segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Historinha

História de mulher
 Certa vez perguntada sobre a vida ela respondeu que deveria ser mesmo assim. Mesmo assim dessa forma meio transversa que um dia é sim e outro é não, que não sabe o que é do amor e o que é da dor, que não sabe se a dor é real ou apenas química, que não sabe se ama ou cisma, que não sabe se o caminho é reto ou bifurcado. Mas parou, antes de acrescentar mais coisas olhou para frente, olhou para dentro buscando entender tudo que passou.Ninguém sabe a dor que tive, nem a ninguém interessa saber, cada um tem o é seu, ou está tão fora de si que não sabe. Entender o outro é impossível, tentamos e aceitamos quando temos amor. O que se espera do outro é sempre uma incógnita,o que se espera do outro é sempre motivo de frustração. Então por que esperamos? Talvez porque a vida seja espera e viver seja o que fazemos entrebo nascimento e a espera da morte. Mas não sabemos quando ela vem, mas mesmo assim achamos que deve vir no final, depois de muitos anos, mas não é assim. Ela pode vir hoje, amanhã,novo ou velho,ou no meio do caminho. E por que esperamos? 9 meses para nascer, e depois toda a vida para talvez voltar ao mesmo estado de antes de nascer? Será? Um estado de latência, de semente para vir. Mas tudo que passamos mais ou menos, tudo que buscamos, aqui,ali. Será que meu futuro passa aqui ou volta para lá? Os astros dirão? Ou não? De manhã estou acabada, ao meio dia tem cor. De manhã tenho certeza que é mais uma elipse de tempo entre o que fomos e o que seremos. Mas será que ainda seremos ainda nessa vida? Ainda nessa vida, me pergunto. Eu achava o mesmo de cada outro que tive. E não será. Nem eu queria que fosse. Mas de novo ele, de novo o mais punk, que estranho. Nem acho que já resolveu, acho que ainda tem água nova para rolar. Mas é quanto isso... Meu foco tem agora que ser outro. Hoje dia 31, que fique lá traz o ano do 2018, não foi tão ruim. Foi bom, mas não foi o dos encontros, foi o do crescimento, das máscaras desveladas. E agora talvez seja o da justiça, dos encontros e não mais das revelações, chega de dor.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Carta inusitada

Carta inusitada,

Terminado o ciclo, esperava eu,agora depois de vendido o que restou, entregue tudo que estava comigo e vice e versa, depois de passado um ano de desprezo,sem conversas, depois de terminado o livro de pós-memória, depois de fechado o tema para ele, que certamente já está em outra história, tudo tivesse terminado. Eu imaginava duas coisas: depois de tanto, principalmente da primeira escrita que foi a última das fases a acontecer,que como por mágica tudo apagasse da memória presente, que eu não lembrasse mais dele, não sonhasse com ele e não o buscasse.
Ou que finalmente eu entendesse, como todo mundo, que ele não quer nada comigo, por isso me descarta sem falas, sem escritos, sem nada, que esse silêncio sepulcral quer dizer : me esqueça mulher, eu não sirvo para você, cuida da tua vida que da minha eu já tô cuidando.
Porém a merda de tudo é que nada  do que deveria ser, é na minha cabeça.
Eu fantasio, sonho,espero que toda contaminação chegou ao fim , e que se poderia experimentar outra coisa, já que não somos os mesmos, jamais seríamos depois de tudo e é mesmo melhor que não sejamos.
Mas eu sei , que não consigo fazer o que ele me pediu. Eu lutei todo ano comigo mesmo, fui vencedora muitas vezes, noutras não, porque procurei, porque pedi, porque chorei.
Eu mandei uma última carta pedindo atenção, pedindo para reconsiderar. Ele não respondeu.
Diante disso então nada me resta a não ser esconder todo sentimento e sumir como fiz com 20 anos. Tudo diverso e a ação terá que ser a mesma e definitiva.
O que então peço é que por favor, junte suas palavras diretas, cruas, absolutas, e de um fora em mim, me escurassee da sua vida, diga que já tem outra e que ela é a mulher da sua vida e que eu nada mais significo para você além de uma lembrança ruim marcada pela traição de outros , mas que reverberaram em mim.
Te peço,faça isso, pois que fazendo assim eu terei que fechar essa porta, janela, fechar esta bosta de coração que ficou aberto pulsando esperando o tempo passar e você de novo e novo chegar.


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Assim como veio , se foi, não sinto nada, só pena!



Que atire a  primeira pedra quem nunca pegaria a primeira muleta que aparecesse se estivesse perneta.
Muito triste  ver que passa ano, entra ano e determinadas pessoas não conseguem evoluir, pelo contrário parecem afundar cada vez mais, e pior, ainda criam carmas para serem resolvidos mais tarde, ou em outra vida.
Não sou melhor que ninguém mas certas coisas causam-me piedade, certas coisas me parecem tão surreais que fico abobalhada de ver.
Não tenho raiva, não tenho mágoa, não tenho nada, nada,nada...
Qualquer sentimento que eu podia ter, os normais, me fugiram, é zero a esquerda. Fiquei blasé a determinadas atitudes vivenciadas por mim, julguei dignas de pena. 
Coitado do amor que tive, que vida coisa para alguém que prometia tanto. Que pessoa triste  se tornou, triste de mágoa, triste de dor e de raiva. Raiva cega.
Talvez ele nunca se de conta disso tudo, mas se se der, vai doer e vai doer muito. Desequilibrado completamente, vai espernear até a exaustão. Mas de nada  vai adiantar.
Pergunto-me o que será que fez agir assim, por que de exposição?  Que  Rota de Fuga o conduziu a sentimentos complexos? Será que de fato é o cinismo? Se me chamam de puta, eu  relevo, desconsidero, porque sei que não sou. É simples assim, se me chamam de inteligente querendo me ferir, se enganam, porque sei que sou inteligente, para mim é reconhecimento.
Enfim, partiu na mesma hora que chegou, uma hora antes da terapia.  11\12\2018       

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Parapalavras

Palavras imagens
11 \03

Vergonhoso para quem se pretende escritora ter apenas um testículo escrito em 3 meses. Onde foram parar as musas? OH musas! Encontrai-me.
 Não sou Homero, nem Dante ,nem Virgílio, mas por favor da uma luzinha.
 O tempo passa e nada  acontece. Já disseram uma vez que o trabalho emburrece, eu estou convicta disso.
Ócio, onde estás que não me responde?
Criativo, que  ócio é esse? Onde ele se escondeu. Certamente não está aqui em cima do morro. Aqui a  beleza estonteante da cidade não dá foco para mais nada. Fico na plasmação,  esse estado de coisa ineeeeerte. Com muita vida e sem vida ao mesmo tempo. Tudo pode na pós-modernidade, todos os contrastes. Não temos mais o isto ou aquilo da Cecília. Temos  tudo, mil possibilidades de escolha, e aí é que mora o perigo. Como escolher?
Quem é o melhor homem? A melhor comida? A melhor leitura, a melhor F... Quem? quem ? Jamais teremos a resposta pois sempre temos possibilidade de ter uma coisa melhor no dia seguinte.
Tudo líquido, tão fluído, leve, e todo mundo quer sentir leve. Você é leve fulano, cicrano você é pesado, pesante, um chato de galocha que vive   na cola.
Todo mundo queria, ineeertemente,não! Não dá. Passou da hora. Sim, tinha hora, Só você não viu...
Eu vi, deixei correr, deixei vê, fiquei só observando, sabia o que faria. Tinha certeza que seria assim, meio assim, dessa forma. Mas qual forma?
Aí me misturei. Hibridizada!!! Hibridação... existe.?
O que existe?De novo nada, ou tudo?
Sonhei, eu sonhei de novo!!!
Tem fantasma que  vai e volta. Fica um tempo e some.
Da última vez deu para vir só em sonho. Coisa  assim esquisita como um beijo de sopro. Troca de ectoplasma. Adoro isso. Acho que  foi o que ficou faltando. Buá...   
                                                                                                                       


Imagens palavras
05\02\2012

Todas as imagens, casas, rios, árvores, sombras, pessoas. As luzes, as cores, os sons prendem minha atenção e não me deixam sair. Preciso ir, preciso ver, ler, ouvir tudo. Ouvir o que vem da mente, a vontade de transformar tudo em palavras.
Palavras,palavras, eis a razão, qualquer coisa começa e termina em palavra.
A palavra que origina, a que termina. A que explica e conflita. A que dá entendimento e a que confunde.
Que palavras usarei?  Olha Alice, tudo isso é palavra. Um dia você vai aprender a ler e a palavra será um tesouro. A menina olha como quem ainda  não entende o que estou dizendo. Pega o papel tentando ver a imagem, mas a imagem que tem é a que tem que imaginar.
Como imaginar?
Sinto falta de minha imaginação. Será que ela só aparece quando não sei, quando acho que estou sofrendo, quando preciso tirar de mim aquilo que me atormenta. Não sei, queria que não fosse.
Queria que os personagens saíssem de mim, ou contagiados por mim, nascessem  para uma outra existência.


