Personagem
Compor um personagem não é fácil. É preciso que o conheçamos
primeiro para depois falar dele. Ele deve
um existência em nós mesmos para depois criar vida. Deve ter um que
de misticismo, um que de desconhecimento
também. Deve jogar tênis, e ser enigmático. Tem que se deixar penetrar e ser
intangível ao mesmo tempo. Tem que gostar de livros e amar as mulheres, mas
também judiar delas. Deve ser egoísta, se sentir o máximo e se sentir um merda.
Deve lembrar os personagens do Canetti, e ser rude como os de Borges. Deve
amar os jardins, e viver na torre para admira-lo de cima onde ele é
mais bonito.
Deve querer sair,
querendo ficar, chegar querendo sair, gritar querendo calar.
Meus personagens são assim,
reflexo de um mundo conturbado,
de uma garganta asfixiada, de um desejo reprimido, eles são sempre desejantes
na vida e na literatura. Constroem seu
mundo para si mesmo e não permitem que
ninguém entre, quando alguém ameaça entrar, eles reagem. Uma rebelião de
personagens, todos correndo desesperados a procura de autores que nem
sempre querem existir. 6/11/2009
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