Todo dia a mesma
coisa, vestindo sua saia rosa,sua blusa
de trabalho, trançando o cabelo negro e liso com duas tranças grossas, colocando seu chapeuzinho coco Rosa Maria
saí. Seu destino é o centro da ilha,
numa altitude de 3900, sofrendo
um impacto sobre a cabeça ela vai até a
escola do vilarejo para saber as ordens
do dia. Não só Rosa Maria todos do lugar
agem assim. Moram ali há gerações, cultivam o milho e a batata, base de sua
alimentação e também a coca, está imprescindível para viver naquele lugar. Se
não mastiga no canto da boca aquela folhinha sem caule, a pressão age sobre sua cabeça e é insuportável viver.
Por milênios tem sido assim, todavia agora há diferenças. Nunca a ilha foi tão
visitada, nunca se viu tanta gente
diferente, com roupas coloridas, sem
chapéu. Mulheres de cabelos curtos e calças. Eles buscam a
vista, buscam ver como somos o que fazemos, o que
produzimos. As vezes tem um ou outro que
fica na ilha. Resolve largar a vida e permanecer conosco. Mas não dura
muito, pois a altitude nesse lugar
expulsa a quem não está acostumado. A cidade grande mais próxima é Copacabana, ali
encontramos coisas que na ilha não tem. A ilha fica no meio do lago, Lago Titicaca,
o lago. Por sua enormidade já se pensou que era mar. Fica entre o Peru e a
Bolívia. Já foi alvo de questões de
fronteira, diplomáticas. Mas continua
ali como sempre.
20/11/2012
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