 Acho que a cada dia sou menos escritora, quando a escrita depende se um sentimento que não compreendo. Ou ao contrário, estou mais escritora pois agora  sim, tenho o afastamento   necessário para a escrita.

Suicídio






Depois de um ano, ao  ver  o post  dele com  foto  dizendo que voltaria com uma fulana em breve, Creuza surtou, pegou um vidro de  homeopatia e virou inteiro, antes porém fez sua inscrição no Tinder!!!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

E o dia chegou

Saber eu sabia, mas talvez na esperança de alguma coisa existir ainda eu me enganei. Fingi para mim e para todos que estava preparada. Mas... e mais um soco na boca do estomago.
Quem tá preparado para ver um ex-amor com outra pessoa, ainda mais quando foi tudo tão mal resolvido para você.
O outro foi, ligou o foda-se. Não se incomodou com nada e te deixou a ver os  navios que ele plantou.
Viver não é fácil, pergunto -me .  O que fiz? A quem posso recorrer se não mim mesma. Oh dor infernal!!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

"Batidas na porta da frente"

Cada dia vai indo um pouco, falar faz bem, pensar para falar também. To ficando leve,  leve , leve... daqui a pouco flutuo. E continuo a espera do tempo.

Segundo tratamento

Não é um roteiro, é um romance, ou um diário do passado, ou uma pós-memória, não sei bem qual seria a classificação. Talvez seja tudo  junto e misturado.
Necessidade , vontade de expressão.
Eu e meu verbo, verbo que do barro vira a luz.
Essa é a minha fala, o meu lugar de fala, a fala de mulher. A fala por séculos  reprimida e que agora pode vir a tona.
Posso falar o que eu quiser, "literatizar" a  vida como aprouver. E amanhã de manhã quando eu estiver morta o que falo pode talvez viver eternamente, por que "parte de mim sou eu", e outra  parte  é paixao, é amor, é desejo e compaixão.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Também vou!!! só não sei se emplaca




Sim, da semana que vem não passa, vou construir uma página no facebook, instragran e  o que mais houver. Tô a fim de  testar se essa porra toda é só uma jogada de marketing  ou se o povo tá mesmo assim tão carente que qualquer coisa tão  pouco cruel, ou tão muito cruel para ser.   

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Quando a gente se esvazia e finalmente entende o que aconteceu

A algum tempo vinha me  esvaziando de todas as coisas que aconteceram nos últimos 4 anos.  Buscava razões e emoções que me explicassem porque tudo aquilo tinha acontecido e como eu  tinha  deixado chegar ao ponto que chegou. Fiz uma anamnese profunda da vida nesse tempo, discuti comigo mesma e com os fatos lembrados , tudo o que gerou as mais intensas dores, em mim e no outro.
E ontem, como por mágica, caiu na minha mão um artigo que  explicava o que é a bipolaridade e como ela se difere da depressão.
De repente diante dele, relido agora, tudo fez sentido.
Tive vontade de chorar, pois que  se tivesse visto isso antes talvez minha vida tivesse sido de outra forma na companhia da pessoa que eu queria.
Infelizmente não foi no tempo, embora eu ache que antes tarde que nunca. Mas lamento eu ter estado junto com profissionais que, também não chegaram a essa conclusão, para me ajudar a digerir  tudo que vivemos.
As vezes a vida é cruel, descobrimos as coisas fora do tempo hábil para conserta-las. Ou talvez isso seja apenas ilusão da minha cabeça, querer fazer alguém se acertar , sem que queira e aceite que precise.
Não sei ainda se isso é o que me ocorreu. Ou se de fato eu soubesse o que se passava teria condições de fazer diferente.  Não tive sozinha  condições de avaliar o estrago que foi feito. Sei que um ano se passou, e que ainda sinto uma puta falta de alguém que se foi. Eu rodo em torno de mim mesma e caio no mesmo lugar. Não sei o que será. Talvez nada será. Nem tempo teremos suficiente para mais 20 anos.
É ,viver realmente ultrapassa qualquer entendimento.

domingo, 4 de novembro de 2018

A cada dia um dia e já foi um ano

Como passa rápido o ano. Parece que foi ontem " se gosta de mim , deixe-me seguir meu caminho", bradou o personagem em tom agressivo como há muito estava. Não queria conversa. Estava desesperado. Disse-lhe, se assim que quer, assim farei.
Deu uma hora e ligava ele , sei lá para que. Pedi para respeitar a minha dor. Afinal se ele  não acreditava em sua própria fala eu acreditava.
A dor persistiu, virou vítima da loucura que estava .

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

"N" questions

O país em alarde ,  o candidato com maior intenção de voto é um engodo, pratica #caixa2 na cara de todo mundo. Mente mais que tudo que já  vi na vida, acusa o outro, faz notícias falsas o tempo todo, gasta milhões e nada acontece. Lamento que população esteja sendo ludibriada  pelas mentiras que ele fala, pela violência  que ele prega, pelos valores espúrios  que ele propaga.
Vivemos já um regime fascista, não podemos andar na rua com nosso candidato no peito para não sofrer violência que foi autorizada pelo líder mor.
É uma nova besta, um anticristo, que assusta as pessoas e engana.
A liberdade esta em jogo, as pessoas precisam acordar antes que seja tarde demais.
Mas a imprensa está junto, suja  , e visando seus próprios interesses. Em prol de si mesma,  Sempre olhando o próprio umbigo.
A denúncia foi feita, a jornalista está sendo ameaçada, vamos ver no que tudo isso vai levar.

domingo, 14 de outubro de 2018

Escrita do eu, do nós, do outro.

Quatro dias de reclusão, a política toma conta de todos os lugares.
Estou cansada!!
Todos os aspectos, por mais contraditórios que sejam esbarram na prepotência,  na sandice de toda uma sociedade. Ou seria eu a louca nesse universo fora da medida.
Quatro dias para mergulhar em mim mesma. Dois dias de escrita de mim e do outro. O personagem que invento para desconstruir e refazer a minha história.
É sempre assim, de repente até o fim do ano o romance tá pronto.  E ficará ali no limbo sendo revisado e tomando significados  diversos.
Viver é assim, tempestade sem o guarda chuvas.
Hoje é domingo, já escrevi do eu o suficiente. Mergulho agora numa distração.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O que se passa?

