O filme "Deixe a luz do sol entrar" , francês, com a Binoche e Dupadier, que faz uma ponta no final, abre para vários tipos de discussões bem propícias às pessoas de meia idade. O filme, mostra como a solidão das pessoas nas cidades modernas vai criando um novo tipo de ser. SER meio estranho, incompleto, abandonado por si e pelo mundo ao seu redor, triste.
O título sugere um processo de permissão, como se a personagem estivesse fechada e tivesse que se abrir para encontrar o amor que queria. Não sei se foi problema da tradução, mas o que mais a personagem está é aberta. O que talvez não seja o problema em questão.
Na verdade, as pessoas em termos amorosos ,para sair ficando são super abertas, o que elas não se abrem é para experimentar um outro tipo de relação que saia do paradigma mais que batido de casamento, de construção , de formação de família etc.
Não é que o modelo antigo dos pais não valha mais. Mas ele não é o único que pode dar certo.
Às pessoas se apegam a um único modelo e quando não tem aquele sofrem porque não conseguem ver que podem ser felizes de forma diversa.
Acho que é o caso da grande maioria das pessoas que busca um parceiro naquele modelo clássico.
Os aplicativos de encontro se desenvolvem a todo vapor para tentar promover os encontros, mas o que mais vemos são resoluções de pulsões que no final deixam um grande vazio nas pessoas e elas continuam se sentindo sozinhas.
Observo que com as mulheres a coisa ainda é um pouco mais dolorida. Os homens de meia idade querem as ninfetas e as mulheres passam a se sentir fora do quadrado. No estado da invisibilidade.
A mulher do filme é uma artista, tem vários homens a rondando mas nenhum a completa. Simplesmente porque essa completude tem que vir de dentro e não do homem ou parceiro da vez, seja lá o sexo que for.
No fundo é a grande incompletude humana que é o tema da história, o que sempre existiu, mas parece mais presente quando somente satisfazer o desejo não dá mais conta de resolver.
Não sabemos ainda onde esse caminho vai dar. Mas seria interessante nos desviarmos dos padrões eternos impostos culturalmente pois eles nos cegam determinadas vezes.
Essa é a nova questão. É oxalá nós aprendamos a lidar com ela antes que seja demasiado tarde.
Blog que traz um pouco de reflexão sobre o momento em que vivemos. Um pouco de riso, um pouco de dor, um pouco de expressão. Também tem alguns textos já publicados em outros lugares. Aproveite a leitura, deixe seu comentário e compartilhe.
domingo, 15 de abril de 2018
Deixe a luz do sol entrar
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