quinta-feira, 8 de março de 2018

O dia de hoje...ser mulher

Entrei em sala para dar aula e fui surpreendida com o parabéns de um aluno sorridente. Não tinha caído a ficha do dia de hoje.   Dia da mulher.  Dei minha aula  e aproveitei para passar um curta sobre Pagú-Patrícia Galvão.
Cheguei em casa e  meu wat zap alucinado com mil mensagens de mulheres e homens . NOSSA! exclamei -Será que nosso dia de receber parabéns,flores, amores, direitos, respeito é só hoje?
A contar pelo número de manifestações que todas as mulheres estão mandando e recebendo nesse momento pode parecer.  Porque amanhã todos já esqueceram e continuam com as mesmas atitudes.
Vejo o dia de hoje como um dia  principalmente de luta, de consciência, não de festa.
A mídia propaga mil mulheres por todo canto, mas no dia a dia, não dá voz, pois continua propagando o modelo clássico que somente desfavorece às mulheres.
Vejo muito alarde para algumas questões que se colocaram nos últimos tempos e que acabam sendo mais discutidas  que a questão da mulher , que mais uma vez é colocada de lado e só lembrada no dia de hoje.  
Talvez não entendam que a nossa questão é a primitiva, e que uma vez sendo resolvida fará que todas as outras o sejam.
Se a sociedade respeita a mulher, o fato de que ser mulher é ser diferente,  respeitará todo o resto, que também é diferente. 
Se a sociedade tem leis   é para que homens e mulheres tenham os mesmos direitos.  Direito de ser diferente porque o somos.
Não dá para continuarmos brigando  para sermos iguais se somos diferentes.  Temos  é que ter direito às nossas diferenças. 
Quando penso nas histórias que tenho ouvido de amigas  que lutam o dia a dia para serem mulheres  em sua diferença me surpreendo em ver como a sociedade   ainda traz um olhar preconceituoso, racista, desigual  frente às pessoas.
As mulheres continuam com suas duplas jornadas,  continuam escutando de seus maridos e parceiros que eles às ajudam, mas não que dividem as obrigações da casa. As mulheres continuam sofrendo preconceito porque  não se casaram, porque agem com mais independência, porque resolveram assumir os seus desejos.  Sofrem preconceitos  dos próprios parceiros que não admitem  o que elas podem SER, porque competem temendo que seu poder seja tomado.
Mulheres que   sofrem violência psicológica todo dia quando chegam do trabalho ou no próprio trabalho sendo preteridas por homens  ganhando menos e ainda sendo assediadas.
São muitos os casos, as estatísticas não nos deixam mentir para a festa, mas  somos  guerreiras  continuamos  lutando, sabemos "a dor e a delicia de ser" o que somos; amigas, doces, responsáveis,  cuidadoras, amantes,parceiras, inteligentes, mas também, loucas,raivosas, hormonais, briguentas, leoas com a cria e simplesmente Mulheres .
Que nossa luta não seja só hoje,  que saibamos  que muito, mas muito mesmo ainda nos resta conquistar,ou melhor, conscientizar.

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