A grande pergunta da contemporaneidade, a mais complexa para tentar não responder mas dar conta dos elementos que a compõem.
Respeito  todas as vias, mas tem via que  pode acabar saindo do que se espera.
Respeitar a ética,  não cometer atos ilícitos que distorçam a compreensão dos outros  é uma das coisas da ética.
Qualquer decisão com base na informação errada, pode levar a um dano muito mais nefasto.
Pautar uma decisão tão importante quanto o voto numa notícia falsa é corrupto.  É ser enganado como o povo alemão foi  na época de Hitler.
Os ânimos estão aflorados porque as pessoas se recusam a ouvir, foram incitadas até perderem a capacidade se ponderar.
E temo que a intolerância desse discurso traga efeitos nefastos ao país às próprias pessoas.
Em nome de Deus, as atrocidades vem sendo cometidas mais uma vez.
Pessoas com medo desesperado vem se comportando de forma doentia,  cega,  e vão se desiludir não vai demorar.
O sistema mundial é perverso, não existem Santos e não existe super homem.
Mas as pessoas precisam atentar, parar e pensar.
Falar não está adiantando pois que não ouvem.
Pessoas de bem, acuadas com medo, vem tomando posições extremistas . Em nome de Deus de novo , provavelmente, vamos ter muito derramamento de sangue.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A terceira fase - que venha a paz, o amor e a plenitude.

Todos dizem que a terceira fase é  a melhor que vivemos.
Talvez seja a mais consciente de nossas escolhas e limitações. Para alguns ultrapassados os momentos de ter filhos, cria-los e as confusões da juventude, essa agora seria a mais interessante.
Corporalmente já vi que  é punk,  um horror e a magia talvez esteja em aceitar o que está por vir. Se nunca me estressei com essa história de ditadura de beleza e corpo, não será agora que o farei.  Controlando para ter saúde vamos para a fase do condor. Que já não me é tão diferente, pois sempre jogo no corpo as tensões diversas.
Mentalmente o bicho pega, momento de releituras e ressignificações .
O que fiz e por que fiz?  Muita coisa se explica para nós agora. Muitos medos que começam a ser descobertos e  muita burrada que passa a ser reconhecida, as que fiz e as que deixei de fazer.
Reconhecer o que travou e o porque que foi.
Diferente de muitos , não fiz muita   coisa errada. Vivi como queria e talvez com um pouco mais de adrenalina no sangue. Não que fosse dada a grandes aventuras. Não acho que fui. Mas o fato de sair sozinha pelo mundo algumas vezes me fez talvez ter essa diferença de olhar para algumas coisas. Olhar diferente não é o mesmo que olhar bem ou mal. É apenas diferente.
Não ter  um  parceiro em definitivo durante os últimos 20 anos talvez tenha marcado certas questões, não ter filhos também.
Parceiros diversos de 5 em 5.  As vezes nem isso. Mas talvez esteja na hora de também mudar esse paradigma.
Deixar de ter medo e ver que pode ser mesmo bom.
Não tê-lo na última fase   ou tê-lo de forma esporádica fez agora repensar isso.
A liberdade que eu sempre quis e tive, sempre me levou por um caminho que agora estou relendo.
E filhos idem. Não tive foi tempo de te-los . Os  teria se tivesse tido um parceiro  a tempo para isso, mas a escolha profissional e a tal liberdade que gosto não colaboraram. Não sinto falta. Muitas amigas  fizeram o mesmo e não me senti pressionada.
Estar comigo é bom. Me dedicar ao que gosto de fazer também é bom.
Na última fase passada tive uma experiência mais complexa, que só foi possível ver por comparação.
Olhando as determinações alheias e as indeterminações  também vi que o meu não saber  foi fundamental para o que deixei de conseguir.
Toda vez que me determinava de fato ia. Se confiava acontecia, se não, melava.
Ainda estou no começo. Daqui a uma semana mudam os astros e o que for vendo vou relatando.  Afinal viver é isso, saber que se vive e se deixar estar na tempestade, as vezes com e as vezes sem o guarda chuva.

sábado, 29 de setembro de 2018

OSHO e mais um pouco



https://goo.gl/images/nR4Q2U

OSHO, a história  do guru e sua comunidade foi contada no Netflix numa série interessante.
Talvez alguns diriam que favorável a ele ou não. A série me parece que registra os lados dos envolvidos.  O que eram e qual a intenção da comunidade talvez não ficasse tão clara quanto a intenção dos que não a queriam. O que me espanta é perceber a beligerância e o preconceito americano reverberado naquele grupo do Oregon.
A questão de ganhar dinheiro ou não, tanto faz, os caras vendiam as coisas , ele não vendia pedacinho do céu, vida eterna etc como outros. Ele não dizia ser religioso  nem ser um culto. O que a mim parecia, sem conhecer seus livros, era que ele  pregava que as pessoas fossem livres de verdade, sem as amarras da sociedade conservadora e tradicional e quando conseguiam experimentavam felicidade.
Sem dúvida que os métodos utilizados para conseguir permanecer no tal lugar onde fundaram a comunidade , aí sim  podem ter desviado da proposta.  Mas eles se armam depois   de terem sofrido preconceito.
Todavia tem um fato interessante, somente  conseguem chegar onde chegaram porque a Sheela atua como uma dona de empresa e com poder supremo faz o que acha. Não ficou claro se o guru sabia do que ela fazia.
O que consegui entender acima de tudo é que o povo americano é muito beligerante,  é extremamente conservador e preconceituoso.  Seus valores são ridículos, vazios, banais. Propostos apenas sobre o consumo, só bem estar derivado disso.  Por isso suas guerras pelo mundo.Acho que mesmo o guru se deixou levar por isso.
E no meio do filme uma boa mensagem recebida de alguém querido,  que imaginei que não me responderia .Contente fiquei.  Pensativa, e porque não dizer esperançosa. Se  isso é bom ou ruim, não sei.

OSHO e mais um pouco

OSHO, a história  do guru e sua comunidade foi contada no Netflix numa série interessante.
Talvez alguns diriam que favorável a ele ou não. A série me parece que registra os lados dos envolvidos.  O que eram e qual a intenção da comunidade talvez não ficasse tão clara quanto a intenção dos que não a queriam. O que me espanta é perceber a beligerância e o preconceito americano reverberado naquele grupo do Oregon.
A questão de ganhar dinheiro ou não, tanto faz, os caras vendiam as coisas , ele não vendia pedacinho do céu, vida eterna etc como outros. Ele não dizia ser religioso  nem ser um culto. O que a mim parecia, sem conhecer seus livros, era que ele  pregava que as pessoas fossem livres de verdade, sem as amarras da sociedade conservadora e tradicional e quando conseguiam experimentavam felicidade.
Sem dúvida que os métodos utilizados para conseguir permanecer no tal lugar onde fundaram a comunidade , aí sim  podem ter desviado da proposta.  Mas eles se armam depois   de terem sofrido preconceito.
Todavia tem um fato interessante, somente  conseguem chegar onde chegaram porque a Sheela atua como uma dona de empresa e com poder supremo faz o que acha. Não ficou claro se o guru sabia do que ela fazia.
O que consegui entender acima de tudo é que o povo americano é muito beligerante,  é extremamente conservador e preconceituoso.  Seus valores são ridículos, vazios, banais. Propostos apenas sobre o consumo, só bem estar derivado disso.  Por isso suas guerras pelo mundo.Acho que mesmo o guru se deixou levar por isso.
E no meio do filme uma boa mensagem recebida de alguém querido,  que imaginei que não me responderia .Contente fiquei.  Pensativa, e porque não dizer esperançosa. Se  isso é bom ou ruim, não sei.

domingo, 16 de setembro de 2018

Tarot - a rainha de espadas


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Recebeu de um site um jogo de tarô.  A carta lida era a principal de todo jogo que segundo o site determinava a tendencia geral. Excesso idealização.  E dizia  que era preciso pensar sobre isso sob pena de ficar sozinha e  amargurada o resto da vida.  Que o padrão alto demais desenvolvia algo crítico demais e que mesmo gostando ninguém suporta a crítica. 


IDEALISMO EXCESSIVO

A Rainha de Espadas surge no Tarot como o arcano central de sua questão afetiva. Vários pontos chamam a atenção quando esta imagem aparece e o mais importante dentre todos é a ideia de que a fixação de sua mente em ideais muito elevados, no que diz respeito às dimensões afetivas, pode levar você a um estado de solidão difícil de romper.
Poucos seres humanos são inatingíveis pela crítica da Rainha de Espadas. Por isso mesmo, este arcano propicia muito mais a amizade do que os amores e paixões. Ainda que seus idealismos sejam nobres, vale a pena você questionar se porventura os usa como uma forma elaborada de defesa contra relações reais. Caso contrário, você poderá sentir muito isolamento e até mesmo amargura!

