
"Ora ora pro nobis" -  queremos ser livres e nos prendemos  às  convenções, às opiniões de outros, às  palavras ditas  sem conhecimento de causa que nos limitam o potencial. E pior , nos prendemos   ao orgulho. É no fim  " desilusão, danço  eu dança você  na rota da solidão".
Ou não, eu danço. Mas o outro não  sei.
Eu  não  pretendo  DR, nem nada, só  queria estar.  Ter uma  possibilidade de fazer diferente, onde o ego mais consciente não  interferiria. Eu não  sei como é.  Jamais fiz  MAS  o outro já.  Acho que intempestivamente muitas vezes.
Em Londres  tudo que é  tropical é  exótico,  é  possível  hoje, quanto mais em 68.
Somos do ano que não terminou, temos mais em comum do que a vã  literatura pode supor.
O que fazer? esperar aprontar  ou tentar comprar pronto.
Não  tenho ideia  do que pode ou não, mas sei que eu não  quero mais ser o que fui, nem sentir o que me torturaVa que fazia parte  de mim mesmo e não  tinha NADA  com o outro.  Ah se outro soubesse e aceitasse que tudo  de mim mudou. Mas  e se o outro  não  quer?

Fazer o Que? Talvez esperar um pouco mais para falar. 

LONDON LONDON...