domingo, 31 de dezembro de 2017

Velho ano, ano novo!

Na praia, a água gelada do fim da tarde propiciou um último mergulho de 2017, um mergulho que levou tudo que tinha para ser levado e congelou as reminiscências que sobraram.
O gelo e sal abusivo da água começaram a curar as cicatrizes, elas doem ainda,mas sei que vão curar.
É preciso o luto e é preciso ficar a deriva para conseguir ver o outro lado.
Talvez tivesse me afastado demais da paz,  talvez tenha feito escolhas erradas, contudo sobrevivi.
As feridas virarão cicatrizes que mostrarão o quanto fui forte, o quanto aprendi,me doei, amei e lutei o bom combate sem desisti, sem fugir e sendo acima de tudo leal e corajosa. 
Tenho consciência disso e em pouco tempo a paz reinará.
Fracos são os que fogem,desistem e não lutam.
Sei que ainda vou chorar,mas passará, tudo passará e eu passarinho.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Sensações e sensações!!!




Imagino a bomba atômica! O cogumelo e depois a radiação corroendo a carne e os ossos de quem ficou. Câncer escondido nas entranhas de cada ser que por ali passou.
Nossa, de repente  o enunciado me pareceu  mais que  real, hiper realidade surgindo de uma constatação.
Será que alguém se deu conta, alguém se deu? mas quem?
"Hiroshima mon amour", quem esteve em Hiroshima, quem?, quem? 
Ode ao amor de Alain Resnais e  Roteiro de Marguerite Duras.
Cada dia de confronto uma tristeza, uma dor, um quê de não sei o que. Melhor deixar Hiroshima, esquecer, apagar, porque  nem todos tem memória, tem ciência se tocam do que fizeram e continuam fazendo por aí.
Em nível macro, o nível micro.   










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caminhante, não hai camino!

Tiradentes!

Todos dizem que no final tudo dá certo!
Confesso que não estou muito interessada no final, importa agora para mim o caminho, o final leva a torre, ao alto, ao metafisico e  apaga tudo isso que vai no caminho.  A busca agora é do caminho que faz o caminhante e para esse não há o caminho, são os caminhos de pedra, de tempo, de dor e alegria também. Não sei, de fato não sei, o  se passa na cabeça de ninguém, nem na minha às vezes, mas o que sentimos da energia do outro sobre nós, isso da para saber e como dá.
Todavia no caminho sem caminho hoje vivido, o tempo é o soberano e busca-se o que se encontra por aí nos bailes da  vida. 
Que vale é que nesse caminho aí da foto a luz está nas margens e em cada curva uma nova etapa.   

Dominando as contradições



Reserva no sul do Chile

Reconhecer o que somos, fruto do que nem sempre sabemos. Escutar o outro dizer disso e reclamar disso e se aborrecer com isso, e nós buscarmos a  mudança do rumo, não tem  preço!! Vale cada instante da busca pelo autoconhecimento.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Literatizando a vida

Cada manhã que acordo escuto uma mensagem budista, ou qualquer outra que me lembre que é necessário repensar a vida, que é necessário prestar atenção no que se anda fazendo.
Escrever  é um jeito ! Não é fácil,  nem difícil mas para maioria das pessoas quase impossível.
Escrever exige que queiramos tocar na coisa em sua forma mais profunda, e elabora-la de maneiras diversas.  Escrever é como um caleidoscópio,  cada mexida da um desenho diferente.
No final ,talvez seja tudo a mesma coisa  mas difere a maneira,  a palavra e o quanto nós a elaboramos.
Vamos aos poucos tomando pé de tudo, remoendo os acontecimentos e refazendo os caminhos percorridos e de como percorreremos daqui para frente.  Não que consigamos prever isso,  mas o mínimo de  luz do que fazer tem que ter, se não é deixar a vida levar para qualquer lado e as vezes não tão bom.
O filósofo fala que esperançar de fazer acontecer e não de apenas esperar, esperar apenas pode levar a dissabores.
E aí as emoções confundem e se precipitam na mente da gente.
As vezes temos receio de fazer uma coisa aparentemente boba, mas que achamos necessária e remoemos com medo,  medo de ser mal recebidos,  medo de sofrer e desconstruir a ilusão que possamos ter.
Mas finalmente fazemos e é triste, constatar como certas pessoas com as quais nos envolvemos são tão frias, tão fracas,tão irresponsáveis com os nossos sentimentos.  Pessoas que jogam com os sentimentos das outras como se fossem de  brincadeira,  que fazem as outras sofrerem sem qualquer piedade , que com 50 anos na cara agem como crianças que não aprenderam nada com a vida.
Agem de maneira a fazer sofrer  outras pessoas inconsequentemente pois jamais pensam no outro só em si mesmos.
Eu tenho certeza que não vai demorar muito, essa mesma pessoa estará junto com outra, pois não consegue olhar o estrago que vai fazendo pela vida só vampiriza, sugando o que pode, até ter certeza que o outro tá na sua mão ,aí  larga pois é  fraco, medroso.
Desejo o bem, mas lamento porque ainda vai penar muito pois cava a própria    desilusão,  cava  com a inconsequência a  própria alienação e reação.  Volta para nós a inconsequência.
O que eu espero é que se existe uma coisa justa nisso tudo eu já fui até onde podia.  Que eu apague esses 3 últimos  anos da convivência dessa pessoa e nunca mais me lembre desse ser.   

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Meu caminho é cada manhã!

O respeito.

O que é o respeito?
Palavra que soa estranha para quem   houve ou para quem fala.
Sempre procurei ser uma pessoa respeitosa com todos, não  falar palavrões , não humilhar as pessoas, falar o que é o necessário e não qualquer coisa que me venha a  cabeça, guardar para mim críticas excessivas que podem magoar.
Ao longo de 3 anos isso de fato norteou a minha relação amorosa também.  Em nenhum momento eu fui desrespeitosa mesmo as vezes tendo vontade de se-lo.  Ao contrário de outras pessoas que humilharam, que xingaram, que fizeram a autoestima da pessoa ir para o ralo eu nunca fiz isso.  A ponto do meu terapeuta uma vez dizer que que achava isso legal da minha parte quando eu segurava a língua para não ser brusca ou criticar demais.
E como me segurei,  como vi e ouvi e me segurei . Não me arrependo do que fiz, não me arrependo  de nada no que diz respeito a pessoa e a relação.  Fiz imbuída de uma vontade suprema de ver tudo ficar bem, apostei nele e na relação e no amor que tínhamos.  Não me arrependo.
Mas me responsabilizo por não ter tido mais força para tirar  antes as conclusões que hoje tiro.
Fui sim manipulada mesmo que inconscientemente  por ele. Ele foi teimoso e cego e não conseguia ver os fatos claramente.  Talvez agora é que veja e isso que causa vergonha. Como pode ser tão tolo. 
Mas acontece.  A fragilidade dele era clara, mas eu queria acreditar que não era. Eu vi em uma determinada hora o que estava acontecendo e paguei para ver mais.
E vi ele se quebrar, chegar ao fundo do poço,doente e completamente desnorteado.  Em dois verões eu vi isso.
Mas ninguém podia fazer nada.  Ele sozinho é  que precisa se encontrar.  Se ele tiver essa consciência ficará bem.
A amiga dele tem toda razão.  Não será mulher, filho,pais ou amigos que poderão ajuda-lo. Isso todos já fizeram.  Agora tem que ser por si só.
Somente nessa consciência ele conseguirá.
Sinto e sinto muito não ter conseguido chegar onde queríamos

Ele tem razão em não querer ficar, é demais continuar.
Tenho que a aceitar que  não posso ficar, pois o que eu podia fazer já fiz. Que os planos não aconteceram e que tenho que partir para outros.
De nós restará aquela saudade grávida do poderia ter sido.  Por hora não será.  Nem sei se poderá um dia chegar a ser. Não cabe a mim, ultrapassa minha alçada.
Entendo que só amar nesse caso não é suficiente,  mesmo que incondicionalmente.

A transformação

Em mais um capítulo de  romance, a personagem resolver reler  tudo que sentiu e resolve parar e escrever sobre sua história. 
Não seria a primeira vez,  no caso anterior ela também fez isso,  transmutou em literatura "barata", o que estava transcorrendo com ela e nesse processo conseguiu ultrapassar a barreira da dor e metabolizar os sentimentos.
Decidiu então fazer da mesma maneira.  
Na vida tinha escrito muitos diários e ali sabia que ficaria registrada a sua loucura e a loucura alheia.
A alheia dessa vez ela sabia o que era. E cada um tem a sua, sempre.  O problema é quando ela fere os outros deixando as cicatrizes mais profundas.
Ela decidiu no momento da escrita, naquele dia que a partir de então  tudo seria diferente.  Acordou de madrugada tonta e começou apagando todas as fotos que tinha no Facebook.  Depois apagou o Facebook do telefone.  Chorou, chorou até ficar com dó de si mesma e, embora sabendo que recaídas existem, vai lutar para apagar. Uma amiga que também foi abandonada pediu o nome da borracha que ela disse que ia usar.
Disse que será fé em si mesma,  e busca da paz de espírito surrupiada.
Ele, o que se foi, que se dizia calmo e em paz,  com uma carta perdeu o controle.  De 100 palavras ,só leu uma única,  a que menos importa no discurso. 
Ela sentiu pena naquele momento,  mas já tinha feito.
Chorou de novo ao chegar em casa, ficou com dó de si mesma.  Mas sabe que dessa vez será diferente.  Afinal não tem mais 20. Já passou por isso no mínimo 5 vezes, em graus profundos de dor. E com o último pela segunda vez. 
Algo tem que aprender.  Que dói, dói, dói.  Mas que passa,passa, passa.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Aprendendo com a vida, aula de vida