Será extremamente difícil para  a pessoa, por mais que sinta uma poderosa ligação com você, corresponder aos seus ideais elevados e às suas constantes críticas. Temos aqui a imagem do medo da entrega afetiva, que pode desencadear sofrimento. Vale a pena investigar mais profundamente as origens do seu bloqueio atual, de uma forma terapêutica ou analítica.



Caiu-lhe como uma luva. Todo tempo se perguntava  se tamanho era seu rigor e/ou seria isso o motivo de Todo afastamento.
Poderia sim ser crítica  mas de certa forma tinha razão. Seria  ela a  excessiva era outro  que dava pouco, que não tinha condições de se dar nada e muito menos dar algo  a alguém.
Não poderia também aceitar  tudo. E, contudo, mesmo se fosse assim tão grande crítica ficou ali tanto tempo.
São  muitas questões, mas ficaram cansativas agora.  Se não tem o que fazer, resta achar que tá feito. Que a vida se encarregue de dizer.
Fez tudo que podia,  mandou cartas, ligou,  se colocou e  não obteve resposta, quanto mais sucesso.
O que restava ainda  no campo  desse exercício de desprendimento para conseguir ter a última resposta. Procurar, pedir de viva voz com todas as letras, implorara uma chance que fosse.  Isso não tinha de fato feito.  Se colocou sim,e de maneira  clara. Chegou a ouvir dizer: _você não aceita. Isso com um mês,  quando a raiva do outro sentindo-se acabado falou mais alto. Depois  o que colocou foram sensações,  mas colocou. Ele sempre intransigente. Finge que não. Diz que deixa  viver.
No único encontro  o desconforto era enorme, nada falou-se. E por escrito ela afirmou que não ia pedir.
Mas pediria. Sumiu, por 2 meses.  Mas sabe que foi  vista. Quem não é visto em tempos de facebook? O outro lado faz o mesmo agora.
Mas ela sente que tá dando cansaço, quer deixar pra lá. Falar já falou, escrever já escreveu, propor  já propôs, não ao vivo a cores, mas via papel.
Não tem mais o que fazer. Se conformar seria o seu  remédio, fez o que podia, sua consciência  era tranquila de  verdade, não apenas uma farsa. Não sentia culpa pois que deu tudo de si, não teve vergonha nem medo, muito menos orgulho, sabia ao final que sua paz voltaria, não era mais a mesma, havia atingido o estágio de consciência em que a paz  de ter feito o que lhe cabia era a fortaleza de  seu momento. O que tivesse que ser seria,  seu esforço agora era de si para si.  Enfim descobrira tudo era diferente agora. A carta disse o que ela agora decidira mudar. Plena de si, sem ideais, apenas o verdadeiro ser . Sat Nam.   

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Separar ação

Como separar a pessoa da sua condição?

A pessoa é a sua condição?

Como não idealizar a pessoa separando-a de sua condição?

Por que a própria pessoa se desconhece por causa de sua condição?

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

As galáxias

Não escrevi, e não sei quem foi, apenas fui receptáculo dessa mensagem, todavia ela descreve algo tão meu, mais tão meu, que parece que fui eu  quem escrevi, até o nome do fulano que ali está  diz respeito a mim.
O infinito precisa começar em algum lugar a mais  pura verdade, sem um começo, sem um passo não há caminhada, sem início não tem  nada, a finitude é característica do que começa em algum lugar, tudo tem fim,  mesmo o que se julga infinito, na verdade o que existe  é  a transformação, essa é que é infinita. 
O símbolo que outrora nos pertenceu que é meu dia virado, o dobro do seu, o dia do encontro, o  nascimento, tudo tem esse simbolo, o que isso quer dizer? certamente nada. Não sou numeróloga, nem nada mais. Eu eu apenas querendo buscar motivos para ter alguma esperança, para não achar que  o que existe é uma grande ilusão.
Tudo mudo, mas movimentando, o movimento é o passo em direção a serenidade da alma. Olhar e tentar, ir sem medo em busca de si mesmo, seja a forma que for.
Hoje são 50, não mais 20, que tempo de memórias e que tempo de acertos.  Outras lições, outras propostas, outro momento.
O momento da serenidade que não tinha outrora, o momento de paz de espírito ,  o momento sem culpas.  O momento de  luz.  Talvez por isso esse texto tanto me represente. Eu mandei, em todas as mídias possíveis. Só não sei se chegará a quem deve chegar. E efeito só se dará  se  a mudança interna aconteceu, se a perspectiva mudou, se chegar na paz e não no desespero. Só dá para ser luz e aceitar a outra luz se o caos já passou, se a explosão  já apagou, se o fogo e rescaldo já tiverem  terminado. Somente se dança quando tudo isso ocorrer.
Para dançar no baile cósmico é preciso ter ciência da coreografia e a disposição de dançar junto colidindo e reconstruindo . Sem dúvida um texto de maturidade!!! que assim seja, se tiver que ser. Fiat lux !!!
Resultado de imagem para galaxias se chocandoGaláxias se chocando 
               

