quarta-feira, 11 de abril de 2018

Mais um capítulo

Se a cada dia escrevo mais um capítulo , o relógio  do tempo nos diz, menos um, menos um. Essa é  a cena  de Abril despedaçado, o filme.  
E na vida é  igual ao filme.
Cada dia é  menos um dia da existência, da espera ou seria desesperança?  Esperamos ou não?
Às interrogações   respondemos com a simples passividade  da calma, da tranquilidade de ser.
Mas quem é  assim? Eu?  Impossível. Se fosse não  estaria nessa infinita construção  de meus capítulos,  nem com um  vidro inteiro do mais popular tarja preta.
Se me acalma entrar na elocubração das palavras,   no labirinto  das ideias, para sentir certa  paz, por outro lado esse mesmo tempo vai passando e correndo e voando e deixando todas as repetições  para trás. Abro o mapa dos escritos e me deparo com um de 8 anos atrás  e parece que falo de hoje. Me assusto com a leitura que fiz do homem da vez,que parece  é sempre o mesmo. Me desequilíbrio porque  de fato acho que  mesma é  sempre a minha leitura. Não  haveriam dois homens iguais ou será  que todos  que vieram depois dos 20 anos eram uma espécie  dele mesmo, aquele dos 20?
E eu busquei ele todo tempo inconscientemente. 
Tô viajando eu bem sei. Parece roteiro de filme.  O filme da minha vida com aquela única  paixão  que tive.
Não  creio que ainda   terei mais alguma.  Nem sei se quero. Entendo agora distanciada o que a vida toda escutei dizerem da dificuldade de ultrapassar uma paixão  dessa monta. Você  ultrapassa ela dando uma rasteira,  mas quando  ela se levanta  ela te cobra o tempo lá  detrás  que certamente você  não  mais terá. Por isso  talvez muita gente permaneça  junto apesar de.
Para que serve isso  tudo?  De novo para tomar consciência  de que não  tem nada a fazer?
Ter ciência  de sua  impotência  diante do assunto  denominado amor.
Falo demais tudo que não  consigo entender e que tenho dificuldade de aceitar. Mas, com dificuldade  ou não, terei que entubar mais essa.
Falei hoje mais uma vez ,  mas de fato falei   por voz e não  escrevi.
Bem, diante de um término aos 50 que equivale a um aos 20, igual em sua forma, que  traz um desconforto o que se faz. NADA.
Como sempre, fiz tudo  que  dependia de mim. Falei, mostrei, abri meu  coração, minha dor, minha intenção.  Agora só  resta sair. Deixar o tempo passar.  Se nada tenho mais a fazer para convencer, tudo foi feito. Não  depende mais de mim a conclusão  da história.  Cabe ao plano astral. As energias   foram lançadas  agora já  não me cabe. Que seja feito o que for.

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