Era segunda, um dia qualquer. Ela não havia dormido e os pensamentos insalubres continuavam a perseguição.
Não sabia ao certo as motivações. Estava razoável, já tinha seguimentado e separado cada parte de uma longa história para finalizar o roteiro da vida, mas ainda não sabia que fim dar. Toda história tem um fim se dizia.Todo filme também.
Num impulso fez a personagem reagir depois de um dia de muita conversa. Ela achou que precisava ter um ato de esvaziamento. Abriu então o armário e juntou tudo que tinha colocando em uma caixa . A atitude foi soberba. Seria aplaudida por todos,fora a sugestão de alguém e como ela era assim suscetível, fez. Mas pecou no final, em vez de guardar para si o impulso benigno ou a dor atroz de ter que encaixar coisas de lembranças dolorosas, fez uma foto e compartilhou com com o dono das coisas.
A atitude dele foi a mais natural. Agradeceu, sem o menor esforço e disse o que quis e que ela talvez não quisesse ouvir.
O escudo da amizade soou forte com a pancada. Mas uma vez ela se perdeu de si mesma. Mas por que provoca? Por que é partidária do tratamento de choque? Que machuca e maltrata. E já não era a primeira vez. Masoquista seria ela?
Não suficiente ainda, no dia seguinte escreve uma carta. Culpa da tpm pelos sentimentos exacerbados e pelo destempero de falar dele com uma propriedade intuitiva. Por vezes falsa. Como saber se não o vê?
Ela sabe que precisa parar. Será que para encerrar a história precisa ter coisas assim tão impactantes. Parece que ela precisa a cada instante ter um corte para se auto convencer que o corte já foi dado, que agora tem que encaixar as coisas para continuar .
Todos e ele já sabem o que ela sente e como sente e mudar isso demanda tempo.
Todavia ela não mais consegue se calar. E ele, depois da carta responde, embora ela tenha pedido para não faze-lo.
Ele fala de um único ponto, talvez o menos importante . Mas reafirma que está muito bem.
Mas uma vez ela sente a distância e se desculpa, pois por mensagem é difícil de ver as emoções reais.
E se desmancha mandando uma música que surge na hora e que fala de certa dificuldade nesse processo. Mas o que ela não sabe é do impacto da leitura, é como ele reagiu a afirmativa dela de que não está pedindo nada e não está sugerindo volta, que nunca sugerirá. Que ele veio e foi quando quis. Isso ela nunca saberá.
Talvez agora, ela tenha dito para si o deve ser por hora. Embora a música remeta a outras coisas.
Bem, a personagem é ambígua, continua assim e de certa forma é a sua forma de ser.
A impermanência de suas decisões que não duram nem mesmo um dia. Mas é assim mesmo, personagem de vida própria em processo de reconstrução.
Tá na hora de dar um tempo, desfocar e acreditar que independentemente do que faça, o que tiver que ser será e não adianta querer para hoje o que é praticamente impossível de ter.
Só o tempo terá a resposta.
Blog que traz um pouco de reflexão sobre o momento em que vivemos. Um pouco de riso, um pouco de dor, um pouco de expressão. Também tem alguns textos já publicados em outros lugares. Aproveite a leitura, deixe seu comentário e compartilhe.
terça-feira, 6 de março de 2018
Sono, cansaço ,exaustão, tratamento de choque
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