Procuras

Hoje foi um dia especial, ontem dia de Nossa Senhora da Guia padroeira e protetora dos meus caminhos, fui mais uma vez à igreja e a procissão. Fiz os pedidos que fiz ano passado, que conseguisse encontrar o caminho para o barco que nos chegou a mão . Batalhamos durante 4 anos para conseguir faze-lo funcionar, um ano e meio parado só em Mangaratiba. Não foi fácil  e foi dispendioso sobretudo.
Entrar na igreja e agradecer e pedir sempre me comove, durante vários momentos na procissão e na missa meus olhos enxeram de água pois o que eu agradecia   e pedia era sempre muito importante para mim. Hoje finalmente de improviso, pois eu não havia  me proposto, fiz o passeio previsto para o barco. Decidimos pela manhã participar. Não estava cheio, ao contrário, mas na parceria queríamos sair da inércia, fazer mexer essa energia de qualquer maneira.
Chegamos, entramos  junto com as outras pessoas, sentamos e aguardamos.
Antes de sair o barco desligou. Meu Deus,  meu coração asselerou , tive medo, emoção. Não poderia passar por tudo de novo,  como já passei antes e também depois de ter o  barco só comigo. Já fomos enganados, já nos venderam peças erradas. Quanto mais ???  Eu me perguntava.
Mas o barco ligou, saiu,  fez um lindo passeio . Um passeio calmo, sereno, sem problemas, o motor piano, sem fumaça, sem correr desesperadamente com o pé no fundo.  Muito calmo, muito tranquilo.  Quase chorei. Achei ele de novo bonito, parrudo,  lindo, forte estável. Um bom barco que foi judiado,  como nós, como você e como eu.
Quiseram acabar com ele,  quase acabaram com você e acabaram com o nós.
A fortaleza que éramos juntos foi roida dia a dia,  e no fim  minou a nós.  Não saí pior porque estava longe.  
Mas também por estar longe não conseguia ver em que grau   as coisas estavam. E iam piorando dia a dia.
Até o fim!!!..????.. não quero mais falar do que foi se não for  para terminar o entendimento da História.
Por mais que eu tivesse alguma luz ela não foi suficiente para fazer você crer que precisava enfrentar suas próprias questões ainda naquele momento.  E não o fez , pois que não conseguia , mas não se dava conta também.
Por que vc não aceitava que estava doente?  Essa é uma pergunta que me faço. Por que para  vc aceitar isso que independe de vc , e que te tiraria a culpa,  era tão dificil?
Por que querer provar para elas e todos que vc era, o que não era? "Quero mostrar para elas que eu posso ser grande " e só se apequinava e adoecia olhando para isso.  Que não chamo besteira porque para vc existia. 
Se impôs uma penitência maior que tudo.  E quando era para dar certo se boicotava e dava errado.
Estava doente e sua mente te traía. Eu te falava sem vc me ouvir.
Espero que tenha já se perdoado de verdade  por isso, que não tenha mais vergonha .  Você disse a mim que tinha vergonha. Por isso tomei essa palavra.
Mas cadê você ?
Não sei.  Você pediu :"se vc me ama, deixa eu seguir meu caminho ". Fui pq vc mandou, e eu te obedeci.
Só alguém que ama  aceita isso, essa proposta. Não é?  Ou não aceita? Talvez para você alguém que ama não aceitaria. Mas tive que aceitar.
Não sei se vc sabia efetivamente o que dizia. Eu não sabia naquela hora o que fazia. Tenho hoje, quase um ano depois  essa certeza. Sabia que estávamos exaustos,  afastados,  como qualquer casal ficaria e vc doente.
Só me dei conta  do meu desespero quando amigos me falaram como eu estava com vc doente em casa. Eu enlouquecida com medo de vc  fazer uma besteira em casa sozinho.
Mas  na ânsia de te proteger eu te omiti o que passava comigo.
De outra vez eu me expus. Vc  disse - "Tô deixando vc viver." Perdi a gravação, e diante de sua veemência em dizer de sua ótima condição. Achei melhor me calar.
Te levei as coisas.  Confesso que não vi qualquer melhora no seu discurso.
Para mim o mesmo medo, embora vc não goste dessa palavra, o mesmo desconforto diante de mim, o mesmo desespero para fugir.   
Eu sei que fugiu de mim,  quando o desespero tomou conta e eu acabei sendo o teu espelho.
Olhar para mim passou a doer por tudo ,  assim como vc fez quando foi do Rio para ilha.
Voltar para o Rio  doía, você colocou num post do face.
As vezes te leio mais que a mim mesmo.
Aprendi a te ler mais ainda. 
Aprendi que vc não sabe viver sem amigos, que não consegue ficar só.
Aprendi que se isola quando tem problemas, que grita mas não se ouve.
Que sabe que é amado, mas duvida o tempo todo, pois acha que não merece porque se penitência pelo que sente culpa.
Aprendi que vc se acha  o problema para todos.
Que é um menino que tem dificuldades.
Aprendi que tens um bom coração.
Que  só quer  ser feliz com a calma e tranquilidade.
O que eu Fiz?  Minha autocrítica avassaladora num momento, foi me levando a um caminho muito sui generis.
De uma necessidade louca  de me ver,  de falar qualquer coisa que fosse , escrevi mil cartas. Mandei umas 3.
Dei todo seu tempo.   De civilizada passei a vítima, que fomos de tudo, no segundo momento.
De vítima a uma caçadora de mim mesma.
Ainda estou no processo de mergulho.
Sair daquela terapia , foi a última ação nessa busca.
Falar feito louca varrida essa história uma outra coisa, tentar acertar tudo que ficou para trás outra, me refazer outra.
Um projeto que deu errado, ou um projeto de vida ?
Essa fala não é minha . O projeto de que fui parceira deu errado , minha vida deu certo . Muito certo a ponto de eu poder ser parceira do projeto de outrem.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A moda antiga

Jurou para si mesmo que aquela seria a última coisa que escreveria ao seu amor.
Passados muitos meses, talvez tivesse enfim a constatação de  que, como tudo, também o amor deveria acabar.
Acabar com o apego,  com a   vontade de recuperar o tempo perdido e todas as promessas abortadas desde o primeiro encontro.
Tudo que ficou por ser feito depois que o resto desse certo. Era o que ele dizia, era o que ela esperava. Eram essas as questões que agora habitavam sua mente sem deixá-la  parar.
Agora ela dizia, num último risco de papel de verdade , a moda antiga, tudo que  era para ser dito olho no olho.
Não,  ela não queria cobrar dele  o que ele não podia dar. Ela queria apenas deixar para ele uma lembrança, uma materialidade de que ela  tentou. Talvez para ele  dizer aos netos,  quando bem velhinho estivesse que ela foi  quem mais  o amou do jeito que ele mesmo não entendia, já que talvez não se julgasse digno disso.
Esse risco de papel seria também para ela o fim de um ciclo, várias vezes  percorrido em sua vida. Jamais entendido,mas percorrido.
Dizia ela que eles agora estavam empatados, quites. 
Ela uma vez terminou uma relação com ele esperando ele a procurar. Eram jovens . A vida começava. Experimentou muitas outras coisas depois dele,   mas lhe faltou tato para entender o que ela mesmo esperava do amor.  E só quebrou a cabeça em relações  que a fizeram sofrer, porque esperava do amor somente aquilo que ele não podia dar.
Ele  que dissera que havia respeitado a vontade  dela quando eram jovens.   Posteriormente,  quando a procurou na maturidade para enfim viverem o amor, ele não estava bem e   agora  pedia para ela partir, para deixá-lo em paz se ainda o amava.
Como ele, na juventude, ela obedeceu o que ele disse.
Entretanto, depois de meses separados ela se arrisca a ter dúvida.  Será que de fato era para ela te respeitado   a fala dele?
Ela acha que não era. Ele não estava bem e sempre que se sentia pressionado falava aquilo como última cartada para  talvez acabar a discussão, pois ele mesmo  nunca  bancou o que dizia.
Mas dessa última vez tudo foi exacerbado.   O esgotamento emocional de ambos  os levou ao métron, a medida última .
Ela explicou a ele porque se segurou. Ele não entendeu.
O que ela quer disso tudo ela não sabe . 
O que ele quer? Também ela não sabe, mas aos olhos  ele não quer mais nada, seus sinais não existem,pois silenciou, talvez tenha virado mesmo a página e ela lhe seja indiferente agora. 
Uma vez ela falou algo rapidamente , não pediu diretamente para ele rever a decisão, mas  ele respondeu que estava deixando ela viver e que estava muito bem. Ela então resolveu sumir.
Mas talvez ele queira  que ela lhe peça para voltar como ele já fez.   Assim ficariam quites.  Ou ele espera ela para justamente negar o pedido.
Ela talvez o pedisse  quando encontrasse com ele.
Mas tem medo de ficar mal depois.  Ela acha que ele ainda se sente culpado, que sua vida não deslanchou por isso ele a quer  longe.  E o tempo vai passando, sedimentando as camadas da vida, colocando terra sobre todos os sentimentos , até que chegará a hora em que olhará e não verão mais o vestígio um do outro. Talvez ele faça isso mais rápido que Ela, talvez já tenha feito, pois está mais acostumado nesse processo. Ela sabe que também fará, quando todas as esperanças se forem, quando tiver tentando tudo o que podia. Para ela a esperança da saúde plena seria o antídoto. Mas ela sabe que isso é quase impossível.

Medos e cidades




Um dia uma pessoa medrosa de carteirinha, que claro não se considerava medrosa, me chamou assim. Na época eu olhava a realidade  em que estávamos inseridos e falava para mim, espera que pode ser que a pessoa esteja certa. Aposta feita e aposta perdida.  Eu sabia que perderia, tive  intuição mas resolvi arriscar.
 Tudo na vida é assim, perde-se e ganha-se com a mesma velocidade. É preciso todavia ter consciência plena  do que se está a fazer. Ter  na mão a rédia,  tirar o que está apodrecido e que te faz mal, sem medo.
Não sou medrosa, posso lidar mal com certos  sentimentos que me parecem  assustar, mas enfrento de  boa cada Leão.  Mas certas vezes entro em ciladas.

domingo, 26 de agosto de 2018

A história contada, mil vezes contada

A história era assim  descrita:
O personagem principal,  um homem, que depois de ter tido inúmeras possibilidades na vida, e ter desperdiçado todas elas,  volta a casa paterna para lá continuar a viver , se  curar de um mal moderno e repensar a vida que estava acostumado a empurrar com a barriga sem ter atitude de domínio.
Todavia  nem tudo era tão simples. A pessoa que por último tentou ajudá-lo foi a primeira que ele fez questão de banir da vida. 
Baniu porque não tinha coragem ou força para ficar e ajudar ou pq se acha um problema para ela. Numa visão distorcida da realidade.
Falou em amizade que  jamais  bancou.   Virou a página, não procura, não dá papo. Age  mal , com quem  mais  o ajudou,   como se fosse o ajudante o  responsável pelo seu  estado agora.
Paira no ar a prepotência, a arrogância de quem acha que sabe tudo, mas que não domina na verdade nada.
Mas que adianta  isso tudo, se todas as constatações  no fundo  levam para o fato de que fará o mesmo de sempre. Colocará sob o tapete e  seguirá adiante.
Enfrentar seus próprios fantasmas é difícil.

sábado, 25 de agosto de 2018

Sei lá, mil coisas...

