sábado, 10 de março de 2018

Voltar a conexão

A vida tem mesmo caminhos estranhos,  às vezes paralelos, outras bifurcados. Como o jardim borgeano de caminhos bifurcados e labirintos.
Duas coisas diferentes que talvez acabem num mesmo ponto, naquele em que buscamos uma resposta para a existência.
Não é a toa que nos damos conta num determinado momento, que temos que voltar para determinadas práticas que nos fizeram   bem uma hora lá trás.   Aí quando voltamos descobrimos que o corpo e a mente não esqueceram aquilo e   se lembram fácil do que era.
Práticas de mais de 10  anos atrás, respostas que tentavamos encontrar a todo vapor  e que certa hora abandonamos e que de repente só agora fazem sentido.
Essas coisas tem a ver com a necessidade de um caminho interior,  somado ao exterior. 
E tudo junto misturado nos dá um  sentido e paz de espírito.
Durante o tempo que me afastei da prática de Yoga,  de certas tentativas de meditação, de certas respostas em muitos livros de  linhas diferentes, de certa forma aquilo que eu tinha visto me alimentou e me fez existir bem até agora quando intensiono voltar.
E por que volto?
Como todo mundo,quando acho que meu equilíbrio ficou mexido,  quando acho que tenho que entender um pouco mais para ter resultados melhores. 
Não que tenha saído tanto assim daquilo que formei. Não,  não sai.  A base que criei foi sólida durante  há uns 10 ou mais anos atrás, me deu uma leveza, e uma paz de espírito boa , que foi testada nesses últimos 3anos.
Não me desesperei como aconteceu em outras vezes.  Tá bom que a maturidade ajuda, mas meu sentir já mudou muito.
Muda a cada hora,sinto a influência dos hormônios desde sempre e eles são fundamentais.  Lembro de um remédio que tomava e que deixou de ser fabricado  para tpm. Dizia  que tirava água do cérebro. Muito bom. Quando eu tomava o pensamento fluia.
Mas como meu pensamento se comporta hoje?
As vésperas do meio século,  não me sinto assim.  Me sinto com muito menos.  Diz uma estudiosa que agora entrarei na fase de crescimento   da curva da felicidade.  E já começo a me  preparar para isso.  Estou aprendendo a ligar o foda-se, principalmente com aquilo que me incomoda.
Se to  a fim de escrever  para um amor que perdi ,escrevo. Não vou mais me tolir,  ou agir jogando para ter cuidado, o que tiver que ser vai ser, gostando eu ou não.   Então não tenho nada a perder ou ganhar. Tô no neutro, então escrevo, mando e façam  o que quiserem com isso.
Escrevi, mandei.Se aproveitar bem, se não, amem. Tanto faz.
Imposição de certas coisas não me cabem mais.  Eu conquistei minha independência para fazer o que me for caro.  Não vou ferir ninguém, nem me criar karmas negativos . Mas vou sim falar o que sinto para quem eu gostaria de falar.
Nossos caminhos bifurcaram e não foi por ação minha.  Eu fiz tudo que estava ao meu alcance. Tudo bem que grande parte do meu sentir tem a ver comigo mesma , mas isso eu tô trabalhando. Em 4 meses  mudei talvez mais que em 10 anos e sigo mudando,elaborando reorganizando afetos e desejos.  A parte que falta é a que tem que faltar sempre, pois só não falta  a quem não vive. Rael , por Hanna Arendt diz que viver é estar na tempestade sem um guarda chuva. E  é  verdade  porque é perigoso ,  molha e às vezes cai raio. Mas se não tiver isso não energizamos e não mudamos,reformamos,hibridizamos.  Fazia tempo que o pensamento estava focado no outro e um simples movimento fez ele voltar para a existência.  Que delícia... pena que o outro não tenha conseguido disso compartilhar.  Mas é assim mesmo,  cada um no seu quadrado,quando tem maturidade para hibridizar as formas fazemos. Quando não dá, vamos sozinhos mesmo pois que o prazer é  o mesmo.

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