Fui hoje na casa da ML , que nasceu  João e mudou. Opção difícil isso lá nos anos 70 talvez. ML foi para  Paris e lá fez sua vida. Conheceu muita gente,   voltou para cá com o marido que aqui a deixou. Mas ML não desistiu ,criou seu negócio aqui e vive dele, embora agora arrendado.
Na sua casa conheci X,  que também mora na França,  X me conta que viveu 42 anos com seu marido  francês.  Que quando eles compraram aqui no Brasil um terreno para quando se aposentassem ficassem lá e cá,  o marido aposentou e ficou doente.  Um câncer que durou 6 anos até leva-lo definitivamente.
X e ML me falam, num país machista como aqui, uma mulher que é independente e com certo nível cultural tem muita dificuldade de arrumar um parceiro.
Logo eles não aceitam e se sentem inferiores,  e não conseguem conviver com isso. 
Isso é uma questão cultural , e  eles não conseguem ser,  se não for dentro de um padrão antigo construído por família etc,  eles não entendem que não é isso que vai medir o tamanho da   parceria,   da entrega e do amor e disponibilidade de estar junto.  Não se trata de ser o cara dependente da mulher,  lógico que isso é algo  de outra ordem.  É de deixar de ser machista e caminhar junto ao lado, cada um sendo  o que é.
Porque também depender do outro causa uma inferioridade que não é boa. Mas cada um colaborando com sua parte formando o todo.
X me conta de sua vida de 42 anos e me fala da parceria e do chão que perdeu e que agora vive o presente.  Não deixa para ser feliz amanhã.  Pois esse é vago pode não chegar.
Contei-lhes do meu momento, quero eu também chegar aos 60, daqui a 10,  entendendo isso.  Talvez seja nesse meio de vida que temos que nos refazer sabendo que o caminho é o do meio. Sabendo o que queremos e valorizando o que merece esse valor. Pessoas que merecem estar ao nosso lado e que queremos que estejam.
Nesse momento já podemos avaliar quem  vale ou não.
E se achamos que vale , que lutemos por isso.
Saber pelo que se luta, e porque ,ou por quem se luta.
Mas o problema é quando esse quem não está na mesma vibe.
Que fazermos?  Como fazermos?  Agimos ou paralizamos?
As vezes nos impõe desistir mesmo sem querer.
Mas a conversa valeu, valeu muito.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Vampiragem

Sair e parar de pensar, que um vampiro sugou seu sangue até a exaustão e quando se cansou saiu voando para outros pescoços!!!!.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Lei do karma

Sofrer  2 vezes por amar a mesma pessoa é  realmente uma das coisas mais cruéis que a lei do Karma nos pode infringir.
Aos 20 e  30 anos depois.   No mínimo  a pessoa que se deixa acontecer isso deve ser lesada. Como não viu que  aos 50 a pessoa poderia estar pior que aos 20.
Como se iludir assim?
A sensação é de revolta, raiva,  toda hora o sentimento vai e volta. E não entendemos como nos envolvemos , como fomos manipulados.
Histórias e mais histórias de amor e sempre a mesma coisa.  Quem se doa é que sofre , é que sente. Mas passa , tudo passa. 

E ponto final. ..

Em certas relações  que vivemos, chegamos as vezes a um momento em que  nos perguntamos por que fomos tão bobas, tão tolas, por que nos deixamos iludir tão facilmente e por que nossa  percepção é tão  frágil a ponto de não ver como as pessoas nos usam e manipulam?
Usam  por ação ou omissão,  usam porque se fazem de vítimas e nos colocam em situações que nós jamais imaginávamos.  Usam, abusam e nós deixamos. Culpa e responsabilidade só nossa, eu sei disso .Fazem o que nós permitimos. E depois, quando  dizemos,"pera aí",   a pessoa covarde foge. Faz estrago e foge e joga no lixo tudo.  TUDO aquilo que nós pensávamos que  fosse verdadeiro.
Joga no lixo porque não interessa mais, pois se interessasse cuidava, apesar de   não poder. Todavia
essas pessoas não fazem isso, NÃO SE dão ao trabalho,  é mais fácil fugir, colocar embaixo do tapete.  E ir na vida repetindo,encontra outra pessoa e faz tudo de novo.
Pois é fácil desistir,  difícil é lutar, difícil é dizer que ama e lutar e investir, difícil é enfrentar todos e tudo  e depois ser posto de lado.
Mas a vida é assim,   ela própria se encarrega.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

E ela chegou! !

Depois do tsunami social,mental, pessoal, hoje começam as férias.
Planos diversos,  sem viagem marcada ainda. Podem vir mas ainda não.
Um barco por gerir,  um livro por escrever, um curso para criar.
E vamos! !!

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

E foi assim - o que não tem remédio remediado está.

De tudo que levamos da vida,  quando chegamos ao seu meio, sendo muito  otimista de viver 100 anos, algumas coisas demoramos a aprender,  outras aprendemos com tanta intensidade que basta um minuto  de aula para que refaçamos toda a nossa história e pensemos, que para frente será tudo diferente.
Às vezes um ato ruim que sofremos dura um instante e causa marcas para sempre que ficarão como tatuagens.
Assim também acredito seja com  o amor  e suas dores.
Por duas vezes até hoje tive a oportunidade de me expor a alguém pedindo uma chance. Nas duas, a chance foi negada, e o estrago havia sido feito. Dor absurda que fez tremer todos os alicerces de mim. Dor física e psicológica.   Não sei se todo mundo que passa por isso sente igual.  Mas é F maiúsculo.
Escolada por essas vezes, uma aos 25 e a outra aos 35 mais ou menos não saberia mais como seria vivenciar tudo de novo. 
A tecnologia então socorre o indivíduo medroso.  A mensagem gravada esconde atrás de si o medo da voz, a covardia em não se expor de maneira categórica.  Na mensagem não tem o interlocutor para dialogar. Falei sozinha por 15 minutos de  reflexão.  Como se escrevendo  com a voz tudo o que pensava. Ponderando,rebatendo comigo mesma e com o ser imaginário que estava na minha frente. 
Sem o som das palavras alheias pude mostrar o meu ponto de vista. Pude me emocionar e falar da beleza que eu achava que tinha.
Exaltei a clareza e fui. Nada que não tivesse por base uma taça de vinho do almoço de confraternização.
Todavia foi o que tinha que ser. Eu precisava dize-lo,  pedir para que pensasse,   que não respondesse  imediatamente.  Que pensasse, eu não aguentava mais guardar dentro de mim tudo aquilo  e se deixasse só me faria engasgar.
Falei, chorei,  analisei, pedi, e pedi bonito.
Se serei atendida,  não faço idéia.
Talvez não, talvez sim. O que sai da minha boca é karma meu.  O que sai do outro é dele. Quanto a mim fiz tudo que eu podia fazer para tudo ficar bem.
Engoli meu orgulho e o medo,  ou meu coração,  e meu corpo. Um pouco de razão também.  Mas bem pouco.
Sem orgulho, sem vergonha mas com muita ciência e amor próprio.
Se dará certo,  não tem como saber.  Surgiu  a minha voz de um não ouvido.
Ouvido não,  escrito. Também o outro tem medo.
Enfim, será o que será.  Só sei que da forma que for será feliz.  Junto ou separado.

 

domingo, 10 de dezembro de 2017

O horóscopo e a vontade

Ontem abri meu horóscopo e dizia turbulência de 9 a 11 de dezembro e expôs uma situação que é exatamente a que tô vivendo. Fiquei surpresa.  Não é o horóscopo do jornal , é um site que faz mapa astral.
Minha amiga me indicou. 
Todavia o que mais me impressionou foi a tempestividade e certeza da coisa.
Acho que, sem dúvida, um programa de computador pode ler muito melhor  os astros  que alguém que senta ali e interpreta.  Até porque para existir alguém já fez a leitura e colocou no programa.  E o programa pode arnazenar mais dados que a cabeça humana.
O fato é que acertou e vou esperar a turbulência passar. Mas como toda turbulência mexe em tudo. Eu ne remexo e não consigo ficar quieta. Pareço um fantoche, mexido por coisas que nem sei.
Muito influenciável, muito crédula, muito receosa. Será da turbulência?
Essa que mexe com emoções até o fio de cabelo,que não dá brecha para nada.
Me permito algo e logo vem o receio dessa permissão acabar  sendo ruim em vez de boa.
Mas se era p que tive desejo de fazet por que cercear. Então foi... se será de novo não sei dizer.
Sei que também preciso aprender a respeitar a mim mesma, em tudo. Saber minha medida e limite de aceitação.
Aprender a conviver com insatisfação , mas também saber o que me satisfaz ,deixando claro isso para as pessoas.
Nas relações interpessoais  as vezes fazemos mais pelo outro que por nós mesmos e ficamos insatisfeitos. O outro vê a nossa insatisfação ,  não gosta, mas nós não colocamos para ele na real,no presente o que gostamos.  E as vezes colocamos mas o outro não consegue ver.
A cegueira do ser amado nos prejudica. Lembro do filme com base no livro do Saramago.
Onde só ela via,e cuidou de todos até a exaustão. 
Essa abnegação da mulher que  é tão pouco entendida por todos até por elas mesmas.  Uma doação incompreensível. 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Ser quem sou sem culpa.