Dançar a vida, movimentos de círculo que vão e vêm, que se entrelaçam como um 8. Nome de um livro de um escritor francês.
Retomar  questões, possibilidades. Contar  mil vezes a mesma história para si mesmo descobrindo nela as nuances perdidas que fizeram você estacionar.
Memórias e lembranças.
Livro emprestado que precisa ser recuperado que trata das sensações, um romance que traz a tona as possibilidades de entendimento da própria vida.

Maria virou -se para ele e falou como quem despeja o último suspiro de raiva e amor incontido ,"eu te protegi e você me abandonou".
" Protegi de todas as formas, para você sofrer menos, para não ser covarde e fugir outra vez, mas não adiantou,  você  saiu como fez todas as vezes em sua vida diante de qualquer problema, fugiu e largou para trás o rastro para outros resolverem, eu".
Ela, não estava  nervosa, estava equilibrada como se uma luz cálida estivesse sobre ela.
A certeza de ter entendido as coisas a fez  calma.
Continuava seu discurso engasgado na garganta fazia tempo.
" Eu sabia que você estava doente,  avisei a todos sobre isso 3 meses antes, chamei sua atenção vários meses antes,  dei -te remédio, florais que te fizeram suportar um pouco mais. Não a mim, mas às adversidades que foram chegando."
" as dores foram ficando insuportáveis, você bebia, bebia, bebia..."
" Até  que  tudo parou e vc parou , mas não buscou ajuda,  intolerante, agressivo, inconformado e  ainda prepotente. Não aceitava a doença, mesmo depois da perda de controle, e dizia que se tratava porque eu pedia ,e comigo só piorava".
" Acusou a mim por tudo, sem saber do meu esforço para proteger-te,  depois envergonhou-se , mas continuou prepotente.
" Por fim, não aguentou,  não teve mais coragem e fez o que ameaçou fazer sempre, foi embora sem olhar para trás, como sempre fez. Deixou para eu resolver tudo que estava pendente , que fora por você criado.
Jamais perguntou se eu  precisava de apoio moral, pelo menos.
Jamais perguntou se eu estava bem.
Se  você estava bem como dizia estar , como foi tão frio?  " Maria perguntou.
A mente dela clareava-se cada vez mais.
" Se um dia tiveres de verdade  consciência do que fez,  dizendo que amava abandonar sem qualquer apoio, vais ficar ainda mais  dolorido,   se fores inconsequente nunca mais lembrará. Jogará sob o tapete e tudo ficará lá até a próxima topada ".
" Talvez  sua percepção doentia tenha te dito   que   você  ter ido  era o melhor para mim ,  dentro do discurso de ser vc o problema, mas essa percepção foi errada, egoísta e omissa. Nunca disse que você era problema,  o problema era o que você se omitia de fazer, o problema era toda promessa que fez e não cumpriu,  foi o que você deixou para eu resolver  sem me apoiar, deixando-me sozinha tendo que pedir a outros que nada tinham coma história para me socorrer."
" Ainda tentou ser vítima  de todos, como se tivesse razão em ficar magoado comigo,  eu que só fiz o que você pediu, inclusive te deixar ir."

Maria olhava para ele e via ali alguém que teve tudo e  se perdeu. Mas não aceitava que  tinha se perdido para poder se reencontrar. 
Fazia tempo que ela não o via. Ela achava que um dia aquela conversa sairia de dentro dela. Era preciso perdoar,  ela precisava , ele precisava . Ela precisava que ele dissesse, e talvez ele precisasse dizer.
Não queria que ficasse para frente sem passar a limpo aqui tamanha questão.



sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Divagações da personagem

Dava para escrever um livro com tanta coisa a falar, mas ao pensar nisso a personagem se perde no turbilhão de emoções que sua vida sempre foi e está sendo, desde que esse outro personagem  entrou na sua vida depois de muitos anos desaparecido.
Ela não tinha dele qualquer informação. Tampouco se interessava em ter.  Mas imbuída de uma sensação de que devia dar chance a alguém, pois já estava sozinha  a muito tempo, ela se liberou investiu  na doação de amor, generosidade e dinheiro diante das promessas de trabalho dele. Nada aconteceu,  ela não sabia da gravidade da loucura dele e se deixou levar. Ela nunca teve coragem de  tirar tudo que tinha posto na mão dele.  Queria dar a chance a ele. Deu , ele não conseguiu e tão louco estava que ainda sobrou para ela resolver o que ele deixou para trás .
Não sei quantas vezes mais  ela terá que se contar essa história. A real , a verdadeira  vista por seus próprios olhos e sentida  na sua pele marcada.
Mais uma tatuagem para coleção dos amores  frustrados que teve.
O que a faz ainda achar que o ama?Que deveriam ficar ainda juntos.
Ele não está pronto. Não tem trabalho e vive com o que os pais dão.
Não fez um tratamento psicológico sério, não buscou crescer e ser auto-suficiente.
Por que ela ainda acha que o ama? Será isso apenas apego?
É preciso libera-lo de verdade . Deixar ir mesmo. Quase 2 meses sem procura-lo ,  para depois  faze-lo?
Acho que ela está agora a beira de meio século com medo de ficar só. Na verdade, não é medo. Não quer, cansou. Quer dividir com um parceiro a vida.  Não  vai ter filhos, seu tempo passou , nem netos.
E o que esperar?
Viu amigos que  passaram pela crise parecida retomarem relações  e se refazerem.
Mas e ela?
Olha amigos que também separaram e já estão em outra e bem.
Outros que estão sozinhos. 
O que ela quer? Outro relacionamento ou o mesmo. Digo, com a mesma Pessoa.
Mas por que    ela reluta em deixar?. Em aceitar que ele  foi?
O motivo dele ela intui.  Não aguentava mais se sentir responsável  por tudo ter dado errado e tê-la metido na encrenca.
Ela não crê na falta de amor pois dias antes dizia que a amava que queria tá junto.
Só que quase um ano se passou,  a vida do personagem não mudou e ela tem quase que certeza que ele tem pavor de chegar perto , justamente por conta dessa culpa  não expurgada.
Ela também não sabe o que quer.  O viu 3 vezes nesse tempo de um ano. Mto rapidamente.
Teme estar idealizando algo que não é.
Ela queria ter toda certeza do  mundo que o ama e o quer independentemente de qualquer coisa. Mas tem medo  da rejeição.
Amar não é fácil . Ela  fica tonta. Pensa nele o tempo todo. Mas não acha que ele pensa nela. Ela faz tudo que tem que  fazer , pensar nele não limita sua vida , mas...pensa em fazer uma  hipnose, e saber o que foi que  veio a tona tanto tempo depois.  Do que ela teme se livrar ,  pois se ele não a quer,   foi ele que pediu para ir , ele parece bancar o gostosão , e sua atitude com ela parece  ser no sentido de não querer fazer mais mal.  Tipo: estaria melhor sem mim.
Mas ela também é culpada disso. Inúmeras vezes disse a ele que não sabia porque estava junto.   Corrigia depois, dizendo que só amor explicava. Mas sabe que agia  diferente. Isso porque a atormentam os questionamentos impostos do que deveria esperar do amor e de uma relação.
Tudo tá ficando claro. Por que se sentia tão mal? Porque estava em confronto o tempo todo. Estar com ele era como se estivesse fazendo algo errado. Que a violentava aos olhos do mundo.
Talvez não consiga hoje se livrar,  porque tá assumindo a responsabilidade de que  agiu de maneira  contrária ao que sentia, por influência dos outros e ďele próprio. Ou agora é que conseguirá se livrar.
Certo descontentamento,  certo querer sempre mais do amor. Esse que nunca chegou em nenhuma ocasião a toda visão romântica do que sonhou .
Ela sabe que isso se deu várias vezes. Não só com ele mais com outros também.
Mas era jovem. Agora não é mais.  Acho que toda vida sentimental dela vai mudar daqui por diante.
Estará sim, em busca de alguém . Vai fazer por onde.
Ainda terá que   ter com ele uma seria conversa.
Perdoar ele por tê-la buscado e te-la abandonado.  Ela perdeu a grana, ele perdeu a paz de espírito. Ela acha que também ele só se sentirá livre quando  sua culpa e dor passarem.Aí ele terá condições de procura-la.  Mas ela sabe que isso pode ser nunca, ou tarde demais,como ocorreu com sua amiga.
Meio século é Muito.  Tudo vem a tona. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Fabulação criativa

