quinta-feira, 15 de março de 2018

Desculpa ,mil vezes desculpa

Cada vez que chegava e dava de frente com  aquilo que não conseguia resolver ela se desesperava.
Como podia sair assim do eixo? Como  deixava que   uma situação a desequilibrasse tanto.   Chorou como jamais  tinha feito, um choro tão doído que  não lhe cabia. Achou que fosse morrer com tudo aquilo.  Parecia  que tinha vindo para que fosse espezinhada,  cobrada, oprimida com toda aquela coisa.
Gritou e sua voz não vinha como  num pesadelo.
O que fez para receber isso? Como pode deixar isso acontecer?  Quisera apenas  ajudar alguém e estava agora sofrendo isso tudo por causa dessa mesma pessoa, que fez o que já tinha querido, se mandou  e a deixou com a bola quente na mão e agora é muito quente e vai queimando  tudo.
Caralho, não foi ela quem inventou a história,  por que tem que passar por isso agora?
O pensamento é confuso. Está sozinha para decidir e para sofrer. Já não bastava tudo que tinha perdido todo dinheiro empregado,  todo afeto colocado ali, todo empenho.
Não, não era certo.  Anos de trabalho gastos num sopro. 
A culpa que o outro tinha e que não  tinha,  que nem olhar olhava,  a doença  que cegava a todos.
Como pude, como pode?
Perdão, preciso  me perdoar e liberar o outro.

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