Assistindo ao filme Yoga -arquitetura da paz  escuto que o objetivo da vida é o auto conhecimento!  Paro, penso, medito e vejo sentido nisso.
De tudo que conquistamos na vida, no fim só o sentimento é que fica, verdade que qualquer tipo de sentimento.  Mas nada mais carregamos e se foi bom partimos bem, se foi ruim, também é possível que partamos mal.
Mas o pior  deve ser partir arrependido.  Arrependimento de não dizer, de não amar , de não se doar ou  permitir.
Vamos nos permitir, diz o Lulu.
Permitir o que?  Permitir ser quem somos,  e para ser quem somos precisamos nos conhecer.  Aí o ciclo fecha.
Nossa sociedade é tão cerceadora  de sentimentos que hoje as pessoas acham que podem dizer qualquer coisa aos outros. Esquecem que ter liberdade não é isso.  Ter liberdade é acima de tudo ter discernimento.
Como a paz, a liberdade vem de dentro,  o ser atormentado não pode ter nem um, nem outro. 
E de novo isso vem do sentir, de se conhecer e voltar ao estado de luz e paz para ser livre.
Dizem que é o estado essencial,  o da essência.
Buscar a paz não é fácil, demanda muita coisa que hoje não temos ,já que vivemos no mundo cheio de penduricalhos , de coisas para fazer,de coisas que não  resolvemos e que nos acompanham pela vida,  e de coisas das quais fugimos.
Por isso é tão difícil , tão complexo e complicado. 
Temos tendência em achar que a culpa é sempre do outro, da vida , do etc e tal,  mas o filme,  a monja  e em qualquer filosofia antes de qualquer psicologia, já nos dizia que é nossa sempre a culpa.
Não digo aqui culpa no sentido cristão de ser, porque esse implica toda uma formação e punição que só estraga mais ainda.  Mas no sentido próprio,  de você não querer e aquilo mesmo assim acontecer  a sua revelia.  E embora aconteça a sua revelia você precisa assumir certa punição menor,  por isso.  Ou por nossa  omissão  ou ação, mesmo que não intencional.
Juridicamente a diferença entre o doloso e o culposo.
E o sentido da vida,  da busca, é então esse de saber quem sou eu, o que posso,   e qual a minha responsabilidade,  e o auto conhecimento, serve para isso, libertar.
Estar só para descobrir-se é possível, mas não em momentos de festa,  não em momentos com o outro , pois esse também faz parte de nós, da nossa existência.
Fácil é ser santo sozinho. Difícil é ser santo a dois ou em família.
O outro saber mais de nós ,que nós mesmos, incomoda. 
Incomoda tanto que às vezes fugimos dele.  Sua presença representa as vezes para nós o próprio espelho.  E quando não estamos bem,  em paz conosco, olhar no espelho é por demais dolorido.
Na vida, nós, nos colocamos em situações que somos espelho. E quando o outro nos olha e  vê em nós as suas falhas e omissões ele não consegue ficar.
Não porque ficamos falando,ou cobrando, ou por fazermos alguma coisa,  mas porque quem olha  saiu do lado escuro e viu a realidade, viu o reflexo de si mesmo.
Como se ele jogasse para nós o que ele é.  Nós não somos , mas o outro nos vê assim. JOGA o que ele sente como se nós é que sentíssemos.
A mente humana é terrível.  São muitos mecanismos.
Por exemplo,  eu penso A, o outro não pensa A, pensa B,  mas eu não consigo ver que ele pensa B, porque eu me reflito nele e só consigo enxerga-lo pensando A. E não B, como ele realmente é.
Isso é causa de inúmeros  conflitos, separações entre casais.
E é necessário muita reflexão para sair da cilada da mente antes de destruir tudo.
A mente do cristão se vangloria de sentir culpa. E mesmo assim nada faz para dela ter conhecimento e supera-la. Apenas paralisa o indivíduo,tornando-o doente,apático e se punindo eternamente.  Ou seja, enquanto o ser não se livrar dessa culpa vai viver o inferno terreno. Por mais que fuja aquilo estará sempre ali numa voz vociferando - vc destruiu,vc se omitiu,vc fugiu,vc não assumiu e mais uma tonelada de verbos.
Importante por isso é se olhar e olhar o entorno, e se livrar a partir de um auto exame. E acima de tudo se perdoar.
Perdoar de verdade e perdoar os outros.  Não da  boca para fora ,mas de coração mesmo.  Deixar ir. Só assim a paz virá e com ela a liberdade de ser de novo luz. 

Esperando clarear.

Que a água  que ficou turva  com a chuva que caiu ,volte a ficar cristalina para que os peixes que habitam  o rio consigam de novo enxergar a vida!

As escolhas ...

https://youtu.be/TyArRKseP8c

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Ouvir

Antônia era minha avó, dizia que mulheres são seres que ouvem e o que ouvem reverbera no tempo de sua  existência.
Penélope até hoje se lembra de ter escutado de seu amado que ela era excessivamente carinhosa e ele naquele momento de surto de liberdade não aguentava aquilo.
Acho que Ulisses bateu tanto a cabeça por aí , que  mais tarde queria que Penélope  fosse sua provedora em vez de ser sua mulher já que ela tinha tão bem administrado os bens em 20 anos de ausência.
Ouvindo outras mulheres Penélope se  ressente de Ulisses , que  se a princípio aceita a maneira que tinham combinado,  cada um no seu reinado,  quando perde seu reinado ele quer impor a Penélope que mude o jogo. Só que quer mudar o jogo  e nada faz para mostrar a ela como se pode jogar.
Ulisses  parece um menino mimado, não sabe jogar e quer descer para o play.  Guarda na mente todos os paradigmas familiares,  mas não vê que mudaram com o tempo.  E nem sua própria vida o faz olhar , ver que as coisas mudaram.
Que Ulisses não quer  o modelo arcaico ,a arqueologia já provou, todavia  por que ele insiste em retomar um modelo que sabe desgastado?  Pois ele mesmo não dá conta de cumprir , mesmo depois de  vários casamentos em 20 anos.
Penélope chama a isso infantilidade, teimosia. O novo modelo pode ser muito melhor se Ulisses aceitar.
Penélope cada vez tem mais certeza disso.  Todas as pessoas que assim fizeram são mais felizes.
Esse modelo não quer dizer que haja um abandono do outro ser, ao contrário,  cada um fica dentro de uma cumplicidade muito maior.  São amigos, amantes, sem desgaste do dia a dia. Mas se o outro precisar sempre se estará lá.  Sem brigas,  ansioso pelo encontro. 
Todos que optaram por isso tem relações muito mais duradouras , sem desgaste, sem que a dureza da rotina os massacre.
A maioria das mulheres que Penélope tem conhecimento, mulheres próximas  de sua condição fazem assim.  E acham melhor, pois na história cabia a elas sempre o ônus maior de obrigações e deveres. Assim é mais fácil curtir e cada um continua no seu quadrado com sua individualidade  e obrigações pessoais.
Se o filho já tá criado e não necessita-se de duas pessoas o tempo todo juntas, por que não experienciar outro modo? Cada um respeitando o outro.  E se um dia a junção se fizer primordial assim se faz.
Penélope então se questiona se Ulisses quer uma mulher ou uma mãe provedora. Mas isso ele já tem, Eritreia, para que outra?
Com tudo isso, ele mais uma vez rompe o jogo. Não sabe jogar, embora tenha descido para o play.
Mas ele não quer respeitar a regra, é intolerante,   faz -se de vítima da história para todo mundo  e é claro que não foi.
Foi astuto com quem não devia, manipulador de desejos e sentimentos pueris de Penélope e agora posa de coitado.
Ulisses sabe que se deixou envolver pelo que outros falaram.  Tem vergonha e orgulho que não aprendeu a conter, e não aprendeu a ser humilde e ter gratidão. 
Assim é que Ulisses se coloca.  Está livre para a eternidade ou para qualquer outra  que passe e ele vá atrás.
A questão então é de Penélope: ela que fez tudo para espera-lo, que se entregou e investiu tudo, e agora?  Sente dor, sente-se usada  se o que pensa  for confirmado.
Se já pensa é talvez porque já sente.  Depois de tudo  que se dispuseram a fazer, ela ainda fica com essa parte.
Estava enlouquecida, com todos esses pensamentos.  Aí vê uma msg apagada, como num instantâneo, solta a força de tudo que estava pensando.  "Penso em vc Ulisses, sem orgulho , vergonha ou pudor" a vida é uma só.
Lógico que Ulisses não respondeu.  Não tem  como.  Não sabe ...  É o tempo e suas  imperfeições,  dúvidas,  mágoas e perdas.

As voltas de Virgínia

Virgínia começa  seu texto:  nos momentos de reflexão nesses últimos meses,  em que um turbilhão tomou conta de meu relacionamento ,mais por questões externas que internas minhas,  embora externas e internas dele, me deparo com voltas esporádicas de  fatos do passado que não foram por mim, nem por ele  relevadas durante a vida.Digo isso porque tudo que construímos  nesses anos recentes foi muito pautado numa idealização de amor do passado.  Virginia confessa: cegamente voltei 30 anos para tentar dar sequência a um amor adolescente.  Esquecendo que eu não era a mesma, e ele também não deveria ser. Todavia se eu  me considero mais dona de mim, se me caçei por 30 anos ,pelo outro não posso responder.  Certos conflitos que tinha, não tenho mais. Certas ilusões também não.  Mas para isso foi preciso estar atenta ao que vivi.Eu me recordo de escrever como Rahel, personagem de Hanna Arendt, para registrar o que vivia.Fazia isso o tempo todo. Em todos os rompimentos , em todos os momentos.  Mais nos de dor que nos de alegria.  Na alegria a gente esquece de escrever. Parece que  as musas nos deixam em paz. Mas hoje a escrita é como o ar.Punhetação mental, talvez seja.  Mas de certa forma faz expurgar e ressignificar.Recebi então um trabalho  que comecei a ler,despretensiosamente me deparei com minha história aos 20 anos.Surpresa percebi que aos 20  quase todo mundo vive a mesma coisa. E depois?  No roteiro a menina deixa o namorado amando-o, porque ele nunca largaria a outra para ficar com ela.De repente diante desse texto eu vi o desdobramento 30 anos depois.Sapo e príncipe ou o inverso para ser mais precisa. Dá primeira vez não voltamos atrás pois não tive coragem de pedir isso.  Orgulhosa ,eu no fundo sabia que tínhamos tudo para viver. E vivemos, cada um ao seu modo. No entanto , a dor daquele momento foi descomunal pois era só  causada pela separação. Dor da gravidez de futuro que tínhamos planejado.   E do apaixonamento e romantismo que  sempre cultivei. Mas passou e  nos 2 encontros que a vida proporcionou com 25/ 30 anos  não tinha foco mais para aquilo. Embora aos 25 anos de idade tivesse tido a oportunidade de retomar não o quis.Enfim, mas isso é o que foi.  Importa ler o hoje de tudo isso.E Virginia me pergunta se tudo foi uma ilusão atemporal, um remake do que ficou embaixo do tapete.Não e sim.     Não por um lado,não somos os mesmos e sim porque um desejo existia.  Será  que esse  era o último tempo.?  Era toda essa loucura que faltava viver nessa relação? Ela  se recusa a achar que sim. Apesar de ser  quem mais saiu  do habitual para vive -la.A  vida estava arrumada, dentro do princípio da impermanência das coisas,  independente, coerente,  vivendo  as coisas ,os dias ,  movimentando o que queria.  A do outro  não tenho como  falar ,só sei que não estava como a minha,   estava  estacionada numa acomodação,  numa auto punição que ele mesmo não se dava conta, sendo  iludido de que havia escolhido aquilo que estava vivendo, dependendo de parentes,  sem receber salário,  sem nada , fumando a vida em completa alienação.  Tanto ,que quando se deu conta ,quis empreender e   fomos juntos.  Empenho mútuo, deveria ser,   mas a visão alienada  não se descortinou. E sobreveio os percalços que se arrastaram até  o final . O problema era maior que parecia.  A mente cria subterfúgios e tem subterrâneos desconhecidos para nós. Se não formos persistentes sucumbimos aos caprichos mentais que nos enganam e nos fazem ver trocada a realidade.  O medo e a falta de autoconfiança imperou. Fomos todos abduzidos pelas circunstâncias.  Não era a ação que era errada, embora também fosse, era a omissão. E o pior a omissão inconsciente. A letargia,  o horizonte  obscuro e  maquiado.  Tudo foi maquiado para esconder a realidade.   De longe, Virgínia conta que não via. Nem podia, se do lado ele não via como de longe ela veria. Todavia  com sua inércia  ele desconsiderava seu poder de persuasão.  Ele manipulava Virgínia até sem se dar conta.  E ela fazia o que ele  queria.  Ela foi deixando. Se ela falasse ele invertia o jogo se fazendo de vítima, dizendo que ia embora. E o pior ,como manipulador ele era cruel. Se fazia de  vítima e subia nas tamancas.Agora Virgínia consegue ver,  e como sempre também em tempo de ausência, consegue se ver.Não como deveria. Ainda acha Virgínia que a história não terminou.  Ela sente falta porque ama.  Sabe que não tem mais tempo suficiente de vida para esperar o outro cair na real e encarar os fatos. Talvez, a palavra maior da dúvida,  o grande rei ,  nunca saía da sua cabeça. VIRGÍNIA pensa que embora ela não tenha orgulho infantil ou vergonha de pedir,  tem medo de receber um não.  Já passou por isso antes, por  duas vezes ouviu não de seus amores  . E  não tá disposta a ouvir agora. Mas e o tempo que ,voa e passa atroz... o amanhã que será? E se, E se,E se...Lembra da música  cantada por Nana. Resposta do tempo.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Sem viagem , sem , sem, sem...