Princípio de vida em que se cria a história que se quer, ou melhor, aquilo que vai além do documentário e da ficção.
Sei -lá,  pode ser tudo e pode ser nada.
O fato é que depois de tanta fala o que sobra mesmo para entendermos as imagens são exatamente as não imagens.
As ausências, o que importa hoje é a história que não foi contada, a pessoa que não estava na self.   Tudo aquilo que  ficou para ser dito e que de repente nunca o será.
O filme é isso, ou é aquilo. O desconexo dos vocábulos nos diz  o Que?
As imagens ausentes nos dizem o Que? 
Na lógica diria se não tem imagens,  não perderei meu tempo pensando sobre isso.
Mas, mas, ...
É muito difícil para quem tá acostumado a não ver o óbvio, que ele ali está.
A ausência da discussão faz pensar  mais do que a própria discussão.
Se aquilo que interpela  pára de interpelar , você de repente começa a ver que   certas interpelações  em vez de te ajudar te atrapalhavam.
Como  não se sentir em conflito se na ausência de algo você sofria e na presença sofria ainda mais , por achar que o que fazia era errado e que vc não deveria gostar do que gostava?
Fico pensando na dor de alguém que ama algo mas que não pode estar com esse algo. E o conflito interno que isso gera.
Conflito interno, querer algo que vc não poderia querer.   Mas a proibição não é endógena e sim exógena.
Simples assim. Você devia ter luz e coragem  de mandar a puta que pariu , todo aquele tem a  solução para a vida dos outros, enquanto a sua própria  vira e mexe é o caos.
Simples assim, meio século é Muito, ou manda a merda agora ou só na outra encarnação. Ciclos usados , ciclos fechados. Se nada se tem,  nada se perde.
Então, o máximo  é continuar o que já está. Sem construção de memórias ou histórias.
Mas e o confronto?  E o rejeito?
Viver é complicado, quero férias.  Não dou conta.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Tudo e um pouco mais- devem ser os astros









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 Sol no meu mapa, vênus no meu mapa  e tudo muito complexo.
Ontem eu escrevia em papel, hoje volto ao digital para ter mais facilidade e  possibilidades.
Enfrentar reuniões nunca foi o forte, não deve ser de ninguém, ainda mais quando a reunião é para te  dizer, estamos fudidos e meio e nada nos será pago por isso.
Ou seja, puta e putos já somos  faz tempo e ainda sem pagamento condizente.
Saio com a cabeça quente tenho vontade de dividir os dilemas com alguém que ouça e que fale que tudo vai melhorar no país, mas esse alguém não existe.  Nem  no real nem na ficção.
Minha impossibilidade de criar um personagem que de conta de  me ouvir é a constatação mais árdua.
 Folheio páginas do facebook, ou melhor, passo a timeline e nada sobrevive a mediocridade do momento.
Onde vamos parar? leio uma matéria  sobre morar em Portugal e me  decepciono com a falta de cordialidade e falta de   noção das pessoas que comentam. Caralho, onde vamos parar? As pessoas perderam o senso.  Saem agredindo quem não conhecem e se julgam as corretíssimas do pedaço.
O que será da humanidade? Será que teremos que viver uma nova hecatombe para começar do zero?
Estou desesperançosa, minha vontade é de ficar em casa e não mais sair.
 Penso em plano B, C, D, E ,  porra! eu tenho dois empregos e  estou assim , imagino quem não tem nenhum?
 O que fizeram com o país em 2 anos ? E ainda tem gente que diz que isso é fruto dos 12 de prosperidade.
Pergunto-me  como alguém ainda consegue pensar assim. Ora, estávamos bem, até que  resolvem tirar uma presidente eleita e  colocar essa múmia comprometida até o fio de cabelo. Mas cadê o povo,  esse que dorme, esse que trabalha duro para se manter vivo e dar riqueza para uma elite que só extorque. 

Problemas do país misturados aos meus de toda ordem.
Não eu não tenho problemas, será isso a negação, se todos tem eu devo ter.
Liberei-me da  terapia pelo simples fato de não ter como pagar e  por achar que  estava algo emperrado no propósito a que se devia.
E também quase 10 anos é muito para eu continuar com as mesmas coisas de sempre.
O que descobri é o que agora verei, porque no curso talvez nada se veja de verdade.
O fato é que  meio século é muito, e sentir meio século como se tivesse as mesmas coisas de 30  ou 20, é porque tem algo errado.

Descobrir a  mim e descobrir o que farei , por diante. Diante da privada que se tornou  a área de trabalho, resta fazer algo que  possa realmente me  fazer a subsistência.
Desapego,  exercito, mas não é por isso que vou perder o que posso manter, pois se não terei que comprar de novo.
Desapegar não é destruir o que se tem,  para ter que comprar outra vez, isso para  mim é burrice.
Tenho um barco que preciso vender  para investir em outra coisa.
Esse filho trabalhoso, motivo de brigas e desilusões já cumpriu sua função na minha vida, precisa partir. Já me mostrou que  não adianta  querer ajudar quem não  quer de verdade . Me mostrou que tem pessoas falsas demais no mundo, pessoas que usam as outras desmedidamente para seu próprio  bem e nada sentem por isso, que tem pessoas que são tão frágeis, que  desmoronam  com um sopro e até com um beijo que  visava fortalecê-la,  tem pessoas que  querem sair de onde se encontram mas estão tão adoecidas, sem se dar conta, que não conseguem e fogem deixando para trás todo um lastro de  coisas pendentes, que não conseguiram jamais esquecer.
As vezes  eu esqueço que tenho essa história, que tenho esse objeto grande e valioso que só me dá despesa.
Queria acordar um dia e lembrar que ele foi vendido  e sumiu.
Queria acordar um dia e  ver que tudo cresceu, que minha profissão foi valorizada e eu não ganho hoje o mesmo que a 18 anos atrás.
Queria acordar sem ter que começar a pensar numa outra alternativa para ganhar a  vida, pois que essa está se findando.
E aí o que fazer?

Tenho saudade de um mundo luminoso e alegre de possibilidades sem fim, de raios de luz quentinhos sobre as nossas cabeças.
Sei que misturei  tudo, mas é assim que me sinto, um misto de tudo, algo achatada em tudo, um rolo compressor me  pegou pelo caminho.          
   


              

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Certos fins!!

