domingo, 15 de abril de 2018

Deixe a luz do sol entrar

O filme  "Deixe a luz do sol entrar" , francês, com  a Binoche e Dupadier, que faz uma ponta  no final, abre para vários tipos de discussões  bem propícias  às  pessoas de meia idade.  O filme, mostra  como a solidão  das pessoas nas cidades modernas vai criando um novo tipo de ser. SER meio estranho, incompleto, abandonado por si e pelo mundo ao seu redor, triste.
O título sugere  um processo  de permissão, como se a personagem estivesse fechada e tivesse que se abrir para encontrar o amor que queria.  Não  sei se foi problema da tradução, mas o que mais a personagem  está é aberta.  O que talvez não  seja o problema em questão. 
Na verdade, as pessoas  em termos amorosos ,para sair ficando são super abertas, o que elas não  se abrem é  para experimentar um outro tipo de relação  que saia do paradigma   mais que batido de casamento,  de construção , de formação  de família etc.
Não  é  que o modelo antigo dos pais não  valha mais. Mas ele  não  é  o único que pode dar certo.
Às pessoas se apegam a um único  modelo e quando não  tem aquele sofrem porque não  conseguem ver que podem ser felizes de forma diversa.
Acho que é  o caso da grande maioria das pessoas  que busca um parceiro naquele   modelo clássico.
Os aplicativos de encontro se desenvolvem a todo vapor para tentar promover os encontros, mas  o que mais vemos são resoluções  de pulsões que no final deixam um grande vazio nas pessoas e elas continuam se sentindo sozinhas.
Observo que com as mulheres a coisa ainda é  um pouco mais dolorida. Os homens de meia idade  querem as ninfetas e as mulheres  passam a se sentir fora do quadrado. No estado da invisibilidade. 
A mulher do filme é  uma artista,  tem vários  homens a rondando mas nenhum a completa. Simplesmente porque  essa completude tem que vir de dentro e não  do homem  ou parceiro da vez, seja lá  o sexo que for.
No fundo é a grande incompletude  humana  que  é  o tema da história, o que sempre existiu, mas parece mais presente quando somente satisfazer o desejo não  dá  mais conta  de resolver.
Não  sabemos ainda onde esse caminho vai dar. Mas seria interessante nos desviarmos dos padrões eternos  impostos culturalmente pois eles nos cegam determinadas vezes.
Essa é  a nova questão.  É oxalá  nós  aprendamos a lidar com ela antes que seja demasiado tarde.

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