Já é novembro,  ainda não decidi o que farei nas férias, além do trivial básico  de Mangaratiba, região dos lagos,  Teresópolis.
Preciso escrever o livro.  Não o livro da vida que vou explanando por aqui como dá e como posso.
Lendo um livro que Marcos me emprestou sobre uma viagem pela América Central fico pensando que é o tipo de viagem que não dá para ir sozinha.  Tenho medo!   Lugares muito inóspitos para uma jovem senhora. Já não tenho a coragem dos 22anos.
Além do mais, tem certas coisas que também não me interessam tanto.
Fui criada no mato e convivo com ele,logo nem sei.
O livro  tem muita informação de pesquisa etc.  Diferente do meu diário e de minhas reflexões às vezes tão pessoais.
Viajo também numa busca interior.  De me ver nesses espaços outros e me pensar de um outro ponto de vista também meu.
Como se me distanciasse . E me distanciar se faz necessário.
Vendo meu processo de  entendimento de mim e do outro.
O quanto me busco e o quanto o outro parecia fugir de si mesmo.
Entendi cedo que ser caçador de mim era o que me restava quando a vida me dava provas o tempo todo de sua incapacidade de entendimento.   Se não entendia a vida em seus movimentos,  e continuo sem entender,   queria pelo menos entender a  mim e ter um pouco de paz de espírito.   Talvez um pouco eu tenha conseguido.
Me sinto feliz com isso.  Saber o que quero nem sempre é  fácil.  O que não quero talvez seja um  pouco mais fácil saber.
Sou de libra e talvez isso explique um pouco a dualidade e a dificuldade de decidir, e mais, com ascendente em gêmeos.  Se decido rápido é porque sou impulsiva e temo depois não conseguir ir.
Daí a dificuldade de terminar relações.  Ou eu sinta no fundo que estava fazendo mais o que achavam que eu devia do que o que eu queria.
Ele  decidiu por mim.  Ou a nossa mútua pressão fez com que eu também não aguentasse mais.
Estávamos saturados. Tudo foi demais para nós.  O tempo dirá.  Acho que gosto igual, mas o gostar não é suficiente para o outro reagir.
Hoje ouvi sobre amor incondicional, o que é.  Acho que tenho isso ou penso que tenho.  Mas não acho que amo apenas o amor e esqueço a pessoa.  Na verdade é tudo junto misturado. E só.
Ontem doeu, chorei, chorar é bom.  Hoje mais leve ,triste ,procuro respeitar o tempo do outro.   

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Papo qualquer coisa ...








Uma semana sem conversa, sem briga ou desaforos do tipo -está jogando na cara. E ao que se chegou? Muitas análises feitas , analisar é fragmentação para reconstrução, pelo menos de sentido.
Mas que análises nos intrigam?  Aquelas que vem de fora ou as de dentro.
Se converso com alguns sobre os fatos,  o que é natural da  minha parte,  pelo menos na tentativa de expurgar,  vejo que a visão das pessoas diante de fatos tão reais é  assustadora. Ninguém entende tudo que fiz. As pessoas são mais racionais que eu, concluo.  Todos dizem : se não é para somar em tudo não se  justifica.  Fico  perplexa  ao ouvir todos me chamando de louca diante de tudo que ouvem. E isso é generalizado. Só não acha quem não sabe os fatos verdadeiros ou se ouve pela metade.
A grande questão que se impõe  agora é , e Eu.
No contexto geral,   racionalmente, se minha  visão não é  absurdamente parcial  , vejo o que perdemos.  Olho o outro,   vejo que  talvez não tenha perdido, pois pouco investiu. Economicamente zero,
emocionalmente talvez perto disso.  Me dizia que tinha perdido muito, pois perdeu o sonho. Mas que sonho que ele mesmo não se empenhou na hora certa para realizar.
Quem engorda o sonho e o realiza é seu dono.
Tudo isso fruto obviamente de um processo doentio que o indivíduo doente não se deu conta.  Ou se deu por momentos ,mas não acreditou.
E a vida seguiu.
Quando fui ontem ao espaço marítimo me dei conta do quanto, ele foi abandonado por quem deveria cuida-lo.
Tanta vergonha hoje se justifica, entendo agora o tamanho da perda dele e da minha também.
Estar lá,  me fez ver que a falta de coragem dele em estar comigo , tem o tamanho da vergonha que sente por ter deixado tudo de lado e por ter sido teimoso,prepotente, e incompetente.
Não é que não goste de mim,  mas não consegue me encarar depois que se deu conta de tudo que fez.
Creio que se  fosse avestruz estaria com a cabeça dentro do buraco até o fim dos tempos.
E eu não posso diante disso fazer nada.  Eu sei que fui a maior penalizada, a mais lesada. E talvez por ser íntegro é que é tão difícil para Ele me encarar.
Prefere ir , a encarar seus próprios fantasmas. 
Tenho certeza que já se encontrou com eles.  Mas como sempre não assume, prefere fugir deles ao enfrenta-los de verdade para se recriar, se livrar.
Não o culpo. Foi criado assim de forma irresponsável diante dos sentimentos dos outros.
Fraco, pela criação e pela doença.
E eu?  assusta não sentir falta,  assusta deixar de idealizar,  assusta se dar conta de talvez ter também feito tudo com base na idealização e não no sujeito real.
Como amar um sujeito assim? Como amar alguém que te repele por vergonha de si mesmo.
Como amar alguém que não quer e não aceita ser admirado, nem pela aparência e  nem pelo que provoca de bom no outro . Alguém que talvez preferisse ser rechaçado por mim a ter a minha compreensão.
Lidar com esse meu comportamento deve ser muito difícil. 
Essa pessoa que consegue em partes esquecer que foi esquecida ,ou lesada . Em partes.  Tenho consciência.
Mas como entrar na cabeça do outro? Começo a achar que esse caso, esse papo já tá qualquer coisa.
Se não cuidou em três anos, não será em uma semana que aprenderá. 
Eu penso e repenso. Ligo ou não?  Talvez eu tenha quase a certeza que para o outro será melhor abrir mão do que lutar e transformar a visão que criou de si para todo mundo.

domingo, 26 de novembro de 2017

Tempo ao tempo.

Somente o tempo, tudo passa -são as palavras que mais escutamos num período de luto.
Mas tudo é muito esquisito.  Ao mesmo tempo que se sente falta de não se saber o que.  Se sente certo alívio .
Me pergunto se me apaixonei pelo amor ou pela pessoa.
Talvez pelos dois fosse o certo.  Mas tem certa indiferença rolando .
Tipo, tanto faz como tanto fez estar junto ou não. 
E a cada dia que se perde o contato, mas distante se fica.
Espero que Ele esteja melhor .

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Sem título

Pergunto-me  o que vale a pena ,será que eu estou também vendo as coisas distorcidas.
A Monja Coen diz que o bom de já ter tido depressão é que identificamos quando ela   pode vir outra vez.
Tenho medo. Tenho verdadeiro horror de de novo passar por isso.
Como li hoje, ninguém passa por um mundo doente achando que ele é normal.
Um turbilhão de pensamentos transitam por mim. Dúvida nem sei de que.  Constatações, medo,  raiva, desilusão.
De novo a saudade do que não fiz,  do que poderia ter vivido e que foi tão gritado por mim e que não aconteceu.
Não creio que a tal da cara metade sinta um mínimo do que sinto.
Se sente, talvez o universo tenha nos pregado uma peça e deveríamos nos reinventar.
Mas não sei.  Certas coisas, conflitos pessoas promovem tal estrago que deixam o indivíduo cego.
Hoje vi retratos antigos,  no computador,  antigos mas vi. Estava a procura de foto para colocar no face.