Tudo tem fim nessa vida. Somos seres com prazo de validade, como todo o resto que nos cerca.
Entretanto, essa constatação que é a mais natural desde o momento de nosso nascimento, ainda nos choca.
Sofremos com ela, sofremos quando a vida acaba e quando temos  que dar fim a alguma coisa.
Isso porque  sabemos, na essência de nosso ser, de nossa finitude e ficamos a vida buscando algo que utopicamente  poderia ser eterno.
Os amores que temos, as relações de amor, amizade e até mesmo de trabalho.
Alguém poderia  até dizer que a sensação de impermanência não existe porque tem um trabalho  fixo estatal, ou fez um concurso e jamais será demitido. Mas a vida não é assim. Pois que as  vezes  enjoamos dessa utópica permanência eterna.
O que é claro então nesse processo que é a vida? É que ela é mesmo processo inacabado, que não vai ter nunca sentença,  quanto mais coisa julgada.
Cada pessoa tem seu próprio processo para tudo. Isso é único para cada um de nós que nascemos.
Se nos encontramos com alguém pelo caminho temos sempre que saber  que esse alguém somente é parte de um momento. As vezes os momentos vem e vão,  vem e de novo vão. Pessoas que digamos nos são intermitentes ao longo do processo. Até que se vão de vez. Aí  , a princípio, só restará a lembrança de algo que se viveu junto.
O caminho nesse sentido de interação e conhecimento do processo é por vezes doloroso. E quanto   MAIS nos debatemos mais ele dói.
Certas vezes é melhor ficar quieto e ver o processo andando sozinho de acordo com as voltas da terra. MAS talvez essa não seja a melhor forma , pois que a omissão pode nos machucar ainda mais.
Tem gente que sabe exatamente como quer seu processo . Eu os invejo, nunca sei o que quero  , embora saiba o que não quero.
Os ciclos  de nosso processo são interessantes por vezes. Não que tudo se revire do nada. Mas quanto mais omissos somos , mais a reviravolta nos atinge.
Não creio que saber dar fim  às coisas seja o mais importante. As vezes  ter conhecimento da coisa importa mais.
Essa sociedade nos cobra sempre terminar, não perder tempo, tudo numa busca incessante de lucro/benefício em todos os aspectos. Estar com alguém problemático é perder tempo, estar problemático é perder tempo. Mas que tempo é esse? O tempo  para a única sentença certa, que não sabemos quando vem. Acho que não é por aí. Vamos viver o que tivermos e quisermos viver. Estar consciente desse processo é melhor . Ajuda a não sermos ludibriados por nós mesmos.
De resto, é tudo suposição.

domingo, 5 de agosto de 2018

Tempo, deixar ir, mágoas, fechar gavetas do passado, tudo passa

Sinto uma imensa preguiça de voltar aos meus cadernos. Talvez esteja sucumbindo à modernidade dos meios e eles  começam a se  ajustar a mim  fazendo parte prolongada de mim mesmo. Como viver hoje sem escrever e sem celular?
Passo os dias pensando e escrevendo. Viajar me dá a nítida sensação de que escrevo para viver. Através do ato contínuo de pensar a escrita,  vou me escrevendo e  construindo minha história que é diferente da de outras pessoas.
Conheço poucas pessoas que precisam tanto quanto eu colocar na retórica ou no discurso escrito aquilo que sentem. Não sou uma escritora,  pois que assim considero aquelas e aqueles que criam mundos semi-existentes, inventados.
Eu transcrevo. Eu faço  a mímesis  platônica, copio a realidade em suas filigranas,  para dela tentar dar conta do que vivo e sinto.
Somente o tempo com sua  carga de anestesia , entendimento e aceitação é o remédio para certos males ou certos acontecimentos.  Por mais que tentemos, determinadas coisas precisam ser deixadas de lado depois de  elaboradas por nós.  Eu creio que mesmo quase um ano depois, faltando 4 meses para isso, ainda não dei conta  de entender e aceitar  o que se constitui hoje a vida de novo separada.
No princípio é o alívio de todo um peso absurdo  de não  conseguir fazer a pessoa ver que precisava se tratar.  A negativa da pessoa e o meu olhar  apiedado sobre ela, só fez que piorasse a situação.  Tudo que eu fazia para ajudar  jamais foi suficiente para o mesmo. Todo amor dispensado , toda compreensão disponível e abnegada não adiantou para que ele acordasse.
Não acordou, pois creio de verdade que se estivesse acordado a ação seria outra. Seria a de buscar mudar e se curar tendo em vista a  reconstrução da relação,do amor e de si mesmo. Mas  não,  ele não deu conta de fazer nada disso. Envergonhado ao extremo, optou por extinguir o meu olhar, a minha presença e tudo que ela representava para  ele. Eu ali ao seu lado era a contundente  prova de sua doença e de seus erros, de sua fraqueza e escolhas erradas. Não era eu nada disso na verdade. Mas eu representava o espelho e olhar o  meu empenho , doação e gentileza para com ele, o fazia sentir culpado por  não ter feito o que  tinha  prometido e combinado comigo.
Eu passei ser o algoz. Me viu com raiva pois eu mostrava, na mente dele, que ele  foi mal.
Optou por me deixar. Deve ter sentido um alívio. Mas sua vida não mudou por isso.  E eu duvido que consiga  ter paz  ao lembrar que eu  estou pagando as suas penitências. Se consegue  é porque  realmente é falho de  tudo.
Pago eu a penitência por ter me deixado envolver e ter querido resolver a vida dele.
Ter dado condições para ele sair do subemprego e ser um empresário como ele mesmo se intitulou.
Todavia a falta de auto conhecimento era tão grande que ele se perdeu dentro de si mesmo e levou tudo para o ralo.
50 anos e idade mental de 20.  Ilusões de 20, medos de 20 ,de alguém que nunca se deixou amadurecer e crescer.
Chorava quando o crescimento lhe batia a porta. Tantas vezes confundiu sua crise interna com o relacionamento. Se sentiu menor, sem potência, mas não reagiu. Sua omissão e inércia  o derrotaram.
Ouvidos fechados para a razão.  Ouvidos fechados para o que eu dizia e olhos fechados para a  realidade. DOENTE eu não consigo ver outra possibilidade. Ele não é mau caráter , nem cafajeste. Por isso sofria.
Me deixar era a única forma de não mais se confrontar com tudo isso.
Optou pelo mais fácil, talvez sem ter que enfrentar a todos .
Vergonha. Orgulho. Tudo junto. Se me amava como dizia, devia ter tentado. Mas a doença o enfraqueceu  ainda mais.
Sem ter com quem brigar  eu virei o saco de pancada.
Não  estou  de vítima. Isto  é um relato de entendimento. Sim , eu o aceitaria. Mas resta ainda em mim a mágoa.  E toda vez  que  preciso me desdobrar para acertar  o remanescente disso tudo, explodo em ira.  Me sinto tão violentada, injustiçada, sozinha e penalizada.  Eu, como uma mãe com um filho, fui abandonada por ele tendo que recorrer a outros para me ajudar. Oxalá esse outro existe. Mas o custo é todo meu.
Sem recuperação do prejuízo,  eu tenho ciência mas não é isso o mais importante. Dinheiro vai e vem.  A mágoa é pelo abandono. Eu não o abandonei, estive ali todo tempo, dei meu colo e força e ele na primeira chance o fez. Partindo talvez do princípio de que eu estivesse melhor sem ele do que com ele. Pensamento cômodo para se retirar achando que tá fazendo o bem. Assim se  desculpa para si mesmo.
Acho que eu entendi , mas não aceitei ainda. Sinto raiva  disso tudo. Aceitarei quando ficar indiferente a mim tais sentimentos.
Ainda sonho e peço a volta de um amor.
Tenho medo de também estar iludida com essa possibilidade de amor. Mas fico parada. Inerte. Esperando o tempo passar e talvez apagar,  talvez.
Se nada na vida dele mudar , dificilmente conseguirá ver as coisas. Dificilmente assumirá sua responsabilidade diante de tudo que passou e que me fez passar.
Eu estou bem e ficarei  melhor conforme a indiferença for chegando.
O peso da manutenção ainda me assola e é o pior que restou. Quisera ter me livrado disso antes. Tenho minha parcela de culpa. Acho que amo ainda. Mas sinto  sua fraqueza em ter me deixado com o pepino na mão. Pepino que constituí para ele.  Ou seja, difícil ele estar em paz sabendo como estou.
Mas  tudo passa, passará.  E é preciso  entender e aceitar e vender, para ir mais rápido. Seja para onde for.