quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Remexendo baú 2





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Personagem



Compor um personagem não é fácil. É preciso que o conheçamos primeiro para depois falar dele. Ele deve  um existência em nós mesmos para depois criar vida. Deve ter um que de  misticismo, um que de desconhecimento também. Deve jogar tênis, e ser enigmático. Tem que se deixar penetrar e ser intangível ao mesmo tempo. Tem que gostar de livros e amar as mulheres, mas também judiar delas. Deve ser egoísta, se sentir o máximo e se sentir um merda. Deve lembrar os personagens do Canetti, e ser rude como os de Borges. Deve amar  os jardins, e viver  na torre para admira-lo de cima onde ele é mais bonito.
Deve querer  sair, querendo ficar, chegar querendo sair, gritar querendo calar.      
Meus personagens são assim,  reflexo de um  mundo conturbado, de uma garganta asfixiada, de um desejo reprimido, eles são sempre desejantes na  vida e na literatura. Constroem seu mundo para si mesmo e não permitem que  ninguém entre, quando alguém ameaça entrar, eles reagem. Uma rebelião de personagens,  todos correndo  desesperados a procura de autores que nem sempre querem existir. 6/11/2009


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