A opinião dos outros sobre nosso relacionamento

Se tem uma coisa difícil nesse mundo é ter compaixão,isto é , saber se colocar no lugar do outro.  Ninguém sabe.
Se vc tem um relacionamento e ele vai mal por mil problemas e você sabe disso mas não consegue resolver pq não é da sua alçada, e por mais que vc faça tudo, não consegue, os outros sempre sabem. Sempre tem a solução para vc. Sempre sabem o certo a se feito.  Ou mesmo sem saber  eles acham que sabem , embora você insista em esperar. Mas a maioria das pessoas acha que vc tem que logo sair, abandonar,  esquecer, expurgar pela raiz. 
Todavia os outros falam isso para você e não para si mesmos.
A vida a dois exige muito mais que essas decisões simplistas.  Psicólogos são assim,simplistas com a vida dos outros.   Como se eles sempre tivessem razão e soubessem sempre o que fazer.
Queria que fossem capazes de tirar a dor,a frustração,  a angústia de quem sofre ,para isso a fórmula deles não é eficaz

Posso construir a maior ilusão.  Sofrer horrores diante  de um término  que não era para mim o ideal , mas apenas o Necessário, mas fui eu.
De novo na vida fico entre o ideal e o necessário.
Vence de novo o lado prático. O necessário sobre o qual terei muito o que falar.
Não vence o do sonho,  a vontade de conseguir ser feliz com alguém que você pensou ser a pessoa.
Por que a pessoa fosse ou não,   às vezes não temos condições reais de avaliar.
Teria sido diferente em outras condições?   Eis a pergunta que não cala. Talvez, sim, não.
Sei que não temos como saber,  nunca teremos.
Será que algum dia alguma luz se fará sobre isso?
Será que não foi e nunca será?  Será cedo para avaliar tudo isso?
Alguns dias apenas.  Sem muita certeza do foi feito.  Ou o fazer na esperança de que ele acorde.
Todavia  é preciso estar claro que ele não acordou aos 21 anos. Será que acordará aos 50?
Saí aos 21 com ele em condições muito melhores que hoje. Ele jamais se deu conta.  E hoje. Qual ilusão permanece em minha mente?
Eu acredito na mudança das pessoas,  mas será que existem condições para isso acontecer?
E se houvesse mudança, isso atenderia

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Como nós queríamos.

Como queria Maria ,que tudo fosse diferente.  Que aquela paixão adolescente sobrevivesse ao tempo, que não tivesse  tantas amarguras e que o João tivesse aprendido a viver.
Só que você Maria mulher foi mais adiante que ele. E ele não suportou ver isso.
Acho Maria  que  ele até te ama, mas é egoísta,  é prepotente e orgulhoso demais para reconhecer que fez tudo errado.
Maria, ele ainda vai penar muito. Sei que você tem pena dele ,porque com 50 anos recomeçar a vida não é fácil para ninguém. Mas você fez tudo o que poderia por ele. E ele não fez nada. Se está doente que se trate.
Você Maria tem que entender que já foi, que ele foi porque quis  ,porque não suporta ver você ser mais que ele na percepção dele.
E ele só volta se reconhecer que tem que mudar e se refazer. O ser humano é capaz disso.  Resta saber se ele é. 

sábado, 18 de novembro de 2017

Por que se casa?

Casamos por amor? Ou casamos porque  chega uma hora em que se pretende construir algo junto, criar família,  filhos, patrimônio.
Em alguns países ainda existe o dote e em muitos ainda os noivos só se conheceram depois do casamento.  Paquistão,  Índia, Africa,etc.
Em alguns ainda o casal é escolhido. Existe uma pessoa que vai junta-los. Israel é assim.
Me pergunto então se o amor é algo que vem com a convivência, o respeito,  a admiração.
A resposta é sim.  Às vezes somos apaixonados e a pessoa tanto decepciona  que  não há amor que resista.
Amor precisa de cuidado, ser regado,ser alimentado.  Se um faze outro não faz, não adianta, a dor sobrevem e uma hora vai estragar tudo.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Resistência

Às vezes me surpreendo como certas coisas não nasceram para dar certo.
A gente teima,teima,  esperneia para acertar e vem uma coisa mais forte e derruba tudo  que tentamos construir.
E muitas vezes quem derruba  está  cego por questões que nem sabe dizer. Mas prefere derrubar ,desconsiderar tudo.  Quem sabe um dia olhe para trás e se de conta que viver é construir, lutar,  buscar e não fugir,abandonar, deixar pra lá.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Perdão

Toda vez que sobrevem a necessidade de um gasto imenso provocado pela ausência e omissão do outro, percebo que ainda não perdoei plenamente.
Percebo o quanto é difícil passar imune por uma situação tão complexa como a que passei.  O grande investimento emocional e financeiro se esbarram no olhar para o outro e ver também que ele ficou ainda mais quebrado, simplesmente porque também já estava nesse processo.
Literalmente levou-se tudo para o buraco.  Deixei ,dei corda e também fui omissa por não ver o grau da neurose e pior, por não conseguir cessar a sangria.
A falta de visão e a desorganização foram os piores erros e a ilusão em
pessoas que não mereciam confiança.
Me dói enormemente quando penso o quanto  falei e que também me iludi.
Temo que com  isso tudo a relação não sobreviva.  Até porque o outro que foi culpado tende a se punir e fazendo isso me pune também.
Preciso falar para que me passe.  E eu consiga perdoar.

A dificuldade de se libertar da resistência

Comecei ontem a escrever impulsivamente e a bateria acabou. Ainda bem,estava de olhos  vendados.
O princípio da não agressão,não resistência precisa ser pensado o tempo todo para não sermos pegos de surpresa por nós mesmos.
Calma,respira para deixar a nuvem negra passar e você ficar observando de longe.
O distanciamento é a melhor maneira de sair do foco. Olhar sua própria questão como se não fosse sua.
Como uma nuvem negra que vai derramar tempestade em outro lugar.
Assim fazendo, a raiva,a desilusão perdem o sentido.
Sorrir ,em vez de fechar a cara. 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Por wat zap

A vida nas redes e consequentemente as pessoas andam muito loucas.
Imagine que um rapaz resolve terminar um relacionamento com uma moça por mensagem. Só se falavam  por ai. Tanto que ,no zap ele a pede em casamento e pede o divórcio.  Até aí nada, antigamente se terminava por telefone.  Escutando a voz do sujeito ou da sujeita.  Isso porque certos términos podiam ser muito dolorosos e ao vivo e a cores não conseguiriam.
Mas então,  tarde da noite o sujeito resolve por fim a situação  que não sabia ser. Pois se queria casar com a sujeita ,como decide no momento seguinte comprar uma bicicleta?  Mas assim o fez. Terminou. Disse adeus.
Dia seguinte a moça do nada manda-lhe mensagem.  Sem entender muito bem ele recebe e agradece.????????
Perguntando o que estava rolando ela responde.  Uai... ele terminou no wat zap.  Mas não terminou no msn,no instagram,no Facebook  e  em todos os outros.
Moral da história:na era da rede e dos aplicativos  é mais complicado desconectar de alguém do que pensava nossa van literatura.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Raiar do dia de uma noite insone

Madrugada

Às vezes as peças da vida nos deixam de forma tão avassaladoramente sem ação, que o que temos que fazer é esperar  o tempo mudar,  a dor regredir, o sono chegar  e que tudo se resolva  sozinho, já que nossa intervenção não tem incidência sobre o problema.
O problema é do outro,não é seu. Mas o outro na sua loucura desesperada te impõe toda culpa.
"A culpa é sua ,porque não quer casar comigo, não quer que eu seja seu  dependente,  porque não quer resolver os meus problemas".
E subverte toda ordem de um discurso paradoxal,contraditório e próprio de quem tá perdido como uma micro estrela na via láctea.
Toda estrela tem luz,  mas essa não confia na sua luz e precisa de uma muleta, de um lampião para  funcionar.
O que fazer? Não podemos saber. Deixar que a estrela acorde, se de conta ,ou se choque com um asteróide?
Tudo que se diz a ela não escuta. Só te culpa.  Só te cobra. Só te,  e se penaliza.
Nem a van filosofia dá conta  da existência conturbada.
E o que se pode fazer?
Como se pode fazer algo para ajudar? Perguntas sem resposta.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Ajude-me, diz o personagem...



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   Tudo começa com essa palavra, o personagem pós moderno se sente fragilizado, tem medo de  perder ,aí apela para uma lado estratégico das mulheres, o fato de querer  ajudar.  Aí a mulher se sente no dever, ou  imbuída de um certo espírito humanitário diante daquele ser perdido no mundo, e na vida. Ela começa a ajudar o ser que se vitimizou.
     No primeiro parágrafo, que tem uma linha, parece que  o personagem acordou, e que vai mudar sua forma de ver e fazer diferente, começar do zero, deixar para traz o que não valeu a pena  viver  e renascer.
   No segundo parágrafo ele  volta ao modelo antigo, questionando o inquestionável, resistindo, boicotando, fingindo ser o que ele nem  sabe ser. E diante disso, volta no tempo e no discurso, surdo, arrogante, prepotente,paralizado...
Lamentamos esse tipo de personagem ausente de si mesmo e dos outros, pois que só tem a perder, só tem sofrer , felicidade só com a máscara  e olha que não é ainda carnaval.  


EX-pulsão



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Não, não quero ler as páginas dos últimos  3 anos, causa dor como num processo de cura  de um câncer, em quem não quer morrer.
Não lerei, deixarei para posteridade e talvez daqui a 10 anos  tenha coragem de repassar como agora faço remexendo o baú.

 Que  estranha, que louca, quem consegue compreender essa nossa doidivana consciência inconsciente. O amor, o tesão, o carma, a moira, sei lá,  o que nos  faz assim com sentimentos tão enigmáticos que não conseguimos desvendar. Ou se conseguimos não podemos agir, ou não nos movemos. Que  vida é essa?, que coisa é essa?!!! Um susto, um medo talvez seja necessário para  o acordar. 8/11/2017.  

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Remexendo báu

 O Lago


Todo dia  a mesma coisa,  vestindo sua saia rosa,sua blusa de trabalho, trançando o cabelo negro e liso com duas tranças  grossas, colocando seu chapeuzinho coco Rosa Maria saí. Seu destino é o centro da ilha,  numa altitude de 3900,  sofrendo um impacto sobre a cabeça ela  vai até a escola do  vilarejo para saber as ordens do dia. Não só  Rosa Maria todos do lugar agem assim. Moram ali há gerações, cultivam o milho e a batata, base de sua alimentação e também a coca, está imprescindível para viver naquele lugar. Se não mastiga no canto da boca aquela folhinha sem caule, a pressão  age sobre sua cabeça e é insuportável viver.
Por milênios tem sido assim, todavia agora   há diferenças. Nunca a ilha foi tão visitada, nunca  se viu tanta gente diferente, com roupas    coloridas, sem chapéu. Mulheres de  cabelos  curtos e calças.  Eles  buscam a  vista, buscam   ver como somos o que fazemos, o que produzimos. As vezes tem um ou outro que  fica na ilha. Resolve largar a vida e permanecer conosco. Mas não dura muito, pois a altitude nesse lugar    expulsa a quem não está acostumado. A cidade  grande mais próxima é Copacabana, ali encontramos coisas que na ilha não tem. A ilha fica no meio do lago, Lago Titicaca, o lago. Por sua enormidade já se pensou que era mar. Fica entre o Peru e a Bolívia. Já  foi alvo de questões de fronteira, diplomáticas. Mas  continua ali como sempre. 

20/11/2012

Remexendo baú

A morte de Enrique Job Reynes


Quem era Enrique não interessa, mas sim como este morreu. Tem pessoas que morrem triste, outras morrem sonhando, morrem de morte morrida ou de morte matada.
Pero Enrique, nosso personagem,morreu de morte matada, embora estivesse já há tempo no caminho da morte morrida.
Era primavera, quando as chuvas se intensificam nas tardes  quentes que esperam o verão. Enrique saíra cedo de casa para trabalhar. Trabalhava  toda tarde  em seu ofício. Cercado de jovens ele falava sobre o fim, a morte, o fim das representações ou começo delas, o fim da vida, os deslocamentos, o fim do mundo. Compartilhava essas idéias com as pessoas já fazia tempo e suas investigações progrediam. Até que a idéia de fim, sem que isso levasse a um  novo começo, principiou a fazer parte do repertório intercorrente de seu pensamento.
Falava, agia, trabalhava, estudava e a ideia ali, não se movia, não aumentava, nem tampouco diminuía, mas estava ali, a deriva nos entre lugares  de outros pensamentos.
Era um homem reservado, falava pouco, tinha poucos amigos, uma vida serena em detrimento dos pensamentos conflitados que o torturavam. Queria entender os mecanismos das coisas e não as coisas propriamente ditas. Interessava mais aquilo que não era, do que o que era.
Quando a ideia que não se movia começou a fazer parte de seu cotidiano, ele não se preocupava, achava que não pensava o que de fato pensava. Se perguntado sobre a ideia, desconversava porque  não era a sua provocação.
Todavia a ideia estava ali, submersa em outras questões, escondida por sob os papéis, disfarçada em outras palavras, sempre a espreita. Até que naquele dia,  que era de primavera, e  chovia muito, Enrique, depois  de passar na casa de Delmira, sua amante, mas que não faz parte da história, saiu do mundo das representações do fim e fez seu próprio fim. Morte matada para os jornais.
Enrique Job Reynes, que outrora matara Delmira e depois se matara, dá cabo da própria  vida deixando a amante livre para criar a história dos dois. 


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Remexendo baú

Não é a Biblioteca de Babel

Meu primeiro livro traz a tona um questionamento antigo, se a realidade é linguagem, nós sempre estamos vivendo de literatura? Para mim parece que sim, ao inventar meu personagem a confusão  que aparece é se tenho o que vivi ou se invento o que vivi.  Os fatos são reais sempre, o que nunca é real  são as interpretações que temos deles. Cada dia  que lemos nossa vida e nossos diários  entramos nos hipertextos diversos que eles propõem , que são nossos  próprios parênteses das coisas que vivemos. Ao entrar nesse simulacro da escrita,  não conseguimos voltar, a vida e a literatura se misturam de uma tal maneira  que não sabemos mais o que foi e o que não foi.
Todavia, seja vida ou literatura a  dor lá está, a velhice, a doença, as perversões, as tristezas e alegrias também,  todavia essas menos criativas que as outras.
Expulsar o que me incomoda pode ser a razão disso tudo. Criar um outro mundo também.
Parece fácil criar uma história que nunca existiu, mas nada é mais complexo porque falta referencial. Só  criamos com o que  ouvimos dizer, com o que lemos, com o que pensamos que vivemos. Só assim, com base nisso tudo é que nos predispomos a falar. 

E quando falamos é  de nós, é  dos outros que também falamos.


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domingo, 5 de novembro de 2017

Paz de espírito e relação.

"Hoje é domingo pé de cachimbo..." Já faz tempo  que a  brincadeira de criança não é dita. E de repente você descobre que a tal maturidade chegou,  que você já faz parte do grupo que não sairá vivo dos  "enta".  Graças damos, por ter chegado a eles e não ter sucumbido a qualquer drama e tudo mais que envolve a vida.
Damos graças por estar com saúde, por ter planos,  por ter família e amigos,filhos ou não,  sobrinhos,  irmãos , pais e parceiros.
Tudo que realmente importa na vida, as coisas que escolhemos dar prioridade.  E principalmente ter alegria de viver.
A maturidade nos  traz certa paz, de que  vale a pena estar vivo e gostar da vida.  Todavia isso só acontece para quem tem  conhecimento de si mesmo.  Esse conhecimento mesmo que principiante nos dá  a segurança em relação a nós mesmos e aos outros e mesmo quando nos envolvemos com quem não se encontra no mesmo estágio, conseguimos ver  como é bom amadurecer.  Envelhecer é outro papo.
Todavia as vezes que topamos com pessoas da nossa idade  ,que não encontram essa mesma paz  ,de dentro do  ser ,ficamos um pouco constrangidos.
Isso porque,    tal paz depende sempre de nossa disposição para procura-la. E saber que ela vem de dentro para fora, é o que nos ajuda.
Quando eu tinha 20 anos, 25, 30,   me debulhava em lágrimas tentando entender os porquês da  existência, da divisão social, de tudo. Hoje querer saber isso em nada vai mudar o que sinto e o que acho que tenho que fazer.
Nunca saberemos mesmo, então   o melhor é fazer o que acho que devo.
Ser feliz em estar em paz comigo mesmo e o mundo ,já é a energia que  preciso.  Ter responsabilidade comigo mesmo e onde atuo já me ajuda a ser. E assim vamos vivendo.
Mas sei que antes não era assim.
Muita leitura me ajudou,  mesmo sem saber o que eu estava lendo ,eu lia.
Muito ensinamento dos gurus, muita busca pessoal e curiosidade.
Tudo isso me ajudou.  Lógico que tenho dúvidas, tenho insegurança, as vezes não sei  o que fazer ou como.  Mas isso é o que é a vida.  Se comprassemos a solução no mercado seria chato.
Mas só a maturidade faz sentir assim.
E com isso não tem solidão.   Estando em paz consigo mesmo não existe solidão. Podemos ter tesão, vontade de abraçar o outro e se misturar a ele corporalmente,  mas não necessita-lo espiritualmente, porque como diz Manuel Bandeira os corpos se entenden as almas não.   As almas foram feitas plenas  ,por isso qualquer outra alma é parceria e não necessidade de fundir.
Almas parceiras podem ficar juntas toda vida. Mas elas são plenas também sós.
Sem relação de dependência, sem relação de opressão ou qualquer outra que não seja a parceria voluntária.
Mas entender isso custa, ainda mais em certos tipos de sociedade.
Mas seguimos tentando,  driblando  na vida para alcançar a verdadeiro paz, o estado de graça verdadeiro.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Quando ela se dá conta?

Naquele dia ela recebeu uma mensagem dele dizendo que ela estava diferente.
Ela pensou,  pensou, respondeu qualquer banalidade pois não estava ainda preparada para encarar os fatos como eram.
Pensou ainda com seus botões na possibilidade dele se resgatar,prestar atenção em algo que estava deixando passar,  como por exemplo além de sua vida, a relação que tinham.
Mas talvez ele não se desse conta de que tudo se esvai pelo entre dedos da mão aberta ou fechada.
Mas ela estava incomodada,  se pelo menos ele fizesse algo que ela gostasse, uhn!! Por exemplo massagem. 
Mas...mas ele não fazia. Ela pedia,  e quando isso acontecia ele falava: Eu  também to precisando e nunca fazia. Ela fazia nele. A mulher sempre   acaba deixando de lado seu desejo e  fazendo o do outro.
E assim a caminhada ia sendo feita. Toda vez, além de não fazer o que ela gostava ele também não se esforçava para agradar.
A fala mais habitual era:não estou bem. Nunca estava, quando o que se discutia era o q ela cobrava, que não era nada de mal.
Mas ela ainda insistia.  Acho que amava o amor não amava ele.
O que ele  era tinha ficado  na pista,  sem empenho ele só definhava e não se dava conta de que precisava mudar,mudar com tudo e mudar com ela.
Ela já estava literalmente de saco cheio de infantilidades e falta de tudo.

Remexendo baú 2





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Personagem



Compor um personagem não é fácil. É preciso que o conheçamos primeiro para depois falar dele. Ele deve  um existência em nós mesmos para depois criar vida. Deve ter um que de  misticismo, um que de desconhecimento também. Deve jogar tênis, e ser enigmático. Tem que se deixar penetrar e ser intangível ao mesmo tempo. Tem que gostar de livros e amar as mulheres, mas também judiar delas. Deve ser egoísta, se sentir o máximo e se sentir um merda. Deve lembrar os personagens do Canetti, e ser rude como os de Borges. Deve amar  os jardins, e viver  na torre para admira-lo de cima onde ele é mais bonito.
Deve querer  sair, querendo ficar, chegar querendo sair, gritar querendo calar.      
Meus personagens são assim,  reflexo de um  mundo conturbado, de uma garganta asfixiada, de um desejo reprimido, eles são sempre desejantes na  vida e na literatura. Constroem seu mundo para si mesmo e não permitem que  ninguém entre, quando alguém ameaça entrar, eles reagem. Uma rebelião de personagens,  todos correndo  desesperados a procura de autores que nem sempre querem existir. 6/11/2009


Série Remexendo o baú

O processo enésimo

Mais uma vez a denúncia foi feita, diante disso só resta apurar, verificar se  as provas feitas condizem com todo resto para depois ter um julgamento. O crime é o de sempre, erro na escolha  do personagem, dolo no envolvimento, achando que ele ia mudar,  ilusão em não ver o que as coisas são,ou visão  deturpada  pela fantasia do amor.
 O processo é longo, várias medidas interlocutórias, vários recursos, vários advogados  contra, todos advogam contra o desejo ,até mesmo o objeto desejado, que sumiu, não tem endereço fixo, não dá para ser citado. A ré  fica sozinha, ela e sua loucura de imaginar que algo poderia ser diferente do que foi.
Cada  dia de audiência uma pergunta diferente, um depoimento novo, questões que nunca vieram a tona. O que se escreve é diverso do que se fala. Parece que a ré tem dupla personalidade, escreve na dor tentando elaborá-la, racionalizá-la, mas tudo é em vão, com mil desdobramentos a dor permanece. Está fadada a ficar até que seja substituída por outra.
A ré tem momentos  insanos, tem horas que não sabe quem  ela é, se é ela ou outra. Se  auto-flagela por ter cedido, por ter investido. Tem os olhos fixos, tem a  face triste,  e a tez escura nos cantos dos olhos de tanto chorar.
Chorar não adianta, arrepender-se também não, o tempo não volta para desfazer o crime.
Sente culpa, muita culpa por ter investido em algo que sabia errado. Desde sempre foi assim, era errado pelo impedimento do casamento, depois foi errado pelo impedimento psicológico. Mas a ré, teimosa, achou que conseguiria separar,  como o desejado,  todas as partes. Não conseguiu. E ainda  foi agravado o crime pelo fato da ré dizer ao desejado que o desejava. Desejados não podem ser informados da verdade, devem adormecer na ingenuidade da criança, ou do intelectual diante da vida. No entanto, a ré o avisou, por isso foi denunciada e também por isso sofrerá a sanção.
Por se reincidente e já ter vivido muito  a ré pode, nesse caso, ter  alguns benefícios, como por exemplo,  a pena pode ser cumprida em menos tempo, mas isso é beneficio que não depende dela, mas da vida.          

O juiz julga: pena de reclusão, regime fechado, luto, dor com torturas psicológicas,dor pela falta de esperança, em saber que jamais será como imaginou. Frustração, a maior de todas.  Tudo é o que parece ser, nada é diferente. A  imagem que o desejado faz de sim mesmo é a que ele revela em todos os tempos, só acontece diferente nos filmes e nos livros.  A literatura e o cinema inventaram o final feliz, aos mortais cabe viver o final infeliz. 10/11/2009 

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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Bye ,bye...

No caminho a canção do Guilherme Arantes  fala de um amor que  acabou. E diz:nada vai trazer de volta a beleza cristalina do começo.
A amiga me pergunta, o que é  hoje cristalino, além da intenção de ficar?
Entendo que tem relacionamento que já nasce complicado pela própria vida das pessoas que são complicadas.
Tudo que era para ser  fácil elas os tornam pesado e complexo. Mas por que isso ocorre?
Quando vemos algumas pessoas que nos parecem leves, não nos damos conta do que fizeram,  do quanto batalharam para ter essa paz de espírito.  Quem não tem,acha que da noite para o dia o indivíduo acorda em paz,   e não se dá conta de que ter a paz verdadeira é um trabalho árduo de dentro para fora. De auto conhecimento,  de desprendimento de determinadas coisas e sentimentos que minam a consciência.
Ter paz de espírito é buscar o tempo todo a parte que te faz responsável pelos seus próprios atos. Por isso eles são feitos com consciência plena de tudo.
Um indivíduo com paz de espírito não espera do outro  nada, não tem expectativas frustradas por isso.
Esperar que o outro faça por você é comportamento de quem não sabe nada,  e de quem não tem consciência de  seus próprios deveres.
Mas e o amor onde fica nisso tudo?
Amiga, ele certamente não resistirá quando não há paz.
Se é adolescente vive um pouco mais na idealização.  Se não é,  estará fadado  a declinar.
Amor  não sobrevive ao egoísmo,  a falta de admiração, a vitimização,  tudo tem um tempo de duração e quando o objeto amado não se corrige,não se doa, não tenta corresponder e responder às indagações ,não há sentimento que perdure.
Mulheres costumam ir até a exaustão para perceber que é chegada a hora de partir.  Elas lutam, dão chance,perdoam erros,  criam planos para tentar salvar a coisa da relação.   Até que decidem, e quando o fazem não tem mais o que dizer, o que esperar,  elas  partem  livres e leves pois fizeram tudo  que podiam.  Aí amigo ,não adiantará querer correr atrás do prejuízo pois já foi.

domingo, 29 de outubro de 2017

Domingo, metas,carências.

Dia de folga,  o primeiro dia da semana é o do descanso. Será? Dia de organizar a casa,a vida,as coisas para seguir a semana.
O que fazer quando o outro a quem você insiste em dizer que ama , tem uma inércia absurda em relação a você e a tudo?
Contacto,  ato com, são raros. A pessoa se irrita do nada achando que você está cobrando dela, enquanto ela é que se cobra ,mas nada faz. Ela espera. Mas o que?  Que a vida sozinha resolva os seus problemas.
E  ela não vai resolver,será que a pessoa não vê?
Só que com sua inércia e egoísmo ela vai destruindo o pouco que ainda existe.
A pessoa egoísta na relação amorosa só vê a si mesmo,  num protótipo de criança  e vítima.
Ela quer toda atenção, mas não dá nenhuma, ela gosta de carinho,mas não faz nenhum. Somente faz quando não tem jeito.  NÃO TEM INICIATIVA. E se vc cobra,pede o básico,  ela se revolta.
Isso vai deixando de saco cheio as mulheres.  E chega a um ponto em que elas desistem.
As mulheres tentam,tentam e  nada acontece.  Aí o que é melhor?  Como é difícil por um fim. De onde partimos para tentar, para conseguir sair. Do que temos medo? Se nada estamos recebendo ?
Minha amiga,   não sei o que te dizer. Goste de si mesmo,  toque sua vida, cresça independentemente da  pessoa. Pois   que hora chegará que não fará sentido estar junto com quem nem" te it", não se anule.
Como sempre a pessoa quando perder vai dar valor . Aí será tarde.  Ou se constatará  que ela é tão pueril que nem se dará conta.  Arrumará outra pessoa,  e colocará no lugar . E passará a vida toda assim, dando cabeçada,destruindo sua vida e marcando negativamente a dos outros.  Todavia ela é pueril não se dá conta e se ,se der conta se sentirá culpado e inerte ficará. 
Somente o auto conhecimento a tirará desse dilema. Mas  para isso tem que procurar. Aí amiga o bicho pega.

Não haveria luz se não fosse a escuridão

A canção do Lulu Santos é o título da postagem.
"Nós somos medo e desejo"- "feitos de silêncio e som".
Mas  como fica isso no depois? Não sei dizer. Como ficam aquelas lembranças boas e as vezes não tão boas?
As brigas e desgaste antes de um fim são as piores coisas que nos ficam de uma relação.  O que vale é que a memória é seletiva e para não nos fazer sofrer ela guarda apenas o de fato vale a pena.
Tenho visto  coisas estranhas na vida das pessoas e na minha também. Trata-se do choque que se dá entre o que vimos que era uma relação e do que hoje elas são, ou não são.  Homens sempre nos pareceram figuras fortes,viris,  aqueles que estavam ali e resolviam a questão. Esse era  o imaginário que nos faziam acreditar.  No entanto ,na real não é nada disso.  Pelo contrário,  quem sempre resolve são as mulheres,  elas é que sempre lutam para criar os filhos,  elas é que educam, elas passam valores,  ética, moral etc.  Elas se desdobram em mil para trabalhar fora e dentro de casa,elas respondem pela fachina,pela comida,pela cama, mesa e banho. E não me venham dizer que isso é igualismo pois que na verdade isso chama-se exploração. 
Eles chegam do trabalho e sentam,  elas vão para a dupla jornada.  Cuidar, fazer a casa funcionar, resolver todo o resto e deppis  de exausta ir dormir.
Que sociedade é essa? Que já trata a mulher como escrava desde casa. Aí a questão,  e se não fizermos isso?  Se deixarmos ao  bel prazer todos os afazeres e toda a criação?  Ocorre o que temos visto.  Seres sem limite,sociedade degradada,  falta de ética e falta de amor.
Isso porque,  as pessoas tem que aprender a fazer juntas as coisas.  Homem e mulheres precisam ser criados para juntos assumirem as responsabilidades.  Não só a mulher como sempre  foi,mas também os homens.  Temos que dar conta de  fazer de forma igual para que ninguém fique sobrecarregado.  E isso implica em também criar igual meninos e meninas.  Criação de pessoas não tem a ver com sexo ou preferência sexual ou com gênero.
Pessoas que viverão em sociedade tem que ser responsáveis igualmente. 
Agora, isso não é o modelo antigo dos meus pais ou da minha geração.  É um modelo que temos que aprender a fazer.
Usar a razão para perceber isso e mudar.
Só então, teremos uma sociedade melhor.
A crise atual é masculina porque diante disso, eles perdem seu posto supremo de pater familis,de ser provedor, de chefe. Na verdade é a perda  de poder que os está torturando.
Se partissem do princípio da divisão tudo seria mais fácil.
Mas vamos dividir mesmo.  Dentro e fora. O bom mas também  mau. A dor mas também o amor.  Não adianta dizer que divide e ficar esperando a mulher fazer.

domingo, 22 de outubro de 2017

E vamos tecendo o fio da Existência!!

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Ulisses acorrentado

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Acorrentado no mastro do navio, Ulisses passa por uma árdua prova. Todos os seus planos deram errado. Foi enganado  e se deixou enganar, o que é pior, não ouviu por teimosia a quem lhe soprava a verdade. Preferiu ser surdo   como nesse episódio do canto das sereias.
Todavia na real ele só ouviu botos e sereias que  iriam ser sua perdição. Foi surdo não para os botos e sereias porque esses o enfeitiçaram. Foi surdo para quem lhe abria os olhos. Mas por que? Pela prepotência de achar que sabia tudo, pelo excesso de doença, pela falta de organização que lhe chamava atenção.
Mas o pior de tudo é que Ulisses em sua loucura agora sofre, sofre, sofre porque sabe que sua prepotência, arrogância e incompetência  feriu além de si mesmo. Nesse caso, tal como Medéia fez com Jasão. Foi ferida a opinião pública sobre ele, foi ferido o seu amor, a confiança que ele tinha, tudo.  Como recuperar??? Será que recuperação existe. Se está vivo para a vida tudo pode ser possível. O problema é  que Ulisses insiste em dormir.   

sábado, 21 de outubro de 2017

Da impossibilidade de negociar!!

A coisa mais difícil que existe é negociar com quem tá doente,  burla tratamento e causa o maior transtorno por onde passa.
Parece besteira,  mas não é.  Vivemos uma sociedade doente, muito doente.  As vezes certas pessoas fogem da realidade indo para lugares paradisíacos,  mas quando saem se defrontam com a realidade local percebem  que a loucura está dentro delas mesmas. A doença é tão grande e está tão araigada  nas pessoas que elas não conseguem ver. E saem a fazer besteiras.  Tem gente que faz mal aos outros de propósito.  Gente que  quer levar vantagem em tudo.  Que não se importa de criar histórias mentirosas para se dar bem.
Piedade, a volta será implacável com esses.  
Tanto faz quem seja. E vem em forma de doenças,  de penúria, de dor para eles mesmos ou para quem amam. Lei da ação e reação. Também há a lei da omissão.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

E aí Ulisses?

E Ulisses chega e e e e...
Cola na frente da  Tv e do wifi  e diz que tá com dor de cabeça.  
Ulisses é ardiloso, desde Troia com a estratégia do cavalo todos ficaram conhecendo sua fama.
Depois, até chegar a Itaca mais 10 anos,  no total 20 anos.
Nesses 10 de volta foi testando sua potência. Fazendo filho,dando cabeçada , se perdeu.  Só que ainda não se achou. Temo que não ache jamais, pois a prepotência,  e arrogância junto a doença de espírito não permitiram. Quisera  que achasse.

O que fazer quando os sentimentos se debatem dentro de você?

Que fazer? Ir ou ficar? Quando Ulisses chegou ,Penélope achou que era "forever".
Aí fez tudo por ele. Empenhou todas as forças,  tudo.  Todavia   Ulisses não conseguiu por a cidade em ordem.  Estava realmente, emocionalmente perdido,  doente,se deixou enganar por todos, e não ouvia Penélope. Resultado disso, tudo que ela emprestou foi para o lixo . E Penélope ainda tem que arcar com consequências .  Ulisses de novo pensa em fugir. Não aguenta a cobrança,  não aguenta a culpa que carrega.
Quem não aguenta a culpa que carrega fica desesperado.  Quer sumir do mapa,quer ficar longe  de quem fez sofrer , para não ser mais doloroso, ver o outro passar pelo que passa por sua culpa. Só Freud nesse caso poderia dar conta.

Por outro lado ,Penélope se vê constrangida. Quer o amor ,mas também não consegue lidar com tudo isso.
As cobranças externas  se indignam sobre ela. Achando  que ela não devia perdoa -lo. Falando que ele foi avisado,  por todos que estava agindo errado.
Penélope sabe que tem que perdoar e esquecer que foi Ulisses  o causador da dor.
Tem que esquecer,mas como? O tempo apaga . Mas mulher, a cada discussão vai cobrar. Ou se ela não cobrar ,ele achará que ela tá cobrando.
Doloroso viver com o dilemas próprios ,que dirá os alheios.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O farol


É tudo junto e misturado

Como assim?
Certos momentos  na vida que não se sabe o que se sente, como se faz, o que se faz e pra que se faz alguma coisa.
Não, não estou em depressão. Apenas tentando  entender como nossa cabeça é doida demais.
Como  de repente diante de uma situação que vem se repetindo e  você nunca viu, porque não queria  ver, você  enxerga o presente e o passado sob o mesmo foco e mais, joga no outro a culpa do que você deixou acontecer  com tudo.
Parece meio doido e é mesmo. O que sentimos  todo dia, se reflete no que fazemos e no que escrevemos e produzimos.
Ninguém  te  leva, você sempre vai porque quer ir. E  mesmo que tenha uma ponta de receio nós mulheres vamos. Assumimos a nossa parte. Quando a história é cuidar, amar, doar mais ainda. Depois  podemos execrar-nos , mas vamos e sabemos que vamos e  abaixamos a crista  quando dá tudo errado aquilo que não queríamos ver que daria.
A razão as vezes para nós é algo meio fictício,  a temos , mas a transgredimos. Fechamos   nossos olhos achando que o que sonhamos vai nos tirar de qualquer cilada, mas não tira, só põe.
Mulher é mesmo estranha. Num surto falamos tudo, a azeitona da empada   faz um mal absurdo. Mas logo depois já amansamos e amamos desbragadamente. Entretanto isso é coisa de mulher, homem não se dá a isso.
Não atura nada, quando acorda se acha o agredido, o injustiçado, o coitado e  desapega. Ou eu diria foge, tem gente especialista em fugir quando o bicho pega, foge a vida  inteira sem nem saber onde vai. Mas vai, e  pelo caminho  vai deixando as  cicatrizes, normalmente nos outros.   

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Metaficção?

Numa das maiores dores de amor que tive na vida conheci Clarice Lispector e sua literatura.
De repente, um novo mundo se abre na frente dos meus olhos.  Na segunda vez, também numa puta dor de amor ,conheci  um livro da Hanna Arendt chamado Rahel . Mas o que isso tem a ver? Por que a literatura  surge nesse momento? Simplesmente porque essa tal literatura as vezes traz em seu universo os sentimentos dos escritores e dos personagens que inventam e com os quais nos identificamos. O processo é da catarse.  E quem somos nós para explicar  isso,  mas o fato é que entendemos por aí que nosso sofrimento não é exclusividade nossa.
Mas  o que me diziam, a Clarice  me fala: então, "viver ultrapassa qualquer entendimento! " e por isso não adianta ficar quebrando a cabeça  tentando entender o que se passa na cabeça do cara. Simplesmente porque você não conseguirá.  Homens e mulheres pensam e sentem diferente e tudo que você valoriza ele anda... Planetas distintos, como pode dois únicos pedaços de carne (p e p-peito e pinto) fazerem tanta diferença na lógica sentimental.
Sempre o que queremos não temos. E quando  nos esforçamos para chegar junto o cara desiste.
Tentar junto,  é expressão que não faz parte do vocabulário deles. Ou você faz sozinha e leva para o casal ou não vai ter.
Por mais amor que esteja envolvido na história.  Ele nunca te entenderá. Se quer um par para isso,  é melhor desistir a tempo antes de se frustrar.
Pode ele dar  muita coisa, mas entendimento e o que você sonha, não dá.
Não é coisa de mal amada não.   É só constatação.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A meta ficção. ..

Dia D

Ao escutar uma palavra estarta-se todo um universo de emoções e poe-se a escrever feito louca tudo que sente ,tentando se livrar de uma dor recorrente em sua vida.
Podia estar achando que iria tudo se resolver,mas não acredita nessa possibilidade.  A fala escrita dele mostra o quanto está saturado.  Saturado,desgastado de tudo. Mas o tudo, para variar, se reflete em quem está do lado. Como  não pode eliminar a relação com pai,mãe,filhos,  a mulher,esse ser estranho,  que entra na vida dos homens para estragá-la, de novo é  quem arcará as consequências, ela é a bola da vez.
O que fazer?  Resposta: escreva, não mande,não faça nada. Mas que nunca o provérbio, não sei de onde, se fará máxima, a vida se encarrega. Se encarregará de não fazer  você sentir da mesma forma que outrora sentiu. Se encarregará de não te expor a sentimentos misturados,embora você em razão não entenda o que te fez ficar tanto.
Se  você que é analisada e consciente não sabe, que dirá um indivíduo perdido que não sabe o que é, o que sente,  o que quer.
Não vai se debulhar em lágrimas porque 49 anos não são 20, não vai se trair buscando subterfúgios para encontros e maneiras de tentar criar vínculos, porque simplesmente não é mais da tua idade esse comportamento.
Seja forte e por mais apaixonada  pela idéia do amor que você seja, o amor é outra coisa, muito diferente daquilo que você pensava aos 20 anos e que era remanescente aos 48. Tenho 49, menos 10 diriam, e embora  saiba que o tempo urge, que a fila anda, eu questiono como a fila anda diferente para homens e mulheres.
Se achava que só o amor pueril/adolescente era suficiente para a vida a dois,me debato com as idiossincrasias de metade da vida de cada um que encontro no caminho. Metade, porque se vamos viver até 100,  é 50 a metade se aqui chegamos. .. Há controvérsias, deixo claro.
Mas o que fazer?. ..tocar a vida que do resto ela  mesma se encarrega. 
Eliminar o que faça sofrer e nisso está principalmente os planos e expectativas de futuro. Lembranças  como fotos, discos,  carta,  jóias, coisas materiais não doem tanto quanto as expectativas frustradas.
Para sanar essa doença tem que criar novos planos de vida, novas emoções e descobertas dentro de si mesmo.
Se for uma daquelas que só sabe viver acompanhada de um homem, rapidamente comece a ligar o radar e logo  acha. Pode não ser o the best,mas existe.  Se for do tipo mais introspectivo, sem qualquer rancor da classe, te digo, se descubra  sozinha e para isso ter ou não ter o the best , tanto faz.
É importante que você seja você, cultue o estar só como auto descoberta, com felicidade e prazer.  Se sozinha isso não for possível, busque amigos e até casos, mas cuidado com os aplicativos porque são fáceis ,mas tendem a cair  no vazio.  Tirar o  atraso consciente vale, mas tirar na ânsia de logo encontrar o cara pode causar frustração ainda maior e um vaziiiio que magoa.